A evolução do concreto, que ao longo da história, confunde-se e entrelaça-se com a história do Cimento. Entretanto, quando iniciamos as pesquisas e a busca do material, verificamos que a história do concreto não pode ser tratada de maneira individual e ao encontrarmos o belíssimo trabalho do Doutor Luís Fernando Kaefer. Um jovem profissional e doutor em Engenharia pela USP, que publicou um belo trabalho sobre a História do Concreto Armado e para isso, manteremos o formato original organizado em forma de linha cronológica e publicaremos os fatos que consideramos mais relevantes para a evolução da idéia de se construir com concreto.
Agradecemos ao Dr. Luís Fernando Kaefer
e começaremos a falar sobre o concreto desde os primórdios da
humanidade. Clicando na figura ao lado, você poderar baixar todo o
trabalho, contando a história do concreto em PDF.
O concreto moderno utilizado atualmente
para a construção dos mais diversos tipos de estrutura é fruto do
trabalho de inúmeros homens, que durante milhares de anos observaram a
natureza e se esmeraram por aperfeiçoar materiais, técnicas, teorias e
formas estruturais. Desta forma, constatamos que a história do concreto
não começou no século passado, mas com a própria civilização humana,
pois a partir do momento que o homem existe sobre a terra, ele tem a
necessidade básica de morar e morar melhor a cada dia, desenvolvendo
novas tecnologias para isto.
Mas podemos ir mais longe que isto, a
milhões de anos atrás, se considerarmos que os primeiros cimentos e
concretos foram gerados pela natureza. Podemos até considerar as rochas
sedimentares como concretos naturais.
Desta forma, resolvemos reestruturar
este trabalho como um breve histórico sobre a arte de construir, tendo
como enfoque principal a utilização do concreto. O texto mostrará a
História do Concreto e a evolução do concreto.:
A Evolução do Concreto
Luís Fernando Kaefer
Este trabalho tinha por intuito
inicialmente resumir a evolução do concreto armado. Entretanto, ao
coletar material, verificamos que a história do concreto armado não pode
ser tratada de maneira estanque. O concreto moderno, utilizado
atualmente para a construção dos mais diversos tipos de estrutura é
fruto do trabalho de inúmeros homens, que durante milhares de anos
observaram a natureza e se esmeraram por aperfeiçoar materiais,
técnicas, teorias e formas estruturais. Desta forma, constatamos que a
história do concreto armado não começou no século passado, mas com a
própria civilização humana, pois a partir do momento que o homem existe
sobre a terra, ele tem a necessidade básica de morar e morar melhor a
cada dia, desenvolvendo novas tecnologias para isto. Mas podemos ir mais
longe que isto, a milhões de anos atrás, se considerarmos que os
primeiros cimentos e concretos foram gerados pela natureza. Podemos até
considerar as rochas sedimentares como concretos naturais. Desta forma,
resolvemos reestruturar este trabalho como um breve histórico sobre a
arte de construir, tendo como enfoque principal a utilização do
concreto. Para isto, organizamos o texto em forma de linha cronológica e
coletamos fatos diversos que consideramos relevantes para a evolução da
idéia de se construir com concreto.
Concreto, Concreto Armado e Similares
Concreto: em sua natureza básica
Material plástico, que é moldado de
maneira a adquirir a forma desejada antes que desenvolva um processo de
endurecimento, adquirindo resistência suficiente para resistir sozinho
aos esforços que o solicitam.
12.000 a.C. – Israel
Reações entre calcário e argila xistosa
durante combustão espontânea formaram um depósito natural de compósitos
de cimento. Estes depósitos foram caracterizados por geólogos
israelenses na década de 70. Este é o cimento natural, o primeiro
cimento que os homens primeiro utilizaram.
Cimento: Mistura finamente moída de compósitos inorgânicos que quando combinados com água endurecem por hidratação.
Origem do Homem
Os primeiros Homo Sapiens refugiaram-se
nos lugares que a natureza lhes oferecia. Esses locais poderiam ser
aberturas nas rochas, cavernas, grutas ao pé de montanhas ou até no alto
delas. Mais tarde eles começariam a construir abrigos com as peles dos
animais que caçavam ou com as fibras vegetais das árvores das
imediações, que aprenderam a tecer, ou então combinando ambos os
materiais.
8.000 a 4.000 a.C. – Europa
É somente no final do neolítico e início
da idade do bronze que surgem as primeiras construções de pedra,
principalmente entre os
povos do Mediterrâneo e os da costa atlântica. No entanto, como esses
monumentos colossais tinham a função de templo ou de câmaras
mortuárias, não se tratando de moradias, seu advento não melhorou as
condições de habitação. Pelo peso dessas pedras, acredita-se que não
poderiam ter sido transportadas sem o conhecimento da alavanca. Existem
três tipos de formações megalíticas: as galerias cobertas, ou dolmens, espécie de corredor que possibilita o acesso a uma tumba; os menires, que são pedras gigantes cravadas verticalmente no solo encontrados isoladamente ou em fileiras (alinhamentos); e os cromlech, que são menires dispostos em círculo.As construções megalíticas mais famosas são as de Stonehenge, em Salisbury, na Inglaterra; as da ilha de Malta e as de Carnac, na França. Todos esses monumentos tem uma função ritual, já que não serviam de habitação.
Apesar de rudimentares vemos nestas edificações o desenvolvimento de estruturas aporticadas ( dolmens ), onde dois pilares de pedra apoiam uma viga também de pedra.
Para isto, organizamos o texto em forma
de linha cronológica e coletamos fatos diversos que consideramos
relevantes para a evolução da idéia de se construir com concreto. Concreto: Material
plástico que é moldado de maneira a adquirir a forma desejada antes
que desenvolva um processo de endurecimento, adquirindo resistência
suficiente para resistir sozinho aos esforços que o solicitam.Apesar de
rudimentares vemos nestas edificações o desenvolvimento de estruturas
aporticadas (dolméns, que são monumentos tumulares coletivos), onde
dois pilares de pedra apoiam uma viga também de pedra.
Interior de uma Habitação Neolítica - Skara Brae, Ilhas Órcadas 
É somente no final do neolítico e
início da idade do bronze que surgem as primeiras construções de pedra,
principalmente entre os povos do Mediterrâneo e os da costa atlântica.
No entanto, como esses monumentos colossais tinham a função de tem
plo ou de câmaras mortuárias, não se tratando de moradias, seu
advento não melhorou as condições de habitação. Pelo peso dessas
pedras, acredita-se que não poderiam ter sido transportadas sem o
conhecimento da alavanca.
Existem três tipos de formações
megalíticas: as galerias cobertas, ou dolmens, espécie de corredor que
possibilita o acesso a uma tumba; os menires, que são pedras gigantes
cravadas verticalmente no solo encontrados isoladamente ou em fileiras
(alinhamentos); e os cromlech, que são menires dispostos em círculo.
