Relógio
É o nome que se dá a todo e qualquer instrumento destinado à medição do tempo.
Primórdios
Acredita-se que o homem começou a medir o tempo há cerca de 5000 anos; provavelmente
em bastão fincado na terra ou tronco de árvore iluminados pelo sol, projetando
suas sombras no solo permitiu-lhe constatar que o movimento dessas sombras
era o próprio transcorrer do tempo; tendo sido esse o primeiro medidor de
tempo de que o homem lançou mão.
O Sol
O tempo foi, pela primeira vez medido com o auxílio do sol. O seu percurso
pela abóboda celeste proporcionou ao homem a noção do tempo em relação ao
espaço, estando, portanto, a Relojoaria, diretamente ligada à mecânica celeste,
com os seus fenômenos naturais repetindo-se em ciclos constantes.
Gnômom
Primitivamente, conforme nos diz a História, os primeiros relógios construídos
e usados pelo homem foram os gnômons.
Consistia este instrumento de um obelisco que, iluminado pelo sol ou pela
lua, projetava sua sombra, que se movia com o passar das horas e entre o seu
ponto inicial e seu ponto término havia um espaço que o homem fracionou, criando
a divisão dos tempo.
Relógio Solar
Embora seja certo que o relógio solar tenha existido em época bem nais distantes,
a História registra o seu aparecimento na Judéia, pelo ano 600 a.C., quano
o Rei Acaz mostrou a seus súditos um desses relógios; duzentos anos após (400
a.C.) é conhecido no Egito o primeiro relógio solar.
Quadrante Solar
Com o aperfeiçoamento dos relógios de sol, chegamos ao quadrante solar, inventado
por Anaximandro de Mileto (380 a.C.), constituído geralmente de uma placa
com um marco em uma lateral que, iluminado pelo sol, projeta sua sombra sobre
o quadrante convenientemente dividido; com esse relógio tornou-se possível,
então, a medição relativamente certa do tempo, porém a contagem de pequenas
frações era praticamente impossível.
Clepsidra
A necessidade de possuir um meio de medir o tempo em intervalos menores e
independente das condições atmosféricas, o que o relógio de sol não permitia,
levou o homem a idear a Clepsidra, também chamado de relógio d´água,
sendo considerado como o seu inventor, Platão, discípulo de Sócrates. A Clepsidra
se baseava no princípio do escoamento do líquido de um recipiente, gota a
gota, por um orifício situado em sua base. Entre o ponto em que o vaso estava
cheio, até ficar completamente vazio, o homem calculou uma escala e dividiu
o tempo.
Este foi o primeiro relógio criado pelo homem, de maneira a lhe permitir
a medição do tempo a qualquer hora do dia ou da noite, sem depender da luz
dos astros. A contagem do tempo, neste relógios, também era relativa um vez
que estava diretamente condicionada à influência de diversos fatores, como:
pressão atmosférica, temperatura, limpidez da água empregada, etc.. A Clepsidra
chegou a ser muito difundida, sofrendo sua construção muitos aperfeiçoamentos,
sendo que, na sua fase mais avançada foi conjugada a um sistema de engrenagens.
Rodas Dentadas
A História dá a primazia da construção das rodas dentadas a Arquimedes de
Siracusa (250 a.C.). A marcação do tempo, na Clepsidra de rodas dentadas,
apresentadas pela primeira vez por Ctesibio de Alexandria (100 a.C.), era
feita por intermédio de uma bóia, que acompanhando a subida do nível da água
no recipiente, elevava consigo uma barra dentanda; esta, por sua vez, movia
uma engrenagem em cujo eixo situava-se o ponteiro indicador; é curioso notar-se
que o mostrador desse relógio já possuía uma grande semelhança com os mostradores
atuais. A Clepsidra, também chamada relógio hidráulico, evoluiu de maneira
notável, permitindo mesmo a medição do tempo com uma exatidão razoável; sendo
que, no ano 721 da era atual, Y. Hang, astrônomo chinês, inventava um relógio
deste tipo que, conjugado a um sistema de rodas, indicava os movimentos dos
planetas.
