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sábado, 30 de junho de 2012

Fases de epocas....



- A Idade Moderna, de 1453 a 1789, e a formação do capitalismo comercial
No século XV, o comércio já era a principal atividade econômica da Europa. Os comerciantes, ou a classe burguesa, já tinham acumulado grandes capitais realizando o comércio com a África e a Ásia, através do mar Mediterrâneo. O capital torna-se a principal fonte de riqueza, substituindo a terra, do período feudal. De que forma o capital podia ser acumulado ou obtido?
  • por meio da ampliação cada vez maior do comércio;
  • por meio da exploração do ouro e da prata.
A expansão do comércio gerou a necessidade de se aumentar a produção, principalmente o artesanal. Os artesãos mais ricos começaram a comprar as oficinas dos artesão mais pobres. Estes transformaram-se, então, em trabalhadores assalariados, e o número de empregados nas oficinas foi aumentando.
A fase de acumulação do capital por meio do lucro obtido com o comércio e, ainda, por meio da exploração do trabalho do homem, seja o assalariado ou o escravo, recebe o nome de capitalismo comercial. Nesta fase do capitalismo, nos séculos XV e XVI, ocorreu a expansão marítimo-comercial. A expansão marítima europeia fez ressurgir o colonialismo.

2 - A Idade Contemporânea, de 1789 até os dias atuais: a formação do capitalismo em sua forma moderna – o capitalismo industrial – e as relações de trabalho
Até o século XVIII, o comércio era a principal atividade econômica da Europa, proporcionando grandes lucros à burguesia comercial. Nesta época começaram a surgir novas técnicas de produção de mercadorias. Como exemplo podemos citar a invenção da máquina a vapor, do tear mecânico e, consequentemente, dos lucros da burguesia. Surge, deste modo, um novo grupo econômico, muito mais forte que a burguesia comercial. Cabia a burguesia industrial a maior parte dos lucros, enquanto a grande maioria dos homens continuava pobre, Uns continuaram trabalhando a terra arrendada, outros tornaram-se operários assalariados. Essa situação histórica é conhecida como Revolução Industrial.
O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi a Inglaterra, em 1750. Posteriormente, já no século XIX, outros países realizaram a Revolução Industrial: França, Alemanha, Bélgica, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão.
O capitalismo industrial, firmando-se como novo modo de vida, fez com que o trabalho assalariado se tornasse generalizado. O homem passou, assim, a comprar o trabalho de outro homem por meio de salário. A Revolução Industrial tornou mais intensa a competição entre os países industriais, para obter matérias-primas, produzir e vender seus produtos no mundo, fazendo surgir um novo colonialismo no século XIX – o imperialismo. As potências industriais europeias invadiram e ocuparam grades áreas dos continentes africano e asiático. Fundaram colônias e exploraram as populações nativas, pagando baixos salários pelo seu trabalho. Além de fornecer matérias-primas para as indústrias europeias, as colônias eram também grandes mercados consumidores de produtos industriais. Os países americanos, apesar de independentes de suas metrópoles europeias – Portugal, Espanha e Inglaterra –, não escaparam dessa dominação colonial, principalmente da Inglaterra.
Os países latino-americanos, inclusive o Brasil, continuaram como simples vendedores de matérias-primas e aliamentos para as indústrias europeias e como compradores dos produtos industriais europeus.
A Revolução Industrial levou a um aumento da produção, dos lucros e, também, da exploração do trabalho humano. O trabalhador foi submetido a longas jornadas de trabalho, 14 horas ou mais, recebendo baixos salários. Não eram somente adultos que se transformavam em operários: crianças de apenas seis anos empregavam-se nas fábricas, executando tarefas por um salário menor que o do adulto. Essa situação levou os trabalhadores a se revoltarem. Inicialmente eram revoltas isoladas, mas, depois, os operários se organizaram em sindicatos, para lutar por seus interesses. E os trabalhadores descobriram uma arma para lutar contra a exploração de sua força de trabalho – a greve.
A atual fase do capitalismo recebe o nome de capitalismo financeiro. A atividade bancária, ou seja, empréstimos de dinheiro a juros, predomina. Todas as outras atividades dependem dos empréstimos bancários. A moeda tornou-se a principal "mercadoria" do sistema.
As características do sistema capitalista
Este sistema caracteriza em linhas gerais:
  • pela propriedade privada ou particular dos meios de produção;
  • pelo trabalho assalariado;
  • pelo predomínio da livre iniciativa sobre a planificação estatal.
A interferência do Estado nos negócios é pequena. Diante do que foi exposto, percebe-se que a sociedade capitalista divide-se em duas classes sociais: a que possui os meios de produção, denominada burguesia;
a que possui apenas a sua força de trabalho, denominada proletariado. Socialismo
A preocupação com as injustiças sociais já existia desde a Antiguidade
Desde a Antiguidade algumas pessoas, preocupadas com a vida em sociedade, pensavam em modificar a organização social e assim melhorar as relações entre os homens. Na Idade Moderna também houve essa preocupação. Um inglês de nome Thomas More escreveu um livro chamado Utopia, onde mostrou como imaginava a sociedade de uma forma menos injusta.
Entretanto, com as grandes desigualdades sociais criadas pela Revolução Industrial, as ideias de reformar a sociedade ganharam mais força. Foi assim que surgiram pensadores como Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon, Karl Marx, Friedrich Engels e outros. Estes pensadores ficaram conhecidos como socialistas.
Essas ideias socialistas espalharam-se pela Europa e depois por todo mundo; e não ficaram somente na teoria. é o caso da Revolução Socialista de 1917, na Rússia, onde a população colocou em prática as ideias socialistas.