As construções megalíticas mais famosas
são as de Stonehenge, em Salisbury, na Inglaterra; as da ilha de Malta e
as de Carnac, na França. Todos esses monumentos tem uma função ritual,
já que não serviam de habitação.
Concreto na atualidade é definido como a
mistura de um aglomerante, o cimento, com agregados, normalmente areia
e pedras, água e, as vezes, aditivos, com a finalidade de construção
de peças para obras civis.
madeira) os povos desta região desenvolveram a fabricação de tijolos de barro e a construção sobre solos com pouca capacidade de suporte. Estes povos já sabiam da natureza frágil dos tijolos, como podemos observar pela forma de suas construções, como por vestígios do uso de esteiras de fibras vegetais para reforçar a estrutura de zigurates, combatendo os esforços de tração que tendem a desmoronar o maciço.
A idéia de combinar materiais frágeis e dúcteis é lançada.
3.000 a.C. a 2.500 a.C. – Egito
Uso de barro misturado com palha para
fabricação de tijolos (secosao ar livre) e de argamassas de gipsita e
de cal na construção das pirâmides.
Argamassa:
Pasta de um aglomerante misturado a areia.
Pasta de um aglomerante misturado a areia.
Cal:
Cal é o nome genérico de um aglomerante simples, resultante da
calcinação de rochas calcárias, que se apresentam sob diversas variedades, com características resultantes da natureza da matéria-prima empregada e do processamento conduzido.
A calcinação da rocha calcária pura resulta na produção de óxido de cálcio puro. Nas rochas calcárias naturais, é comum a associação do carbonato de cálcio com o carbonato de magnésio, que não constitui impureza propriamente dita, mas altera algumas propriedades da cal. A sílica, os óxidos de ferro e de alumínio são as impurezas que acompanham os carbonatos, em maior ou menor grau, na constituição das rochas calcárias.
Observa-se que na fabricação da cal estas impurezas podem alterar bastante as propriedades da cal produzida.
Cal é o nome genérico de um aglomerante simples, resultante da
calcinação de rochas calcárias, que se apresentam sob diversas variedades, com características resultantes da natureza da matéria-prima empregada e do processamento conduzido.
A calcinação da rocha calcária pura resulta na produção de óxido de cálcio puro. Nas rochas calcárias naturais, é comum a associação do carbonato de cálcio com o carbonato de magnésio, que não constitui impureza propriamente dita, mas altera algumas propriedades da cal. A sílica, os óxidos de ferro e de alumínio são as impurezas que acompanham os carbonatos, em maior ou menor grau, na constituição das rochas calcárias.
Observa-se que na fabricação da cal estas impurezas podem alterar bastante as propriedades da cal produzida.
Reação de Calcinação
A cal viva não é ainda o aglomerante
utilizado em construção. O óxido deve ser hidratado, transformando-se
em hidróxido, que é o constituinte básico do aglomerante cal. A
operação de hidratação recebe o nome de extinção (reação fortemente
exotérmica), e o hidróxido resultante denominase cal extinta.
Extinção da Cal Viva
A cal extinta é utilizada em mistura com
água e areia, em proporções apropriadas na elaboração de argamassas.
Estas têm consistência mais ou menos plástica, e endurecem por
recombinação do hidróxido com o gás carbônico presente na atmosfera,
reconstituindo o carbonato original, cujos cristais ligam-se de maneira
permanente aos grãos de agregado utilizado. Esse endurecimento se
processa com lentidão e ocorre, evidentemente de fora para dentro,
exigindo uma certa porosidade que permita, de um lado, a evaporação da
água em excesso e, de outro, a penetração do gás carbônico do ar
atmosférico. Devido a este processo, este aglomerante é chamado
freqüentemente de cal aérea. A cal não endurece debaixo da água e
depois de endurecida dissolve-se lentamente debaixo da água.
Endurecimento da cal
A calcinação do calcário pode ser realizada em instalações rudimentares, de forma similar à qual os nossos antepassados a fabricavam dispondo camadas de calcário e carvão vegetal ou através de fornos modernos, de produção ininterrupta e de alto padrão de qualidade como os fornos rotativos.
Gipsita
É constituída por sulfato bi-hidratado de cálcio (CaSO4.H20) geralmente acompanhado de uma certa proporção de impurezas, como sílica, alumina, óxido de ferro, carbonatos de cálcio e magnésio. Da sua calcinação obtém-se o gesso, um aglomerante que endurece por hidratação, mas que se dissolve lentamente na água, inclusive pela ação da chuva. O gesso é obtido por processo semelhante ao empregado na fabricação da cal.
É constituída por sulfato bi-hidratado de cálcio (CaSO4.H20) geralmente acompanhado de uma certa proporção de impurezas, como sílica, alumina, óxido de ferro, carbonatos de cálcio e magnésio. Da sua calcinação obtém-se o gesso, um aglomerante que endurece por hidratação, mas que se dissolve lentamente na água, inclusive pela ação da chuva. O gesso é obtido por processo semelhante ao empregado na fabricação da cal.
800 a.C. – Grécia: Creta e Cyprus
Uso de argamassas de cal mais
resistentes que as argamassas romanas. Construção de muros e paredes de
baixo custo compostas por tijolos de barro (secos ao sol) ou pedras,
assentados diretamente uns sobre os outros ou com argila e reforçados
com madeira apareceram cedo na Grécia e foram comuns mesmo na era
clássica para edificações modestas. Nas construções monumentais gregas,
ao invés de argamassa, grampos ou tarugos de ferro foram geralmente
usados para manter juntos os blocos de pedra.
500 a.C. – Atenas
Apesar de o cimento e a argamassa não terem sido usados na Grécia, tanto para a construção de paredes ou fundações, o cimento hidráulico já era conhecido desde o começo do século V a.C. e foi comumente utilizado para revestir fontes atenienses deste período.
437 a.C. – Atenas
Propylaea, Atenas – Barra de ferro inserida na viga sobre os pilares
Estas barras de ferro não podem ser
interpretadas como pertencendo a uma forma similar à armadura utilizada
no moderno concreto armado, entretanto podemos considerar outra forma
incipiente de se associar um material dúctil a um material frágil, de
modo a permitir o uso do material frágil sob tração.
Cal Pozolânica
Os romanos descobriram que, misturando uma cinza vulcânica encontrada nas proximidades do Vesúvio chamada pozolana com cal hidratada (que entra em proporção variável, de 25 a 45%), obtinham um aglomerante que endurecia sob a água. Esse material, atualmente encontrase em desuso. Sua reação de endurecimento se dá por processo químico e produz um material resistente sob a água.
Os romanos descobriram que, misturando uma cinza vulcânica encontrada nas proximidades do Vesúvio chamada pozolana com cal hidratada (que entra em proporção variável, de 25 a 45%), obtinham um aglomerante que endurecia sob a água. Esse material, atualmente encontrase em desuso. Sua reação de endurecimento se dá por processo químico e produz um material resistente sob a água.