Ampulheta
A ampulheta, ou relógio de areia, surgiu na mesma época da Clepsidra, tendo
com esta certa analogia, sendo que, ao invés de água, era areia fina que se
escoava de um recipiente. Constitui-se a ampulheta em dois bojos cônicos de
vidro ligados pelos vérices, havendo entre ambos um pequeno orifício de comunicação,
pelo qual a areia escoa devido à ação da força da gravidade, do recipiente
superior para o inferior; uma vez transferida toda a areia para o bojo inferior,
termina a medição do tempo; a ampulheta então é virada, iniciando-se novo
ciclo de medição.
A ampulheta, durante certa época, foi o relógio mais difundido, pois era
simples de transportar e oferecia grande facilidade no seu uso; era porém
destinada principalmente à contagem de períodos curtos de tempo.
O relógio de areia passou por grandes aperfeiçoamentos. Seus fabricantes
se esmeraram na sua apresentação, criando verdadeiras obras de arte. O principal
trabalho eras executado nos suportes dos bojos de vidro, os quais eram meticulosamente
trabalhados e fabricados com os mais variados metais, inclusive metais nobres,
como o ouro e a prata, havendo também muitos coom suportes feitos de madeira
entalhada.
Relógios de Fogo
Outro fenômeno que o homem lançou mão foi a combustão. Com efeito, o fogo
leva um tempo para consumir um material combustível. Assim, surgiram diversos
relógios de fogo.
Relógio de Corda com Nós
Uma corda com nós à distância determinadas que ia se comsumindo, até chegar
ao primeiro nó, depois ao segundo, etc.. Foi usado nas antigas cidades medievais
para determinar o tempo da mudança da guarda.
Relógio de Fogo Despertador
Chinês, consistia de uma vareta colocada horizontalmente em cima de fios
de arame. Sua extremidade era acesa e em certo ponto de seu comprimento passava-se
por cima da vareta um fio de seda com duas esferas metálicas. O suporte do
conjunto, geralmente em feitio de um barco com cabeça de dragão, era colocado
sobre um prato também metálico. Com o transcorrer das horas, o fogo avançava
pela vareta lentamente, até alcançar o fio de seda, queimava-o, soltando as
duas esferas que caíam sobre o prato metálico produzindo um ruído suficientemente
forte para acordar uma pessoa. Como se vê era um relógio engenhoso, embora
como se pode imaginar, não despertava tão precisamente como estamos hoje habituados.
Relógio de Azeite
Funcionava sob o princípio parecido com o da Clepsidra, pois era constituído
fe um recipiente de vidro com uma escala horária, o qual era cheio de de azeite
e possuía um bico em sua parte inferior; este, uma vez aceso, ia consumindo
o óleo, e o seu nível, ao descer, marcava as horas. Era um relógio que servia
para marcar as horas, e ao mesmo tempo, iluminar ambientes. Tinha, portanto,
duas utilidades. Foi muito usado na Europa, principalmente na Alemanha.
Relógio de Vela
Compreendia uma vela normal, demarcada com uma escala horária, servindo também
para iluminação. Foi bastante usado nas cortes européias.
Primitivo Relógio Mecânico
Durante muitos e muitos anos o homem utilizou-se como principais medidores
de tempo os relógios de sol, Clepsidra, ampulheta e relógios de fogo. Somente
pelo ano 850 de nosso era, foi construído por Pacífico, arcebispo de Verona,
um relógio puramente mecânico, que consistia de um conjunto de engrenagens
movido por peso. Apesar da invenção desse relógio mecânico, ainda por muitos
e muitos anos o homem se serviu dos antigos relógios, os quais só aos poucos
é que foram cedendo terreno aos relógios mecânicos.
Nesses primitivos relógios mecânicos, não se sabe qual foi o sistema de escape
usado.