As características do socialismo e a sua propagação pelo mundo
Até 1917 a Rússia era um país feudal e capitalista. O povo não participava da vida política e vivia em condições miseráveis. Esta situação fez com que a população, apoiada nas ideias socialistas, principalmente nas de Marx, derrubasse o governo do czar Nicolau II e organizasse uma nova sociedade oposta à capitalista – a socialista. A Rússia foi o primeiro país a se tornar socialista e, posteriormente, passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Em linhas gerais, podemos caracterizar o socialismo como um sistema onde:
  • não existe propriedade privada ou particular dos meios de produção;
  • a economia é controlada pelo Estado com o objetivo de promover uma distribuição justa da riqueza entre todas as pessoas da sociedade;
  • o trabalho é pago segundo a quantidade e qualidade do mesmo.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), outros países se tornaram socialistas, como, por exemplo. A Iugoslávia, a Polônia, a China, o Vietnã, a Coréia do Norte e Cuba. Entretanto, este novo sistema colocado em prática nesses países, principalmente na União Soviética, apresenta vários problemas:
  • falta de participação do povo nas decisões governamentais;
  • falta de liberdade de pensamento e expressão;
  • formação de um grupo político altamente privilegiado.
A teoria econômica elaborada por Karl Marx, Friedrich Engels e outros pensadores foi interpretada de várias formas, dando origem a diferenças entre os socialismos implantados.
 
3 - A competição pela liderança do mundo: EUA e URSS – capitalismo versus socialismo