Cal Hidráulica
O nome cal hidráulica é aplicado a uma família de aglomerante de composição variada, obtidos pela calcinação de rochas calcárias que, natural ou artificialmente, contenham uma porção apreciável de materiais argilosos. O produto goza da propriedade de endurecer sob a água, embora, pela quantidade de hidróxido de cálcio que contém, sofra também ação de endurecimento pela carbonatação proveniente da fixação de CO2 do ar.
A cal hidráulica é fabricada por processos semelhante ao da fabricação da cal comum. A matéria-prima é calcinada em fornos e o produto obtido subseqüentemente extinto. Apesar de endurecer sob a água (reação de hidratação) e resistir quando imerso, não é um produto apropriado para construções sob a água, pois usa pega é muito lenta.
O nome cal hidráulica é aplicado a uma família de aglomerante de composição variada, obtidos pela calcinação de rochas calcárias que, natural ou artificialmente, contenham uma porção apreciável de materiais argilosos. O produto goza da propriedade de endurecer sob a água, embora, pela quantidade de hidróxido de cálcio que contém, sofra também ação de endurecimento pela carbonatação proveniente da fixação de CO2 do ar.
A cal hidráulica é fabricada por processos semelhante ao da fabricação da cal comum. A matéria-prima é calcinada em fornos e o produto obtido subseqüentemente extinto. Apesar de endurecer sob a água (reação de hidratação) e resistir quando imerso, não é um produto apropriado para construções sob a água, pois usa pega é muito lenta.
300 a.C. a 476 d.C – Império Romano
O concreto foi usado na construção dos muros de uma cidade romana no século IV a.C. situada a 64km de Roma e no século II a.C. este novo material começou a ser usado em edificações em Roma. A pozolana de Pozzuoli, Itália, localidade próxima ao Monte Vesúvio foi utilizada em argamassas utilizadas para construir a Via Ápia, os banhos romanos, o Coliseu e o Pantheon em Roma e aquedutos, como Pont du Gard no sul da França. Os romanos usaram a cal como material cimentíceo. Plínio relata uma argamassa com proporção 1:4 de cal e areia. Vitruvius reporta uma argamassa com proporção 1:2 de cal e pozolana. Gordura animal, leite e sangue foram usados como aditivos para incorporar ar à mistura.
Arquitetura romana, começando no último período republicano, diferenciou-se dos precedentes gregos pelo uso de novos materiais e novas formas. Tijolos (cozidos) e concreto foram utilizados na criação de edifícios públicos com espaçosos, abobadados interiores. Para dar sustentamento a estes experimentos arquitetônicos, construtores romanos similarmente introduziram novas soluções técnicas. A mais importante inovação nas fundações romanas foram as plataformas de concreto. A capacidade hidráulica do cimento pozolânico (ou mais corretamente cal pozolânica) utilizado pelos romanos permitiu que as fundações pudessem serlançadas mesmo sob a água, como por exemplo em Ostia, a cidade portuária de Roma. Roma se situa sobre uma região onde predominam solos arenosos de origem vulcânica. Deste fato resultou a necessidade de que as valas abertas para a construção das edificações fossem revestidas com madeira para evitar desmoronamentos e prover uma fôrma para o concreto.
O concreto foi usado na construção dos muros de uma cidade romana no século IV a.C. situada a 64km de Roma e no século II a.C. este novo material começou a ser usado em edificações em Roma. A pozolana de Pozzuoli, Itália, localidade próxima ao Monte Vesúvio foi utilizada em argamassas utilizadas para construir a Via Ápia, os banhos romanos, o Coliseu e o Pantheon em Roma e aquedutos, como Pont du Gard no sul da França. Os romanos usaram a cal como material cimentíceo. Plínio relata uma argamassa com proporção 1:4 de cal e areia. Vitruvius reporta uma argamassa com proporção 1:2 de cal e pozolana. Gordura animal, leite e sangue foram usados como aditivos para incorporar ar à mistura.
Arquitetura romana, começando no último período republicano, diferenciou-se dos precedentes gregos pelo uso de novos materiais e novas formas. Tijolos (cozidos) e concreto foram utilizados na criação de edifícios públicos com espaçosos, abobadados interiores. Para dar sustentamento a estes experimentos arquitetônicos, construtores romanos similarmente introduziram novas soluções técnicas. A mais importante inovação nas fundações romanas foram as plataformas de concreto. A capacidade hidráulica do cimento pozolânico (ou mais corretamente cal pozolânica) utilizado pelos romanos permitiu que as fundações pudessem serlançadas mesmo sob a água, como por exemplo em Ostia, a cidade portuária de Roma. Roma se situa sobre uma região onde predominam solos arenosos de origem vulcânica. Deste fato resultou a necessidade de que as valas abertas para a construção das edificações fossem revestidas com madeira para evitar desmoronamentos e prover uma fôrma para o concreto.
Estes solos possuem pouca capacidade de
suporte. A solução adotada para distribuir as enormes cargas dos
edifícios públicos, evitando recalques diferenciais e reduzir a pressão
aplicada sobre o solo foi a adoção de espessos radiers, sob toda a
estrutura.
Além disso, como o peso da fundação é grande quando comparado com o da superestrutura, muitos dos problemas resultantes do adensamento do solo podem ser corrigidos antes de que uma significante porção da superestrutura tenha sido construída.
Apesar de caros, os radiers foram uma solução tecnicamente muito adequada utilizada pelos romanos.
Além disso, como o peso da fundação é grande quando comparado com o da superestrutura, muitos dos problemas resultantes do adensamento do solo podem ser corrigidos antes de que uma significante porção da superestrutura tenha sido construída.
Apesar de caros, os radiers foram uma solução tecnicamente muito adequada utilizada pelos romanos.
A fundação do Coliseu consiste de um
anel com 12m de profundidade, construído com concreto ciclópico.
Similarmente, o Pantheon se assenta sobre um anel de concreto com 4,5m
de profundidade e 7m de largura.
No norte da Europa, aonde densos siltes e argilas prevalecem, as
fundações romanas sofreram alterações. Valas eram cavadas de maneira a
acomodar fundações lineares construídas em pedra e concreto.
Características destas regiões são os espessos muros construídos nos
últimos anos do Império. Muitos deles são construídos em largas e
profundas fundações construídas com grades blocos de pedra de cantaria
retiradas de monumentos sacrificados para as campanhas defensivas. Na
construção de muros, o concreto romano era em alguns aspectos
simplesmente argamassa, utilizada para assentar tijolos nas faces externas dos muros e preencher os vazios entre pedaços de pedra ou tijolos quebrados que eram colocados no espaço entre as faces de alvenaria. Diferentemente da prática moderna, que emprega fôrmas metálicas ou de madeira temporárias para suportar o concreto fresco até que ele endureça, os romanos freqüentemente empregaram na construção de seus muros e pilares fôrmas de pedras ou tijolos, classificadas de acordo com o padrão do revestimento usado. Os três principais tipos foram opus incertum, um revestimento irregular de pequenos paralelepípedos, opus reticulatum, pedras quadradas assentadas diagonalmente e opus testaceum, revestimento de tijolos.
simplesmente argamassa, utilizada para assentar tijolos nas faces externas dos muros e preencher os vazios entre pedaços de pedra ou tijolos quebrados que eram colocados no espaço entre as faces de alvenaria. Diferentemente da prática moderna, que emprega fôrmas metálicas ou de madeira temporárias para suportar o concreto fresco até que ele endureça, os romanos freqüentemente empregaram na construção de seus muros e pilares fôrmas de pedras ou tijolos, classificadas de acordo com o padrão do revestimento usado. Os três principais tipos foram opus incertum, um revestimento irregular de pequenos paralelepípedos, opus reticulatum, pedras quadradas assentadas diagonalmente e opus testaceum, revestimento de tijolos.
