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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Do fogo a lampada...

Desde tempos remotos o homem tem procurado a melhor maneira de manipular, a seu favor, a luz artificial. Prova disso é o domínio do fogo à aproximadamente 500 mil anos, que assim como a invenção da escrita e da linguagem, tornou-se um marco importantíssimo na história da humanidade. Para o homem pré-histórico o fogo era como um ‘ser’, uma espécie de entidade, algo místico e poderoso que gerou, em seu nome, cultos e rituais em todas as latitudes.
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Utilizando o fogo como proteção contra o frio, defesa contra animais ferozes, para curar ferimentos, melhorar a alimentação cozendo produtos em outros tempos não comestíveis e, sobretudo, para iluminar suas noites, o homem iniciou seu caminho rumo à civilização.
Produzir fogo foi um dos obstáculos que ele encontrou na sua jornada evolutiva: ao atritar gravetos ou pedras específicas, conseguia-se a tão cobiçada chama. O processo era desgastante e trabalhoso. A preservação da chama era primordial, e para tanto, abrigavam-na em cavernas naturais.
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O primeiro combustível empregado como fonte de energia para alimentar o fogo foi a gordura animal. O norte do velho continente era rico em rebanhos e ao colocar a carne sobre as brasas a gordura escorria e pingava fazendo com que as brasas elevassem a chama no local onde havia caído o pingo de gordura.
Dominado o fogo, o homem buscou formas de armazená-lo. Para se recolher os líquidos que se adquiriam ao colocar as carnes sobre o fogo, usavam-se como recipientes chifres de animais, conchas marinhas e pedras que tinham cavidades naturais. Fazendo-se imergir uma trança de um vegetal dentro do líquido nas cavas existentes nas pedras e ateando fogo na extremidade que permanecia fora do líquido, esta ação proporcionava luminosidade. Esses rudimentares e grosseiros artefatos – as chamadas “lucernas” - foram utilizadas por milênios e marcaram a história da iluminação artificial.
O homem ao fazer fogueiras observou que o barro que ficava em volta tornava-se endurecido; viu também que as suas pegadas nos lamaçais se tornavam solidificadas ao sol que incidiam sobre o terreno pantanoso. Esses fatos fizeram com que ele modelasse aquele barro e em colaboração dos raios solares confeccionasse vários artefatos religiosos e vasilhames, inclusive as lucernas em cerâmica, que iriam substituir as pesadas lucernas de pedra.
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A partir da era dos metais, surge então, a lucerna metálica aproximadamente há 3000 anos A.C. As lucernas, então, de cobre, ganham melhores definições formais, mais opções ornamentais e durabilidade.
A idade antiga e as luminárias móveis
Na idade antiga outra forma de iluminação bastante utilizada foi a tocha, sobretudo na iluminação de áreas públicas. Em Roma: no Circus Máximo e no Coliseu. Na Grécia, as tochas eram utilizadas para a iluminação pública em pontos fixos, porém quando ocorriam festividades elas eram retiradas do seu ponto fixo e tornavam-se um artefato manual.
Percebendo que quanto mais alta estava a tocha mais abrangente era o espaço iluminado, ele construiu um instrumento de apoio para as mesmas, surgindo assim os castiçais.
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Lucernas apoiadas em colunas foram o que propiciou o surgimento das velas, por volta de 2000 anos A.C, e que melhorou extraordinariamente a iluminação de ambientes internos. Constituída de cordões revestidos com breu endurecido, onde os formatos eram irregulares, pois a fabricação era de maneira manual. Posteriormente, a confecção passou a ser pelo processo de imersão dos cordões em cilindros contendo em seu interior sebo líquido ou cera de abelhas derretida.
Derivado dos castiçais, os candelabros, eram utilizados em ganchos para dependurar as lucernas ou pequenas argolas para alojar copos com cera. Com o aprimoramento desses artefatos, as argolas e os ganchos deram lugar às obras artísticas em formas de espirais em materiais nobres, onde as lucernas e os copinhos deram lugar aos braços que tinham em suas pontas velas espetadas.
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Por volta do século I A.C., os romanos utilizavam aparelhos de argila, com alça, geralmente cilíndricos com inúmeras frestas verticais para direcionar o fluxo luminoso, esses artefatos foram os precursores das lanternas.
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As primeiras lanternas de chapas metálicas são da época Augustiniana, tinham alças dobráveis e aberturas para a vazão da luz e como amparo lâminas feitas de chifres ou mica. A vida noturna em Roma era bastante ativa, e os que faziam parte da alta sociedade se faziam perceber em suas andanças acompanhados por “lanternarius” - criados que seguiam seus senhores com lanternas durante as caminhadas.