a - A manutenção e a expansão de áreas de influência capitalista e socialista pelos Estados Unidos e União Soviética – capitalismo versus socialismo
Terminada a Segunda Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos consolidaram sua oposição de superpotência capitalista, e a União Soviética, que tinha implantado o socialismo em 1917, surgia como nação forte e respeitada por todas as demais. De um lado, os Estados Unidos procuravam manter sua liderança sobre vastas áreas do mundo; de outro, a União Soviética auxilia na expansão do socialismo. Terminada a guerra, muitos países do leste europeu alteraram a sua organização econômica, política e social de base capitalista e se tornaram socialistas:
  • a Iugoslávia tornou-se socialista em 1945;
  • a Albânia e a Bulgária, em 1946;
  • a Polônia e a Romênia, em 1947;
  • a Checoslováquia, em 1948;
  • a Hungria, em 1949;
  • a República Democrática Alemã Oriental, em 1949
Também na ásia, alguns países optaram pelo socialismo:
  • o Vietnã do Norte, em 1945;
  • a Coréia do Norte, em 1948;
  • a China, em 1949;
  • o Tibet, em 1950, como província da China e, depois, em 1953, independente.
Outros países optaram pelo socialismo nos anos 60, 70 e 80. No pós-guerra intensificaram-se as disputas entre Estado Unidos e União Soviética pela liderança do mundo. Cada uma das superpotências procurou consolidar sua liderança sobre outros países e ampliar sua área de influência.
A Europa ocidental, por exemplo, estava arrasada em virtude da guerra, pois servira como campo de batalha. Muitas de suas cidades, indústrias e meios de transporte estavam destruídos, e grande parte da sua população encontrava-se desempregada. Diante disso, os Estados Unidos, com receio do avanço do socialismo sobre os países da Europa ocidental e temendo perdê-los de sua área de influência, elaboraram um plano de ajuda econômica para que esses países pudessem recuperar sua economia. Este plano foi aprovado em 1948 e recebeu o nome de Plano Marshall, em homenagem ao Secretário de Estado norte-americano, general Marshall.
Em que consistia o Plano Marshall?
  • Permitia aos países da Europa Ocidental importarem produtos norte-americanos a preços baixos;
  • Abria créditos para os países europeus comprarem equipamentos pesados dos Estados Unidos;
  • Fornecia empréstimos.
Os Estados Unidos explicaram que ofereciam este plano porque seria impossível a estabilidade política e a paz enquanto a Europa não tivesse a sua economia recuperada. Entretanto, a ajuda economia dos EUA, por meio do Plano Marshall, tinha pelo menos dois objetivos: manter o sistema capitalista nos países da Europa ocidental e assegurar essa área de influência, impedindo, assim, a penetração do socialismo; garantir o mercado consumidor para seus produtos e investimentos.
Os próprios industriais e comerciantes norte-americanos apoiaram o Plano Marshall, pois eles mesmos afirmavam: "Não se pode realizar negócios num mundo de pobres". Assim, eles tinham interesses na recuperação econômica dos países europeus arrasados pela guerra. Os países europeus que mais receberam ajuda dos Estados Unidos por meio do Plano Marshall foram: Reino Unido, França, Alemanha e Itália. No Japão, os Estados Unidos também intervieram, militar e economicamente, a partir de 1945. Após o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, o Japão rendeu-se às tropas norte-americanas. Após a rendição japonesa, os EUA continuaram ocupando o Japão e aplicaram vultosas somas de dinheiro para recuperar a economia japonesa e, assim, assegurar sua presença nessa porção do globo.
b - A Guerra Fria, a OTAN e o Pacto de Varsóvia – o confronto entre as superpotências
A disputa pela hegemonia internacional entre os Estados Unidos e a União Soviética, logo após a Segunda Guerra Mundial, gerou a Guerra Fria.
A Guerra Fria deve ser entendida como uma disputa entre duas superpotências. Contudo, foi uma disputa não declarada. Cada uma das nações procurava ampliar suas áreas de influência sobre o mundo, Foi também uma disputa ideológica, isto é, em que se defrontavam os dois tipos de organização econômica, política e social: o capitalismo e o socialismo.