Mas na construção de abóbadas, que se
tornaram dominantes na arquitetura romana, concreto era claramente
usado de acordo com sua própria natureza, um material plástico que
podia ser moldado até que desenvolvesse resistência suficiente para se
manter de pé sozinho. Uma vez que as paredes de alvenaria alcançavam a
altura necessária, escoramentos de madeira para a construção das
cúpulas eram erigidas. A escassez de madeira em grande parte do Império
Romano demandava economia na preparação das fôrmas, sendo o
reaproveitamento de fôrmas e escoramento prática comum. Pisos
alternados de edifícios eram freqüentemente suportados por cúpulas de
concreto enquanto os pisos entre eles eram construídos em madeira. Foi a
técnica de se construir com concreto que constituiu a base para a
ordem espacial encontrada na arquitetura romana.
A expressão máxima do desenvolvimento da cúpula durante o Império Romano é encontrada do Pantheon de Roma, construído entre 118 e 128. Sua cúpula de 43m de diâmetro apoia-se num cilindro composto por um núcleo concreto
pozolânico revestido com tijolos e mármore com 6m de espessura nas nervuras.
A expressão máxima do desenvolvimento da cúpula durante o Império Romano é encontrada do Pantheon de Roma, construído entre 118 e 128. Sua cúpula de 43m de diâmetro apoia-se num cilindro composto por um núcleo concreto
pozolânico revestido com tijolos e mármore com 6m de espessura nas nervuras.
O principal uso dos arcos se deu na
construção de aquedutos, pontes e como estruturas de alívio, desviando a
carga de aberturas nas paredes de alvenaria.
As cidades e fortificações do vasto
Império Romano eram ligadas por um notável sistema de estradas, muitas
das quais resistem até hoje. O leito das estradas romanas representa
uma obra de mestre em termos de dimensionamento de fundações,
sobrepondo camadas de resistência crescente a uma camada drenante de
areia. O pavimento era escolhido conforme o tráfego da estrada, podendo
ser de concreto ou paralelepípedos.
A idéia de associar barras metálicas à
pedra ou argamassa com a finalidade de aumentar a resistência às
solicitações de serviço remonta ao tempo dos romanos. Durante a
recuperação das ruínas das termas de Caracalla em Roma, notou-se a
existência de barras de bronze dentro da argamassa de pozolana, em
pontos onde o vão a vencer era maior do que o normal na época.
Idade Média
Arquitetos medievais utilizaram pedras
na maioria de suas construções. Para a fundação, construtores góticos
usualmente preenchiam uma vala com pedregulhos e os compactavam para
servir de base para a alvenaria, mas em alguns edifícios mais
importantes, uma fundação melhor era feita com um resistente concreto
constituído por pedregulhos e argamassa de cal. Muros inteiros eram
feitos com pedras assentadas com argamassa, mas freqüentemente as faces
exteriores eram cuidadosamente confeccionadas com pedras de cantaria,
utilizando argamassa e pedregulhos para preencher o interior do muro,
similarmente como os romanos faziam.
A Idade Média não trouxe inovações expressivas no emprego de argamassas e concretos. Pelo contrário, a qualidade dos materiais cimentíceos em geral decai, perdendo-se o uso da cal pozolânica (adição). Há evidências de que no vale do Rio Reno, tarras, uma rocha vulcânica era adicionada à mistura. Pó de tijolos de barro também foram utilizados para aumentar a resistência das argamassas. Inovações expressivas só começam a ocorrer no século XVIII no tocante ao uso de cimentos e argamassas.
A Idade Média não trouxe inovações expressivas no emprego de argamassas e concretos. Pelo contrário, a qualidade dos materiais cimentíceos em geral decai, perdendo-se o uso da cal pozolânica (adição). Há evidências de que no vale do Rio Reno, tarras, uma rocha vulcânica era adicionada à mistura. Pó de tijolos de barro também foram utilizados para aumentar a resistência das argamassas. Inovações expressivas só começam a ocorrer no século XVIII no tocante ao uso de cimentos e argamassas.
1586 – Simon Stevinus, Holanda
Os fundamentos da estática gráfica são publicados por Simon Stevinus em seu livro Mathematicorum Hipomnemata de Statica.
1678 – Robert Hooke, Inglaterra
Hooke estabelece os fundamentos da elasticidade através de seus experimentos com molas.
1678 – Joseph Moxon, Inglaterra
Joseph Moxon descreve a natureza
exotérmica da reação de hidratação da cal virgem, escrevendo sobre um
"fogo escondido" na cal, que aparece com a adição de água à cal virgem.
Muito dos estudos iniciais do cimento foram dirigidos para melhorar as
argamassas, particularmente as utilizadas na construção de estruturas
portuárias no século XIX, visando melhorar sua estabilidade sob a água.
Entretanto, logo reconheceu-se a vantagem de se utilizar o cimento como concreto.
O Farol de Eddystone se situava em Cornwall, 9km ao sudoeste do Porto de Plymouth, um dos portos ingleses mais movimentados da época.
Após a terceira versão do farol ter sido queimada numa noite de dezembro de 1755, John Smeaton foi escolhido para dirigir sua reconstrução. Sob a maré alta, a rocha aonde o Farol de Eddystone deveria ser reconstruído era coberta pelo mar, o que constituía um ambiente bastante agressivo. Ciente deste fato, Smeaton sabia que a escolha da argamassa a ser utilizada seria decisiva para o sucesso da
construção e para a durabilidade do farol. Por isso, ele empreendeu uma série de experimentos de modo a obter uma cal que possuísse propriedades hidráulicas (endurecesse e resistisse sob a água) e
que também fosse econômica.
Smeaton iniciou uma série de experimentos para determinar o cimento que poderia ser utilizado, chegando a várias conclusões. Primeiro ele descobriu que o uso de cal produzida a partir de "uma queima imperfeita" do calcário era inútil, ou seja, de que a cal comum não resistia sob a água. Segundo, ele descobriu que a dureza da rocha a partir da qual a cal era produzida não influía na dureza da argamassa produzida a partir de testes com uma grande variedade de rochas calcárias que poderiam fornecer matéria-prima para a produção de cal.