Sobre a prioridade da construção do primeiro relógio mecânico, há algumas controvérsias entre os historiadores. alguns consideram Gerberto (ano 990), monge francês, que foi Papa sob o nome de Silvestre II, o inventor desse relógio.
Sobre a prioridade da construção do primeiro relógio mecânico, há algumas controvérsias entre os historiadores. alguns consideram Gerberto (ano 990), monge francês, que foi Papa sob o nome de Silvestre II, o inventor desse relógio.
O Foliot
Com a descoberta do Foliot, o primeiro escapamento relativamente confiável
aplicado nos relógios mecânicos - época e autor desconhecidos - os aperfeiçoamentos
na construção dos relógios sucederam-se de maneira notável, passando os grandes
relógios monumentais a serem diminuídos, chegando aos relógios de parede,
posteriormente aos de mesa; em 1510 surge o primeiro relógio de bolso, inventado
por Peter Henlein, de Nuremberg.
O Pêndulo
No ano de 1595, quando Galileu Galilei observando o movimento de oscilação
de um lustre na Catedral de Pisa, descobre e aplica a Lei do Pêndulo, a relojoaria
recebe uma das mais importantes contribuições que lhe permitiram penetrar
no terreno da medição precisa do tempo.
Evolução
Pelo registro da História, observamos que o homem necessitou de cerca de
2200 anos para chegar a construir um relógio que funcionasse com precisão
(600 a.C. a 1600 d.C.). No entanto, em pouco mais de 300 anos, dá um passo
gigantesco nesse setor, chegando a construir relógios que, pelo seu trabalho
mecânico e por sua elevada precisão, nos deixaram extasiados, como os relógios
que recebem corda pela variação da temperatura; os que se movimentam pela
energia acumulada, ao receberem luz natural ou artificial em uma fotocélula;
os finíssimos de pulso ou os microscópicos relógios de anéis; os modernos
relógios automáticos de pulso e os relógios elétricos de pulso a quartzo que
permitem a medição do tempo com precisão até então desconhecida para essa
classe de relógios. São sem dúvida inúmeros os aperfeiçoamentos que se podem
esperar neste ramo da ciência, uma vez a relojoaria se libertou do artesanato
e na atualidade já nem sempre é exclusivamente mecânica. Cremos mesmo que
a sua evolução seguirá uma linha, cuja tendência é afastar-se progressivamente
da mecânica e mergulhar-se em outros ramos da física, notadamente a eletrônica.
Relógios Mestre-Secundários
Até certa época a relojoaria teve na mecânica a sua base extraordinária de
desenvolvimento. Em princípios do século passado, começou a ligar-se em alguns
setores à eletricidade iniciando-se então, por voltta de 1820, a construção
dos primeiros relógios elétricos chamandos mestres e secundários, que consistem
em um relógio central de funcionamento autônomo, cuja função é comandar por
meio de impulsos elétricos enviados por fios, geralmente cada 1/2 ou 1 minuto,
outros relógios denominados secundários, constituídos de um sistema eletromagnético,
que transforma o impulso elétrico em movimento mecânico, fazendo os ponteiros
dos relógio avançar. Os relógios mestre como os demais sofreram grandes aperfeiçoamentos,
e podem comandar muitas centenas de relógios secundários sendo especialmente
destinaddos a locais onde se torna importante a hora unificada, como estações,
escritórios, indústrias, edifícios, escolas, etc.
Corda Elétrica
Algum tempo após a invenção dos relógios mestre-secundários, ou seja, por
meados do século passado, surgiram os relógios cujas cordas se encarregam
automaticamente pela eletricidade.
Relógios Síncronos
Só em princípios de nosso século, com a evolução da distribuição da eletricidade
e redes públicas, é que apareceram os relógios elétricos síncronos, para serem
ligados diretamente à corrente elétrica de cuja frequência dependem para funcionar
com precisão. Estes relógios nada mais são, em sua essência, que pequenos
motores elétricos que giram rigorosamente sincronizados com os geradores de
energia elétrica às cidades.