A grande disputa teve início a partir de uma declaração de Truman, presidente dos Estados Unidos, em 1947: O presidente declarou que iria fornecer ajuda militar ao governo grego na luta contra as guerrilhas socialistas e que iria, desse modo, procurar conter o avanço da influência socialista.
Estabeleceu-se, a partir desse momento, um clima de competição, de guerra fria, entre as duas superpotências. Estas que rivalizaram-se em poder militar e econômico, procurando ultrapassar um ao outro.
Os Estados Unidos combatiam o avanço do socialismo. A União Soviética procurava dificultar a expansão americana na formação de áreas de influências, além de difundir o socialismo. A União Soviética, em 1949, já possuía a bomba atômica.
Posteriormente, as superpotências passaram a dispor da bomba de hidrogênio. Sabiam que numa guerra nuclear não haveria vencidos nem vencedores. Essa realidade criou um novo equilíbrio, o equilíbrio de terror.
Em 1956 os Estados Unidos reconheceram as áreas de influência da União Soviética, fato que marcou o declínio da Guerra Fria. Contudo, não terminaram as disputas entre as duas superpotências.
Foi nesse ambiente tenso que ocorreu a Guerra da Coréia (1950-1953) e a Revolução Chinesa (1949). Mas foi também neste período que surgiram tratados militares e econômicos entre os blocos capitalista e socialista. Esses tratados, principalmente os militares, tinham como objetivo fortalecer as ameaças que cada um dos blocos representava para o outro.
Os Estados Unidos, os países capitalistas da Europa e o Canadá formaram a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, em 1949, na cidade de Washington, Estados Unidos: Seu objetivo pode ser resumido da seguinte maneira: defesa coletiva das liberdades democráticas por meio de uma estreita colaboração política e econômica entre os países-membros. A OTAN propõe a defesa e o auxílio mútuos, em caso de ataque a um dos seus países membros.
Assim, os diversos países integrantes formaram uma força militar. Para tanto, forneceram tropas militares e armamentos sob a chefia de um comando unificado, com sede na Bélgica.
A OTAN é uma organização que possui armamentos sofisticados, incluindo armas atômicas e mísseis.
Enquanto os países do bloco capitalista fundaram a OTAN, os países do bloco socialista, liderados pela União Soviética, organizaram o Pacto de Varsóvia.
O Pacto de Varsóvia – Tratado de Assistência Mútua da Europa Ocidental – foi firmado em 1955, em pleno ambiente da Guerra Fria. Assinado pelos países socialistas da Europa oriental, seus objetivos são semelhante aos da OTAN: ajuda militar em caso de agressões aramadas na Europa; consultas sobre problemas de segurança e colaboração política. Vê-se, então, que o Pacto de Varsóvia é uma aliança militar. Compõe-se de tropas dos países-membros e tem sede em Moscou.
Tanto a OTAN quanto o Pacto de Varsóvia constituem, portanto, alianças militares que se opõem. São resultado da disputa entre as duas superpotências e seus aliados pela preservação de seus interesses no mundo. O mundo pós-guerra formou um sistema de dependência no qual as duas superpotências tornaram-se os países centrais.
Características de países subdesenvolvidos e desenvolvidos
Países subdesenvolvidos
  • alta taxa de analfabetismo e deficiente nível de instrução
  • baixa renda per capita
  • baixo consumo de energia mecânica
  • predominância da população economicamente ativa no setor primário (agricultura)
  • baixo nível alimentar (existência da fome)
  • dependência econômica
  • elevadas taxas de natalidade
  • grande crescimento populacional
  • elevada taxa de mortalidade infantil
  • baixo nível de industrialização
  • emprego de técnicas atrasadas
Países desenvolvidos
  • baixa taxa de analfabetismo
  • elevada renda per capita
  • elevado consumo de energia mecânica
  • predominância da população economicamente ativa no setor secundário (indústria) e no terciário (serviços)
  • elevado nível alimentar
  • dominação econômica
  • baixas taxas de mortalidade infantil
  • predomínio de produtos industrializados nas exportações
  • elevado nível de industrialização
  • controle da ciência e da tecnologia
  • elevada esperança de vida