Testes foram feitos com argamassas contendo pedra pomes, cinzas volantes, resíduos de tijolos e escória de forjas de ferreiros e várias outras substâncias que algumas vezes tenham sido utilizadas para conferir propriedades hidráulicas à argamassa. As substâncias que provaram ser mais eficientes foram a pozolana e uma rocha vulcânica chamada tarras. Depois de testar diferentes misturas dos ingredientes da argamassa, Smeaton estimou seu custo por volume. A adição de Tarras foi então escolhida com base em seu custo.
Entretanto o destino mudou a escolha de Smeaton. Uma grande quantidade de pozolana havia sido importada da Itália por um mercador de Plymouth que intencionava comercializá-la a um alto preço para a construção da Ponte de Westminster. Entretanto, tendo a especulação do mercador falhado, ele comercializou esta pozolana para a construção do Farol de Eddystone a um preço mais baixo que o orçado para tarras.
Em suas experiências Smeaton descobriu que o cimento hidráulico dependia de uma considerável quantidade de argila existente na rocha calcária (e que portanto era queimada junto com a cal), embora argila adicionada posteriormente à cal não resultasse em qualidades hidráulicas. Sem conhecimento algum da complexa química dos cimentos, Smeaton havia determinado as características fundamentais do cimento hidráulico natural a partir de um dos primeiros estudos exaustivos de um material de construção. O tempo mostrou que as investigações de Smeaton resultaram em um aglomerante de excelente qualidade, pois sua versão do farol durou mais de um século.
O Farol de Eddystone se situava em Cornwall, 9km ao sudoeste do Porto de Plymouth, um dos portos ingleses mais movimentados da época.
Após a terceira versão do farol ter sido queimada numa noite de dezembro de 1755, John Smeaton foi escolhido para dirigir sua reconstrução. Sob a maré alta, a rocha aonde o Farol de Eddystone deveria ser reconstruído era coberta pelo mar, o que constituía um ambiente bastante agressivo. Ciente deste fato, Smeaton sabia que a escolha da argamassa a ser utilizada seria decisiva para o sucesso da
construção e para a durabilidade do farol. Por isso, ele empreendeu uma série de experimentos de modo a obter uma cal que possuísse propriedades hidráulicas (endurecesse e resistisse sob a água) e
que também fosse econômica.
Smeaton iniciou uma série de experimentos para determinar o cimento que poderia ser utilizado, chegando a várias conclusões. Primeiro ele descobriu que o uso de cal produzida a partir de "uma queima imperfeita" do calcário era inútil, ou seja, de que a cal comum não resistia sob a água. Segundo, ele descobriu que a dureza da rocha a partir da qual a cal era produzida não influía na dureza da argamassa produzida a partir de testes com uma grande variedade de rochas calcárias que poderiam fornecer matéria-prima para a produção de cal.
Testes foram feitos com argamassas contendo pedra pomes, cinzas volantes, resíduos de tijolos e escória de forjas de ferreiros e várias outras substâncias que algumas vezes tenham sido utilizadas para conferir propriedades hidráulicas à argamassa. As substâncias que provaram ser mais eficientes foram a pozolana e uma rocha vulcânica chamada tarras. Depois de testar diferentes misturas dos ingredientes da argamassa, Smeaton estimou seu custo por volume. A adição de Tarras foi então escolhida com base em seu custo.
Entretanto o destino mudou a escolha de Smeaton. Uma grande quantidade de pozolana havia sido importada da Itália por um mercador de Plymouth que intencionava comercializá-la a um alto preço para a construção da Ponte de Westminster. Entretanto, tendo a especulação do mercador falhado, ele comercializou esta pozolana para a construção do Farol de Eddystone a um preço mais baixo que o orçado para tarras.
Em suas experiências Smeaton descobriu que o cimento hidráulico dependia de uma considerável quantidade de argila existente na rocha calcária (e que portanto era queimada junto com a cal), embora argila adicionada posteriormente à cal não resultasse em qualidades hidráulicas. Sem conhecimento algum da complexa química dos cimentos, Smeaton havia determinado as características fundamentais do cimento hidráulico natural a partir de um dos primeiros estudos exaustivos de um material de construção. O tempo mostrou que as investigações de Smeaton resultaram em um aglomerante de excelente qualidade, pois sua versão do farol durou mais de um século.
1757 – Leonhard Euler
O matemático suíço Euler publica um
trabalho estabelecendo uma fórmula para determinação da máxima carga
que podia ser aplicada a uma coluna antes dela flambar
1770 – Pantheon de Paris
A associação do ferro com a pedra
natural modernamente aparece pela primeira vez na estrutura da Igreja
de Santa Genoveva, hoje Pantheon, em Paris, 1770. Segundo seu
arquiteto, Jacques Germain Soufflot, a intenção era de reunir nesta
obra a leveza do gótico com a pureza da arquitetura grega. Existindo
poucas colunas na fachada, era necessário executar grandes vigas
capazes de efetuar a transferência das elevadas cargas da
superestrutura para as fundações. Com o senso admirável de Rondelet
foram executadas em pedra lavrada, verdadeiras vigas modernas de
concreto armado, com barras longitudinais retas na zona de tração e
barras transversais de cisalhamento. As barras longitudinais eram
enfiadas em furos executados artesanalmente nas pedras e os espaços
vazios eram preenchidos com uma argamassa de cal.
1775 – França
Reorganização do currículo de engenharia da Ecole des Ponts et Chausées em Paris.
1775 – Charles Augustin Coulomb, França
Coulomb, um físico e engenheiro militar
francês, estabelece os fundamentos da teoria de vigas: a linha neutra
de uma seção retangular homogênea se situa na metade da sua altura, a
resultante das forças de tração atuantes de um lado do eixo neutro é
igual à resultante de compressão do outro lado e a resistência dos
esforços internos da viga deve equilibrar o momento introduzido pelas
cargas externas.
1779 – Stucco de Bryan Higgins, Inglaterra
Por alguma razão, as investigações de
Smeaton não chegaram Bryan Higgins, um físico irlandês, que lecionava
em uma escola de química em Londres. Após uma série de cuidadosos
estudos laboratoriais ele patenteou uma forma de
stucco (espécie de cimento hidráulico) contendo cal, areia e cinzas de ossos que ele havia utilizado no reboco externo de várias casas. Entretanto o stucco de Higgins não resistia bem à ação do clima e desapareceu com a competição do cimento romano de James Parker.
stucco (espécie de cimento hidráulico) contendo cal, areia e cinzas de ossos que ele havia utilizado no reboco externo de várias casas. Entretanto o stucco de Higgins não resistia bem à ação do clima e desapareceu com a competição do cimento romano de James Parker.
1780 – Bryan Higgins, Inglaterra
Bryan Higgins publica "Experimentos e
Observações Realizados com o Intuito de Melhorar a Arte de Compor e
Aplicar Cimentos Calcários e Preparar Argamassas".