A iluminação na Idade Média
Em clima de reforma e contra-reforma, a religiosidade era estimulada pela igreja, através de inúmeras reuniões sacras e procissões religiosas. Os cortejos noturnos repletos de fieis eram iluminados por centenas de pessoas carregando tocheiros com feixes de velas. Os tocheiros “procissionais”, além de serem usados em cerimônias religiosas ou de agradecimentos, eram comuns também em cerimônias fúnebres.
Outra característica da iluminação na idade média era a utilização de “apliques” para instalar fontes de luz utilizando-se de muros, ainda que de forma primitiva, onde as lanternas podiam ser penduradas em argolas ou em cavidades nas paredes.
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Foi no período renascentista que este artefato constituído de um simples braço de metal ou madeira com uma vela que podia ser enganchado e caracterizado pela sua mobilidade, foi dotado, na Alemanha, de uma ampla base de encosto com a finalidade de proteger as paredes da fuligem e de incêndios, passou a ser usado em pares principalmente para contornar lareiras ou tapeçarias, perdendo, assim sua característica de mobilidade.
A idade moderna e a revolução da iluminação
No século XV existia a convicção que a iluminação pública era simplesmente dever dos cidadãos e não das autoridades competentes, tanto que existiam leis que puniam os transgressores com penas pecuniárias. Em consequência, tiveram grande uso, as lanternas com alça, chamadas de lanternas cegas - artefatos feitos em chapas de ferro, formando figuras geométricas como poliédricas ou cilíndricas permitindo a passagem de luz por perfurações, porém, deixavam o portador da lanterna na sombra.
Os castelos pouco contribuíam para a iluminação urbana, pois a única luz externa era constituída de uma tocha posta na ponte levadiça. Nos pátios internos, as tochas eram em maior número, com artísticos aros inteirados de argolas para amarração de cavalos. E nos amplos vestíbulos privativos surgiram as primeiras lanternas pênseis em bronze.
Os edifícios públicos e palácios senhoriais renascentistas no século XVI, progressivamente foram contribuindo para a visibilidade urbana, com a utilização de belas lanternas de ferro forjado.
Ao fim do século XVII, as autoridades fazem-se convencer finalmente que a iluminação nas ruas era de responsabilidade dos administradores públicos. Porém, ainda se cobrava da população, mesmo em contradição, que se instalassem lanternas nas esquinas das vias públicas. Nas grandes cidades, estas lanternas eram compostas por roldanas a fim de facilitar a manutenção feita pelos “faroleiros”.
Com as grandes navegações, veio a conquista das Américas, e os colonizadores tiveram problemas para conseguir combustíveis para o abastecimento dos artefatos de iluminação, pois ao chegarem trouxeram consigo artefatos como tocha untada com breu, fogaréus que possibilitaram no início a sua sobrevivência. No hemisfério Norte, estavam acostumados a utilizar a graxa de bisonte e o óleo de baleia, aqui no sul do continente a caça de baleia foi proibida até o ano de 1602, o que possibilitava apenas o uso da graxa de outros animais e alguns óleos vegetais.
A população nativa do Brasil, à época do descobrimento, não separava a luz do calor. A fogueira atendia os dois lados da questão, acesa no interior das ocas e no espaço externo. Os portugueses trouxeram para o novo domínio os meios de que dispunham para se iluminarem: as velas e as lamparinas de azeite. Os azeites usados no Brasil eram de origem vegetal, extraídos de frutos nativos, tal como o óleo de rícino da mamona,.
Ao longo dos séculos, não houve avanço tecnológico significativo para uma melhora na iluminação artificial, que sempre esteve presa à queima de combustíveis sólidos e líquidos. Foi então que em 1783, o suíço Pierre Argand desenvolveu a lâmpada de dupla corrente de ar. A lâmpada de Argand, como ficou conhecida, era composta por um pavio circular colocado no interior de uma chaminé de vidro, por onde passava uma corrente de ar ascendente que auxiliava a combustão, produzindo uma chama estável, de forte intensidade e sem muita fumaça. Mas, havia uma inconveniência: a sombra projetada pelo reservatório de combustível que ficava localizado sempre acima do nível do queimador. Mesmo assim, a lâmpada de Argand foi convertida em lustres e apliques onde ganhou rapidamente grande aceitação e popularidade no mundo.
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A idade contemporânea e as formas de energia
Neste período, a humanidade obteve um grande salto, no que se refere à iluminação artificial, ao substituir os tradicionais combustíveis que marcaram sua milenar história por outras fontes que propiciaram a sua evolução. Uma delas foi a descoberta e utilização do gás iluminante, logo após, veio a descoberta do petróleo que proporcionou a iluminação uma intransponível meta. Porém essa intransponibilidade foi superada com o advento da energia elétrica, iniciando-se o progresso e com ele veio a prodigiosa lâmpada de Thomas Alva Edson uma nova e incomparável fruição da luz.