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sem ela não.....


A anestesia, como conhecemos hoje, é uma aquisição recente na história da humanidade. Sabe-se que, na Antiguidade, eram realizados alguns tipos de cirurgia e prova disso são os instrumentos cirúrgicos egípcios em exposição nos museus. Portanto, as civilizações antigas deviam conhecer fórmulas para driblar a dor e operar as pessoas. Relatos provenientes da Grécia Antiga indicam que Hipócrates utilizava a esponja soporífera embebida em substâncias sedativas e analgésicas extraídas de plantas e que o médico Dioscórides descobriu os efeitos anestésicos da mandrágora, um tubérculo muito parecido com a batata. Já os chineses se valiam dos conhecimentos de acupuntura e os assírios comprimiam a carótida, para impedir que o sangue chegasse ao cérebro.
Gelo ou neve para congelar a região a ser operada, embriagar o paciente, hipnose foram outros recursos usados para aliviar a dor no passado. Quando de nada adiantavam, as cirurgias eram realizadas a frio, com os doentes imobilizados à força.
Esse panorama mudou, e mudou muito. Hoje, a anestesia é um procedimento médico de altíssima segurança que promove analgesia completa enquanto o paciente é operado.

BREVE HISTÓRIA DA ANESTESIA GERAL Norton – Um dentista abnegado
Historicamente, a data de 16 de outubro de 1846 é considerada como a data em que se realizou a primeira intervenção cirúrgica com anestesia geral. Naquele dia, às 10 horas, no anfiteatro cirúrgico do Massachusetts General Hospital, em Boston, o cirurgião John Collins Warren realizou a extirpação de um tumor no pescoço de um jovem de 17 anos, chamado Gilbert Abbot. O paciente foi anestesiado com éter pelo dentista William Thomas Green Morton, que utilizou um aparelho inalador por ele idealizado. A cena deixou de ser documentada fotograficamente porque o fotógrafo sentiu-se mal ao presenciar o ato cirúrgico, porém foi posteriormente imortalizada em um belo quadro do pintor Roberto Hinckley, pintado em 1882. Morton, que praticara com sucesso extrações dentárias sem dor, com inalação de éter, antevira a possibilidade da cirurgia sem dor e obtivera autorização para uma demonstração naquele Hospital. Morton não revelara a natureza química da substância que utilizava, dando-lhe o nome de letheon (esquecimento). Pressionado pela Associação Médica de Boston para que novas intervenções pudessem ser realizadas sem dor, teve de revelar a composição do letheon, que era apenas éter sulfúrico puro.

  Cirurgias e o Controle da Dor
A insensibilidade total durante o ato cirúrgico, até então, era considerada uma utopia nos meios acadêmicos. À exceção da China, onde se usava a milenar acupuntura, os recursos utilizados para amenizar a dor no ato cirúrgico consistiam de extratos de plantas dotadas de ação sedativa e analgésica, além da hipnose e bebidas alcoólicas, o que não dispensava, evidentemente, a contenção do paciente. Na Idade Média empregava-se um método originário da Escola de Alexandria, cuja fórmula foi encontrada no mosteiro de Monte Casino. Trata-se da esponja soporífera, que se preparava com os seguintes componentes: ópio, suco de amoras amargas, suco de eufórbia, suco de meimendro, suco de mandrágora, suco de hera, sementes de bardana, sementes de alface e sementes de cicuta - uma onça de cada (28,7 g). Modo de preparar e de usar: misturar bem, colocar em um recipiente de cobre com uma esponja, ferver até a evaporação total. Para usar, mergulhar a esponja em água quente por uma hora; a seguir colocá-la sob as narinas do paciente até que ele durma. Para despertar o paciente usar outra esponja embebida em vinagre.