1796 – Cimento Romano de James Parker, Inglaterra
James Parker patenteia um cimento
hidráulico natural, obtido da calcinação de nódulos de calcário impuro
contendo argila. Este cimento é chamado Cimento de Parker ou Romano.
Este material, primeiramente conhecido como cimento de Parker e depois como cimento romano era feito a partir de "nódulos" encontrados em vários lugares na Inglaterra. Conhecidos localmente como pedras de cimento e tecnicamente como septaria, estas pedras de forma arredondada continham veios e um núcleo de material argiloso. Para produzir cimento romano, estes nódulos eram despedaçados por meninos munidos de marretas e carregados para fornos em forma de garrafa com capacidade para até 30t, aonde carvão necessário para queimá-los era adicionado. Após três dias, a rocha que já havia sido suficientemente queimada podia ser retirada por uma abertura na parte de baixo do forno e mais rocha e carvão eram adicionados no topo do forno. A rocha calcinada era então moída e peneirada antes de ser acondicionada em barris para expedição.
Pouco tempo depois de Parker receber sua patente, os diretores da "British Society for Extending the Fisheries and Improving the Sea Coasts of This Kingdom" autorizou que o seu produto fosse testado por um engenheiro desta sociedade, Thomas Telford, que possuía considerável experiência na construção de canais e estruturas portuárias. O relatório de Telford foi tão favorável que Parker rapidamente publicou-o em panfletos promocionais. Por alguma razão, após dois anos, Parker vende sua patente a Samuel Wyatt e seu sobrinho Charles Wyatt. A fábrica de Wyatt
prosperou até pelo menos 1810, quando a patente de Parker expirou. Sucessivos membros da família Wyatt herdaram a direção da companhia e o desenvolvimento de outros produtos após 1810 sugere que as vendas do cimento romano de Parker declinaram em face à competição que havia se materializado.
Este material, primeiramente conhecido como cimento de Parker e depois como cimento romano era feito a partir de "nódulos" encontrados em vários lugares na Inglaterra. Conhecidos localmente como pedras de cimento e tecnicamente como septaria, estas pedras de forma arredondada continham veios e um núcleo de material argiloso. Para produzir cimento romano, estes nódulos eram despedaçados por meninos munidos de marretas e carregados para fornos em forma de garrafa com capacidade para até 30t, aonde carvão necessário para queimá-los era adicionado. Após três dias, a rocha que já havia sido suficientemente queimada podia ser retirada por uma abertura na parte de baixo do forno e mais rocha e carvão eram adicionados no topo do forno. A rocha calcinada era então moída e peneirada antes de ser acondicionada em barris para expedição.
Pouco tempo depois de Parker receber sua patente, os diretores da "British Society for Extending the Fisheries and Improving the Sea Coasts of This Kingdom" autorizou que o seu produto fosse testado por um engenheiro desta sociedade, Thomas Telford, que possuía considerável experiência na construção de canais e estruturas portuárias. O relatório de Telford foi tão favorável que Parker rapidamente publicou-o em panfletos promocionais. Por alguma razão, após dois anos, Parker vende sua patente a Samuel Wyatt e seu sobrinho Charles Wyatt. A fábrica de Wyatt
prosperou até pelo menos 1810, quando a patente de Parker expirou. Sucessivos membros da família Wyatt herdaram a direção da companhia e o desenvolvimento de outros produtos após 1810 sugere que as vendas do cimento romano de Parker declinaram em face à competição que havia se materializado.
1802 – França
Uso de um processo de fabricação de cimento romano similar ao de Parker.
1810 – Edgar Dobbs, Inglaterra.
Edgar Dobbs recebe uma patente para
argamassas hidráulicas, stucco e reboco, embora este material possua
baixa qualidade em virtude à falta de precauções com o forno de
calcinação.
1818 – Louis Joseph Vicat, França
Desde os experimentos de Smeaton pouco
havia sido feito para o desenvolvimento de uma teoria que explicasse o
comportamento e as propriedades
físicas do cimento até que Vicat publica Recherches expérimentales sur les chaux de construction, le béton et les mortiers, que reune seus estudos e conclusões sobre seus ensaios realizados sobre cimentos.
Nesta época ele estava dirigindo a construção de uma ponte sobre o Rio Dordogne, o primeiro grande projeto em que as fundações de concreto foram feitas sem o uso de pozolana, o que o levou a investigar as propriedades do cimento.
Vicat investigou os fatores que poderiam resultar em uma argamassa capaz de endurecer abaixo da água. Misturando cal, gesso e argilas de diferente tipos e em diferentes proporções, Vicat preparou pequenos blocos dos materiais testados.
De maneira bastante simples, ele concluiu que "não há argamassa hidráulica perfeita sem sílica e que toda cal que pode ser denominada hidráulica contém certa quantidade de argila. Onde Smeaton procurou pelo mais vantajoso material natural para a produção de cimento hidráulico, a conclusão de Vicat implicava que a chave estava no planejamento das misturas, que poderiam resultar em tipos de cimento muito mais resistentes que os naturalmente encontrados.
Vicat desenvolveu um método que é utilizado até hoje para determinar o tempo de pega e de endurecimento do cimento, baseado na penetração de uma agulha numa amostra de pasta de cimento fresco.
físicas do cimento até que Vicat publica Recherches expérimentales sur les chaux de construction, le béton et les mortiers, que reune seus estudos e conclusões sobre seus ensaios realizados sobre cimentos.
Nesta época ele estava dirigindo a construção de uma ponte sobre o Rio Dordogne, o primeiro grande projeto em que as fundações de concreto foram feitas sem o uso de pozolana, o que o levou a investigar as propriedades do cimento.
Vicat investigou os fatores que poderiam resultar em uma argamassa capaz de endurecer abaixo da água. Misturando cal, gesso e argilas de diferente tipos e em diferentes proporções, Vicat preparou pequenos blocos dos materiais testados.
De maneira bastante simples, ele concluiu que "não há argamassa hidráulica perfeita sem sílica e que toda cal que pode ser denominada hidráulica contém certa quantidade de argila. Onde Smeaton procurou pelo mais vantajoso material natural para a produção de cimento hidráulico, a conclusão de Vicat implicava que a chave estava no planejamento das misturas, que poderiam resultar em tipos de cimento muito mais resistentes que os naturalmente encontrados.
Vicat desenvolveu um método que é utilizado até hoje para determinar o tempo de pega e de endurecimento do cimento, baseado na penetração de uma agulha numa amostra de pasta de cimento fresco.
1820 – Canvass White, Estados Unidos
Canvass White obtém a primeira patente
de um cimento hidráulico natural nos Estados Unidos, a partir de testes
realizados sobre rochas calcárias utilizadas para produzir cal para a
construção do Erie Canal (conectando Lake Erie e o Atlântico via o Rio
Hudson).
A patente de White foi subsequentemente comprada pelo Estado de Nova Iorque, resultando na retirada de todas as restrições de fabricação deste cimento.