No ano de 1792, o engenheiro escocês Willian Murdoch armazenou em um reservatório - gasômetro - o gás obtido pela destilação do carvão fóssil que lhe possibilitou iluminar sua casa e sua fabrica em Redruth. Os gasômetros multiplicaram-se sendo usados na iluminação pública, nos teatros, nos grandes cafés e nos salões de festas. Em 1807, a cidade de Londres inaugurou a primeira instalação pública permanente, iluminando a Rua Pall Mall, sendo copiada por outros centros urbanos do continente. Os lampiões a gás postos em pilares que ficavam sobre as calçadas, presos com longos braços nas esquinas ou suspensos no meio da rua, eram feitos em chapas de ferro soldadas de formas quadradas ou trapezóides. Mas havia o perigo de fuga de gás e em conseqüência poderiam ocorrer explosões e o alto custo na implantação do sistema o limitou bastante.
O ápice da iluminação a gás ocorreu no final do século XIX, a partir de 1886, quando os aparelhos foram providos do “bico Auer” (algodão embebido de óxidos que regulava a saída do gás e o tornava incandescente sem queimar-se, aumentando a sua luminosidade). A sua utilização diminuía o perigo de explosões. A iluminação a gás, com sua luz trêmula e azulada, criava uma atmosfera de lirismo, uma aura de romanticidade; passando a fazer parte do folclore popular com especial destaque para as figuras dos gasistas responsáveis pelo funcionamento dos aparelhos.
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Em 28 de agosto de 1859, no deserto da Pensylvânia, a uma profundidade de 23 metros, o norte-americano Edwin Laurentine Drake encontrou petróleo, sendo esse o primeiro veio do combustível. Não se tinha idéia da dimensão que essa descoberta proporcionaria ao mundo.
Embora se possa encontrar registros da utilização de petróleo em tempos anteriores, foi com a descoberta e a perfuração do primeiro poço pelo Coronel Drake que teve origem o desenvolvimento da moderna industria petrolífera. Originalmente utilizado na produção de querosene para iluminação, seriam necessários avanços tecnológicos e um emprego estratégico para garantir ao petróleo a primazia sobre o carvão, como principal fonte energética.
Após a destilação, o petróleo era aproveitado na iluminação artificial devido o seu alto poder de absorção capilar, por sua fácil armazenagem e baixo custo. Aproveitado nas lâmpadas de mesa já existentes que dispunham de reservatórios para combustíveis, ganhou assim, novos modelos aperfeiçoados e belos, feitos em bronze, porcelana, vidro e metais esmaltados.
A descoberta da eletricidade marca a superioridade do arco voltaico - fluxo intenso de corrente elétrica que se forma entre dois eletrodos energizados com alta voltagem, colocados próximos um do outro – que iria transformar a vida de toda a sociedade. Após milênios de queima de combustíveis sólidos, líquidos ou mesmo gasosos de onde era oriunda a iluminação até então, obteve-se uma luz produzida por meio da energia luminosa a partir do invento da lâmpada incandescente.
Em 1860, o químico e físico inglês Joseph Wilson Swan desenvolveu uma lâmpada incandescente com filamento de carbono. Outros pesquisadores já haviam tentado construir lâmpadas elétricas. O físico-químico alemão Nernst Walther Hermann, por exemplo, haviam obtido algum resultado, mas seus dispositivos tinham vida bastante curta.
Foram necessários enormes investimentos e milhares de tentativas para descobrir o filamento ideal: um fio de algodão parcialmente carbonizado, instalado num bulbo de vidro com vácuo, aquecia-se com a passagem da corrente elétrica até ficar incandescente, sem porém derreter, sublimar ou queimar. Em 1879, uma lâmpada assim construída, brilhou por 48 horas contínuas para demonstração pública: a lâmpada de Thomas Edson era composta por um filamento de carvão, um tubo e uma ampola, ambos fechados e de vidro, e um casquilho roscado de latão. Nas extremidades do filamento são soldados 2 fios de platina e colocados no interior do tubo de vidro, no extremo adjacente ao filamento. Tudo isto está introduzido na ampola de vidro colada com gesso ao casquilho roscado de latão.
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A lâmpada elétrica surpreendeu não só aos fabricantes dos aparelhos de iluminação como também fascinou o mundo com o seu brilho. Edson se preocupava em aplicar e utilizar a eletricidade de forma a torná-la útil à sociedade. E com esse pensamento ele fez a diferença em sua época, e ainda hoje, os seus conhecimentos científicos e invenções, fazem parte do dia a dia de cada cidadão. Enfim, tornou-se um dos ícones essenciais para o progresso e para o desenvolvimento da sociedade mundial.
A história da iluminação oferece uma oportunidade para se conhecer a evolução da mentalidade humana no que se refere à relação funcional e conceitual que se deu (e se dá) entre o homem, a iluminação e seu modo de vida.
Olhar o passado é útil, não só para não se repetir equívocos, mas também para se iluminar o futuro de uma sociedade estimulada por novas idéias, conceitos e práticas.

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