Os primórdios da Anestesia Geral
O primeiro passo para a anestesia geral foi dado por Joseph Priestley, ao descobrir o dióxido de nitrogênio (NO2) em 1773. Coube a Humphry Davy, um aprendiz de farmácia, na pequena cidade de Penzance, na Inglaterra, em 1796, experimentar os efeitos da inalação do NO2. Verificou ele que o gás produzia uma sensação agradável, acompanhada de um desejo incontido de rir (donde o nome de gás hilariante). Certa noite estava com dor de dente e, ao inalar o gás, notou que a dor desaparecera por completo. Deduziu que, se o NO2 suprimia a dor, poderia ser empregado no tratamento de outros tipos de dor. Em um de seus escritos, intitulado Vapores medicinais, sugeriu o emprego do NO2 em cirurgia: Já que o gás hilariante parece possuir a propriedade de acalmar as dores físicas, seria recomendável empregá-lo contra as dores cirúrgicas. A medicina oficial não tomou conhecimento da sugestão. Henry Hill Hickman, médico e cirurgião inglês, experimentara em animais a ação do NO2, tendo verificado que, sob a ação deste gás, podia realizar pequenas operações nos animais, sem que estes demonstrassem o menor sinal de dor. Tentou, sem êxito, obter autorização da Royal Society e da Associação Médica de Londres para repetir suas experiências em seres humanos. Sua petição foi recebida com frieza, a autorização foi negada e ele foi considerado um visionário. Como última tentativa, escreveu ao rei da França, Carlos X, pedindo-lhe para submeter o seu projeto à consideração da Academia de Paris. Em sessão de 28/9/1828, convocada especialmente para esse fim, a Academia deu seu parecer contrário, com um único voto a favor, do cirurgião Dominique Jean Larrey, que servira ao exército de Napoleão e conhecia o horror dos ferimentos de guerra e das amputações. Velpeau, um dos mais eminentes cirurgiões da França, declarou na ocasião que considerava uma quimera a obtenção da insensibilidade dolorosa durante o ato cirúrgico. Desiludido, Hickman faleceu dois anos depois, com apenas 29 anos de idade, sem ver realizado o seu sonho da cirurgia sem dor. Michael Faraday (1791-1867), físico inglês, estudando a liquefação dos gases e os líquidos voláteis, descobrira que os vapores de éter possuíam efeitos inebriantes semelhantes aos do dióxido de nitrogênio. Em uma nota publicada no Journal of Art and Sciences chamou a atenção para o fato da inalação de éter produzir insensibilidade total. Novamente, essa descoberta foi ignorada pelos meios médicos.

  Gás Hilariante- Desventuras de Horace Wells
Nos Estados Unidos, os efeitos inebriantes do NO2 e do éter tornaram-se conhecidos e eram freqüentes os espetáculos públicos de inalação de gás hilariante, assim como reuniões reservadas de inalação de éter, conhecidas como ether parties ou ether frolics. Foi em um desses espetáculos de inalação de gás hilariante que Horace Wells, dentista na cidade de Hartford, tomou conhecimento da propriedade do NO2 de causar insensibilidade. Teve, então, a idéia de utilizá-lo em extrações dentárias. Fez uma experiência em si mesmo, solicitando a um seu colega que lhe extraísse um dente após inalação do NO2. Não somente não sentiu dor, como experimentou uma sensação de euforia e bem-estar. Entusiasmado, dirigiu-se à Boston, onde conseguiu permissão para fazer uma demonstração perante professores e estudantes da Faculdade de Medicina de Harvard. Um estudante se ofereceu como cobaia e a demonstração foi um fracasso. O estudante gritou de dor e Wells foi posto para fora como charlatão e impostor. Ao fazer nova tentativa em sua cidade, administrou quantidade excessiva de gás e o paciente teve parada respiratória e por pouco não morreu. Desanimado, abandonou suas experiências e a profissão de dentista.

  Thomas Green Morton – outro dentista
Outro dentista, de Boston, William Thomas Green Morton, dentista em Boston, perseverou no propósito de obter extrações dentárias sem dor e sem colocar em risco a vida do paciente. Substituiu o NO2 por éter, após consultar seu ex-professor de Química, Charles Thomas Jackson, que lhe recomendou usar somente éter retificado e indicou-lhe o local onde poderia obtê-lo. Os resultados foram surpreendentes e muito superiores aos obtidos com o NO2. Morton anteviu a possibilidade da cirurgia sem dor e obteve permissão para uma demonstração no Massachusetts General Hospital. Assim chegamos ao dia 16 de outubro de 1846. Ao término da histórica operação que mudou o destino da Cirurgia, Warren proferiu as seguintes palavras: Daqui a muitos séculos, os estudantes virão a este Hospital para conhecer o local onde se demonstrou pela primeira vez a mais gloriosa descoberta da ciência.