A patente de White foi subsequentemente comprada pelo Estado de Nova Iorque, resultando na retirada de todas as restrições de fabricação deste cimento.
1824 – Cimento Portland de Joseph Aspdin, Inglaterra
Joseph Aspdin inventa o
cimento Portland, queimando calcário e argila finamente moídos e
misturados a altas temperaturas até que o gás carbônico (CO2) fosse
retirado. O material obtido era então moído. Aspdin denomina este
cimento como cimento Portland em menção às jazidas de excelente pedra
para construção existentes em Portland, Inglaterra.
A definição moderna de cimento Portland não poderia ser aplicável ao produto que Aspdin patenteou. O cimento Portland hoje em dia é "feito a partir da queima a altas temperaturas – até a fusão incipiente do material – de uma mistura definida de rocha calcária e argila finamente moídas resultando no clínquer. É duvidoso que o cimento produzido sob a patente de Aspdin de 1824 tenha sido queimado a uma temperatura suficiente para produzir clínquer e além disso, sua patente não define as proporções dos ingredientes empregados. Desta forma, Aspdin não produziu cimento portland como conhecemos atualmente.
Em 1825 Aspdin estabeleceu uma fábrica de cimento em um subúrbio de Leeds. Os fornos utilizados para queimar o material cru foram construídos em alvenaria com a forma de uma garrafa, com aproximadamente 12m de altura e 5,6m de diâmetro próximo à base. Entretanto, estes fornos eram bastante precários, pois havia um grande desperdício de combustível (cada fornada necessitava que a massa inteira de tijolos fosse reaquecida e certas velocidades e direção do vento podiam resultar num consumo de coque acima da metade do peso de clínquer produzido) e uma grande percentagem do produto era queimado imperfeitamente, o que requeria um tedioso e custoso trabalho de inspeção e classificação manual.
A definição moderna de cimento Portland não poderia ser aplicável ao produto que Aspdin patenteou. O cimento Portland hoje em dia é "feito a partir da queima a altas temperaturas – até a fusão incipiente do material – de uma mistura definida de rocha calcária e argila finamente moídas resultando no clínquer. É duvidoso que o cimento produzido sob a patente de Aspdin de 1824 tenha sido queimado a uma temperatura suficiente para produzir clínquer e além disso, sua patente não define as proporções dos ingredientes empregados. Desta forma, Aspdin não produziu cimento portland como conhecemos atualmente.
Em 1825 Aspdin estabeleceu uma fábrica de cimento em um subúrbio de Leeds. Os fornos utilizados para queimar o material cru foram construídos em alvenaria com a forma de uma garrafa, com aproximadamente 12m de altura e 5,6m de diâmetro próximo à base. Entretanto, estes fornos eram bastante precários, pois havia um grande desperdício de combustível (cada fornada necessitava que a massa inteira de tijolos fosse reaquecida e certas velocidades e direção do vento podiam resultar num consumo de coque acima da metade do peso de clínquer produzido) e uma grande percentagem do produto era queimado imperfeitamente, o que requeria um tedioso e custoso trabalho de inspeção e classificação manual.
1828 – Inglaterra
I. K. Brunel é creditada a primeira aplicação de cimento Portland, que foi
utilizado para preencher uma fenda no Túnel do Tâmisa.
utilizado para preencher uma fenda no Túnel do Tâmisa.
1836 – Alemanha
Têm início os primeiros ensaios sistemáticos para determinação da resistência a tração e compressão do cimento.
1836 – George Godwin, Inglaterra
Uso do concreto é descrito por um artigo
de George Godwin para o Institute of British Architects. Segundo ele,
para fundações uma mistura de cal, água e pedras podia ser utilizada,
colocando-se numa trincheira camadas alternadas de pedra e argamassa,
compactando-se a mistura após o lançamento da argamassa. É interessante
notar que hoje em dia são utilizados métodos parecidos a este para a
construção de pavimentos flexíveis. Godwin descreve também que a cal e
as pedras podiam ser lançadas secas em uma escavação coberta por água.
Observa-se na década de 1830 um desenvolvimento incipiente do uso do concreto, principalmente em fundações, estabelecendo-se o termo concreto para uma massa sólida em que cimento, areia, água e pedras são combinadas.
Observa-se na década de 1830 um desenvolvimento incipiente do uso do concreto, principalmente em fundações, estabelecendo-se o termo concreto para uma massa sólida em que cimento, areia, água e pedras são combinadas.
1845 – Isaac Johnson, Inglaterra
Isaac Charles Johnson, da J.B. White and
Sons afirma ter queimado argila e calcário a uma temperatura
suficiente a produzir clínquer.
1847/1848 – Controvérsias sobre o Cimento, Inglaterra
Na década de 1840, controvérsias sobre a
resistência dos cimentos produzidos na região de Londres levaram a um
grande desenvolvimento do cimento. J.B. White and Sons e a Aspdin and
Company tiveram amostras de seus cimentos testados em prensas
hidráulicas de 75t em 1847 e 1848. Os resultados obtidos foram bastante
semelhantes a ensaios parecidos conduzidos em 1862 com amostras de um
cimento reconhecidamente Portland (em sua concepção moderna), o que nos
leva a crer que desde 1848, cimento Portland tenha sido produzido por
ambas as companhias ou talvez pelas quatro empresas existentes na
Inglaterra.
1850 a 1900 – Alemanha
Na segunda metade do século XIX, a Alemanha foi o principal centro de desenvolvimento de métodos e testes para o cimento.
A melhoria da qualidade do cimento decorreu principalmente a avanços no projeto dos fornos que aumentaram a uniformidade do clínquer e da introdução em 1871 de análises químicas sistemáticas de toda matéria-prima utilizada. Uma maior proporção de calcário e fornos capazes de suportar temperaturas mais altas
resultaram num clínquer mais duro. Em 1875 foi reconhecido que os maiores grãos do clínquer moído faziam pouco pela resistência do cimento e em dois anos somente 3 a 4% das partículas do cimento alemão eram retidas na peneira no 6000 (6000 furos por polegada quadrada). Todas estas melhorias técnicas foram assistidas pelo governo alemão, seus laboratórios e instalações das Universidades Técnicas.
A melhoria da qualidade do cimento decorreu principalmente a avanços no projeto dos fornos que aumentaram a uniformidade do clínquer e da introdução em 1871 de análises químicas sistemáticas de toda matéria-prima utilizada. Uma maior proporção de calcário e fornos capazes de suportar temperaturas mais altas
resultaram num clínquer mais duro. Em 1875 foi reconhecido que os maiores grãos do clínquer moído faziam pouco pela resistência do cimento e em dois anos somente 3 a 4% das partículas do cimento alemão eram retidas na peneira no 6000 (6000 furos por polegada quadrada). Todas estas melhorias técnicas foram assistidas pelo governo alemão, seus laboratórios e instalações das Universidades Técnicas.
1850– B. P. E. Clapeyron, França
Clapeyron, um engenheiro francês começa a
utiliza um novo método para resolver o problema de vigas contínuas, o
"Teorema dos Três Momentos".
