Para analisarmos corretamente, vamos começar com o computador colocado em sua mesa: o computador que usamos no dia-a-dia para navegar pela internet,
manusear tabelas, criar documentos, etc. A maioria das pessoas tem algo
como um computador Pentium rodando o Windows ou um Macintosh. Um
computador como este pode executar aproximadamente 100 milhões de
instruções por segundo. Seu computador pode ser duas vezes mais rápido
ou ter a metade desta capacidade, mas isso não é nada demais.
O computador mais rápido do mundo é muito mais rápido que isso, e ele está colocado bem em cima dos seus ombros! O cérebro humano é um maravilhoso computador - e o processador mais rápido disponível. Vamos ver um um exemplo:
Mais rápido que o pensamento — Experimentos que vêm
sendo realizados por cientistas há anos conseguiram mapear a existência
de atividade cerebral antes que a pessoa tivesse consciência do que iria
fazer. Ou seja, o cérebro já sabia o que seria feito, mas a pessoa
ainda não. Seríamos como computadores de carne - e nossa consciência,
não mais do que a tela do monitor. Um dos primeiros trabalhos que
ajudaram a colocar o livre-arbítrio em suspensão foi realizado pelo
psicólogo Benjamin Libet, em um experimento hoje considerado clássico,
mostrou que uma região do cérebro envolvida em coordenar a atividade
motora apresentava atividade elétrica uma fração de segundos antes dos
voluntários tomarem uma decisão – no caso, apertar um botão. Estudos
posteriores corroboraram a tese de Libet, de que a atividade cerebral
precede e determina uma escolha consciente.
Um deles foi publicado no periódico científico PLoS ONE, em
junho de 2011, com resultados impactantes. O pesquisador Stefan Bode e
sua equipe realizaram exames de ressonância magnética em 12 voluntários,
todos entre 22 e 29 anos de idade. Assim como o experimento de Libet, a
tarefa era apertar um botão, com a mão direita ou a esquerda.
Resultado: os pesquisadores conseguiram prever qual seria a decisão
tomada pelos voluntários sete segundos antes d eeles tomarem consciência
do que faziam.
Nesses sete segundos entre o ato e a consciência dele, foi possível
registrar atividade elétrica no córtex polo-frontal — área ainda pouco
conhecida pela medicina, relacionada ao manejo de múltiplas tarefas. Em
seguida, a atividade elétrica foi direcionada para o córtex parietal,
uma região de integração sensorial. A pesquisa não foi a primeira a usar
ressonância magnética para investigar o livre-arbítrio no cérebro.
Nunca, no entanto, havia sido encontrada uma diferença tão grande entre a
atividade cerebral e o ato consciente.
Patrick Haggard, pesquisador do Instituto de Neurociência Cognitiva e do Departamento de Psicologia da Universidade College London, na Inglaterra, cita experimentos que comprovam, segundo ele, que o sentimento de querer algo acontece após (e não antes) de uma atividade elétrica no cérebro.
Patrick Haggard, pesquisador do Instituto de Neurociência Cognitiva e do Departamento de Psicologia da Universidade College London, na Inglaterra, cita experimentos que comprovam, segundo ele, que o sentimento de querer algo acontece após (e não antes) de uma atividade elétrica no cérebro.
Seu
computador de mesa está apenas começando a atingir o ponto em que pode
"entender" a voz, entender um ditado e transformar o que foi falado em
palavras escritas. Ele pode entender apenas um interlocutor, que terá de
treiná-lo por cerca de 20 minutos, e o programa de ditar cometerá uma
grande quantidade de erros. Dessa forma, 100 milhões de instruções por
segundo dificilmente podem lidar com um ditado.
Nosso cérebro,
por outro lado, pode entender qualquer quantidade de interlocutores.
Não necessita de treinamento e não cometerá qualquer engano. Pode até
ser capaz de entender múltiplas línguas! Além do mais, a porção do
cérebro encarregada da fala é apenas uma pequena parte do todo, pois o
seu cérebro pode também processar complexas imagens visuais, controlar
todo o nosso corpo, entender problemas conceituais e criar novas idéias.
Nosso cérebro é constituído por pouco mais de um trilhão de células
com 100 trilhões de conexões entre elas. Poderíamos fazer uma
estimativa superficial e dizer que ele está gerenciando 10 quatrilhões
de instruções por segundo, mas isto é realmente difícil de afirmar.
Outro
supercomputador, chamado MDG Grape-3, construído pela companhia
japonesa RIKEN, tem uma velocidade máxima teórica de 1 petaflop (1
quatrilhão de operações por segundo), o que é três vezes mais rápido do
que o BlueGene/L. Mas o MDG Grape-3 não pode estar nesta lista dos TOP
500, e o BlueGene/L permanece no topo do ranking com 360 trilhões de
operações por segundo, o que é bastante rápido, mas não tão rápido
quanto o cérebro humano.
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