Relógios a Quartzo
A evolução da humanidadeexige constantemente maior precisão no controle de
tempo, no entanto, ainda hoje é muito comum ser necessário acertarem-se os
relógios uma ou mais vezes por mês. Por este motivo, nos anos mais recentes
a indústria relojeira tem mostrado profundo interesse na obtenção de novos
meios de melhorar a precisão na marcação do tempo, e encontrou no cristal
de quartzo um padrão excepcional para esse fim.
O cristal de quartzo começou então ser adotado também na produção de relógios
de pulso. Pelos progressos tecnológicos alcançados neste campo, os relógios
com cristais de quartzo dominariam uma parte considerável do mercado.
Relógio Atômico
Mais preciso que o relógio a cristal de quartzo é o relógio atômico, que,
entretanto, é bastante caro e de produção extremamente limitada, sendo especialmente
destinado a observatórios, com a finalidade de marcação de tempo de extrema
precisão. A evolução do relógio atômico, no futuro, é ainda, de alguma forma
especulativa, embora não seja ousadia prever-se a possibilidade de que venha
a tornar-se, com o tempo, um relógio também de uso geral.
Algarismo Romano IV ou IIII?
Porque os relógios com números romanos usam IIII ao invés de IV para representar
o número 4?
Esta é uma das mais populares perguntas sobre relógios e até hoje não se
tem uma resposta definitiva.
O formato IV é uma forma relativamente moderna de se representar o numeral
4. O formato IIII foi usado até o período que chamamos de 'tempos modernos'.
Existem diversos sites que têm dispendido tempo para analisar este caso.
Alguns comentam que esta forma de representar o numeral 4 deve-se a herança
da realeza inglesa ou francesa. Outros entretanto, baseiam seus comentários
sobre o assunto na simetria aplicada nos mostradores.
O Big-Ben, um dos mais famosos 'cartões postais' de Londres, usa a forma
IV ao invés da tradicional forma encontrada na grande maioria dos relógios,
que é o IIII.
Fonte: www.relogioantigo.com.br
História do Relógio
Cartier criou um relógio de pulso especialmente para Santos Dumont no sentido
de facilitar o registro das performances do pioneiro da aviação.
Uma "gama Santos" da marca é sinônimo de prestígio. Foi elaborada há 25 anos.
A amizade entre o pioneiro da aviação e Louis Cartier data de 1900. O industrial
admirava "a desenvoltura" e o que Gilbert Gauthier, historiógrafo da empresa,
descreve como "um total desprezo pelas convenções".
Quando da comemoração da vitória de Santos Dumont com seu dirigível n°
6, em outubro de 1901, Alberto falou a Cartier das dificuldades de registrar
seu desempenho no comando de um avião com um relógio de bolso.
Foi então criado especialmente para Alberto um relógio de pulso, muito mais
prático que um relógio de algibeira, ou seja, o antigo cebolão de nossos avós
ou bisavós.
Moderno e elegante
Segundo informa o serviço de imprensa Cartier, em Zurique, é difícil determinar
a data da criação desse protótipo porque "ele jamais foi inscrito no registro
de venda" da empresa. Mas estima que isso ocorreu entre 1904 e 1908.
Louis Cartier mostrou verdadeiro faro comercial, "pressentindo um desenvolvimento
certo do relógio de pulso", afirma um porta-voz da empresa.
Observa também que « o primeiro relógio (da linha) Santos vendido em
Paris figura nos registros de venda de 1911 ».
Na gama de luxo
E até hoje surpreende que o modelo utilizado por Santos Dumont para controlar
suas performances nada tenha perdido de sua modernidade.
Tanto que em 1978, inspirando-se desse elegante modelo, a empresa relançou
a gama Santos, descrita como "francamente contemporânea" pela publicidade
da marca.
Pelo preço não é, porém, acessível a qualquer um. O modelo mais barato custa,
na Suíça, 3.300 francos, cerca de 2.400 dólares.
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