1850 a 1855 – Joseph Louis Lambot, França
A primeira publicação sobre Cimento
Armado (denominação do concreto armado até mais ou menos 1920) foi do
francês Joseph Louis Lambot. Presume-se que em 1850 Lambot efetuou as
primeiras experiências práticas do efeito da introdução de ferragens
numa massa de concreto. Em 1954, Lambot já executava construções de
"cimento armado" com diversas finalidades.
Imerso em estudos sobre o concreto armado e motivado por problemas com a
manutenção de canoas de madeira utilizadas para lazer em um pequeno
lago existente em sua propriedade em Miraval, no Var sul da França
Lambot tem a idéia de construir um barco de concreto. Nada mais lógico,
pois o concreto é durável, requer pouca manutenção e resistente bem em
meios aquáticos. Lambot empregou para a construção de sua canoa uma
malha fina de barras finas de ferro (ou arame), entrelaçadas,
entremeadas com barras mais grossas, usando essa malha fina ao mesmo
tempo como gabarito para se obter o formato adequado do barco , para
segurar a argamassa, dispensando a confecção de moldes e para evitar
problemas com fissuras. Em 1855 Lambot expõe seu barco na Exposição
Mundial de Paris e solicita a patente de seu projeto. No documento
representativo do pedido de patente existe além da placa que
corresponde à armação do barco também o desenho de algo parecido com um
pilar de seção retangular com quatro barras longitudinais de ferro.
1871 – David Saylor, Estados Unidos
David Saylor, um dos proprietários da
Coplay Cement Company situada no estado da Pennsylvania, que desde 1865
produzia cimento natural, patenteia pela primeira vez nos Estados
Unidos um método de fabricação de cimento Portland. É importante
salientar que não houve a princípio, interesse dos fabricantes de
cimento natural dos Estados Unidos em aprender a produzir cimento
Portland, apesar desta tecnologia estar disponível na Europa a muito
tempo e de forma já bastante avançada. Talvez este fato se devesse ao
fato do cimento Portland importado da Europa custasse cerca de duas
vezes mais que o cimento natural nacional, o que talvez não compensasse
sua fabricação nos Estados Unidos.
O cimento importado era bastante barato pelo fato do frete para a América ser bastante barato, pois o cimento era utilizado como lastro para as embarcações (de madeira) que buscavam matéria-prima nos Estados Unidos e de não existirem tarifas alfandegárias. O maior desenvolvimento da fabricação de cimento Portland nos Estados Unidos só se dá no começo do século XX.
O cimento importado era bastante barato pelo fato do frete para a América ser bastante barato, pois o cimento era utilizado como lastro para as embarcações (de madeira) que buscavam matéria-prima nos Estados Unidos e de não existirem tarifas alfandegárias. O maior desenvolvimento da fabricação de cimento Portland nos Estados Unidos só se dá no começo do século XX.
1872 – Isaac Johnson, Inglaterra
Isaac Johnson obtém a patente para um forno a ser utilizado no processo úmido de fabricação do cimento, aonde os
ingredientes eram misturados com água, secos e então queimados. Este
forno consistia em uma câmara de aproximadamente 30m construída ao lado
de um forno comum (em forma de garrafa). O topo do forno era fechado e
a chaminé era localizada no lado oposto da câmara horizontal. Nesta
câmara era colocada uma quantidade suficiente da mistura líquida para
carregar o forno, quando seca. Enquanto uma carga era queimada, a carga
subsequente secava na câmara com o calor proveniente da exaustão do
forno.
Entretanto, a operação deste tipo de forno rapidamente se tornou muito onerosa (necessidade de muita mão-de-obra e alto consumo de carvão) e caiu em desuso, cedendo espaço para fornos utilizados no processo de via seca como os fornos verticais contínuos e posteriormente os fornos rotativos.
Entretanto, a operação deste tipo de forno rapidamente se tornou muito onerosa (necessidade de muita mão-de-obra e alto consumo de carvão) e caiu em desuso, cedendo espaço para fornos utilizados no processo de via seca como os fornos verticais contínuos e posteriormente os fornos rotativos.
1885 – Frederick Ransome, Inglaterra
Ransome patenteia o primeiro forno
rotativo, que viria no futuro, após serem resolvidas uma série de
dificuldades técnicas, a substituir os fornos de cuba vertical.
1887 – Henri Le Chatelier, França
Henri Le Chatelier estabelece proporções
de óxido, utilizadas para se calcular a apropriada quantia de calcário
para produzir cimento portland. Ele nomeia os componetes: alita
(silicato tricálcico), belita (silicato dicálcico) e celita (
aluminoferrato tetracálcico). Ele propõem que o endurecimento é causado
pela formação de produtos cristalinos a partir da reação entre cimento
e água.
1890 a 1900
Descoberta de que a adição de gipsita ao
moer o clínquer age como agente retardador de pega do concreto. Fornos
de cuba vertical são trocados por fornos rotativos e moinhos de bolas
são adotados para moer o cimento.
1900 a 1910
Análises básicas do cimento são normalizadas.
Anos 20 – Introdução do Concreto Pré-Misturado
A qualidade do mistura do concreto passa a ser muito melhor controlada após a introdução do concreto preparado em usina.
1930
Agentes incorporadores de ar são
introduzidos para aumentar a resistência do concreto aos danos devidos
ao efeito congelamento / descongelamento .
Década de 70
Introdução do concreto reforçado com fibras e de concretos de alta resistência.
Década de 80
Superplastificantes são introduzidos nas misturas.
Presente e Futuro do Concreto
O concreto evoluiu muito desde o tempo
de Roma. A engenharia usa concreto atualmente em campos muito diversos,
em muitos casos sob ambientes extremamente agressivos. Para se adaptar
aos novos e desafiadores usos o homem criou uma infinidade de tipos de
concretos, utilizando uma enorme gama de cimentos, agregados, adições,
aditivos e formas de aplicação (armado, protendido, projetado,...).
Encontramos concreto na fundação de plataformas petrolíferas no dos
oceanos ou enterrado a centenas de metros abaixo da terra em fundações,
túneis e minas a 452m acima do solo em arranha-céus.
O grande desafio da tecnologia de
concreto atualmente parece ser aumentar a durabilidade das estruturas,
recuperar estruturas danificadas e em entender o complexo mecanismo
químico e mecânico dos cimentos e concretos. Para isto, uma nova
geração de concretos está sendo desenvolvida, métodos tradicionais de
execução e cálculo de concreto estão sendo revistos, teorias
não-lineares e da mecânica do fraturamento estão sendo desenvolvidas.
Alguns Concretos Especiais:
Alguns Concretos Especiais:
- Concreto de Alto Desempenho
- Concreto Compactado com Rolo
- Concreto Projetado
- Concreto Protendido
- Concreto com adição de fibras
- Concreto Compactado com Rolo
- Concreto Projetado
- Concreto Protendido
- Concreto com adição de fibras
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