  Long – e a anestesia com éter
Na realidade, esta não era a primeira intervenção cirúrgica realizada com anestesia geral pelo éter. Na pequena cidade de Jefferson, no Estado da Georgia, nos EE.UU., em 1841, um jovem médico de nome Crawford Williamson Long tinha o hábito de realizar sessões de ether frolics em sua casa. Long participou de várias sessões e teve sua atenção despertada para a insensibilidade que se produzia durante os efeitos do éter, pois, por mais de uma vez, havia se machucado sem nada sentir. Teve, então, a idéia de utilizar o éter em pequenas intervenções cirúrgicas. O primeiro paciente a ser operado sob a ação do éter foi um seu amigo de nome Venable. Na presença de várias pessoas Long extirpou dois pequenos tumores na nuca do paciente sem que ele nada sentisse. A insensibilidade poderia ser atribuída à hipnose e não ao éter e para obter a prova decisiva, Long aproveitou-se de uma oportunidade ímpar. O filho de um escravo havia queimado a mão e necessitava amputar dois dedos. Long amputou o primeiro deles sob a ação do éter e o segundo depois de cessado o efeito do éter. O rapaz acusou dor somente na segunda amputação. Estava assim demonstrado o poder anestésico do éter. Long chegou a operar 8 casos com anestesia pelo éter, porém acreditava que o método não servisse para grandes intervenções a não ser que o paciente inalasse o éter o tempo todo, o que seria arriscado. Circularam rumores na cidade de que o médico estava pondo em risco a vida dos pacientes e certo dia uma Comissão constituída das autoridades locais foi ao seu Consultório pedir para que ele renunciasse a essas práticas audaciosas, pois, se um doente morresse ele poderia ser linchado em conseqüência da revolta da população, costume que era freqüente na época. Long abandonou o uso do éter e as suas experiências pioneiras só se tornaram conhecidas muitos anos depois.

  Morton e Wells – injustiçados em vida, reconhecidos após a morte
Com o sucesso de Morton, Jackson, que gozava de prestígio internacional, reivindicou para si, nos países europeus, a prioridade da descoberta, acusando Morton de desonestidade.
Wells, desgostoso e amargurado com o seu fracasso, cometeu desatinos, foi preso e suicidou-se na prisão aos 33 anos de idade. Morton, empobrecido, desacreditado por Jackson, faleceu subitamente em uma via pública aos 49 anos de idade. Com sua morte, houve um despertar da consciência norte- americano a seu favor e, no local de sua sepultura foi erigido um monumento com o seguinte epitáfio: Aqui jaz W.T.G. MORTON, o descobridor e inventor da anestesia . Antes dele, a cirurgia era sinônimo de agonia. Por ele foram vencidas e aniquiladas as dores do bisturi. Depois dele a ciência é senhora da dor. Erigido pelos cidadãos reconhecidos de Boston. Jackson, ao tomar conhecimento deste epitáfio, sentiu-se finalmente derrotado, tornou-se alcoólatra e terminou seus dias em um Hospício, onde morreu em 1880, aos 75 anos de idade. Long viveu o resto de sua vida arrependido por não ter divulgado sua descoberta, realizada em 1842, portanto, quatro anos antes de Morton, e faleceu subitamente aos 63 anos de idade. Como escreveu Fülöp Muller, dir-se-ia que uma estranha maldição pairava sobre todos os que consagraram sua vida e sua obra a lutar contra a dor. Embora Crawford Long tenha sido o primeiro médico a utilizar-se da anestesia geral pelo éter, o mérito e a glória da sua revelação para o mundo cabe, inegavelmente, a William Thomas Green Morton. Nos anos seguintes à sua descoberta, foram introduzidos novos agentes anestésicos.

  Outros Agentes Anestésicos
Ao NO2 e ao éter seguiu-se o clorofórmio, utilizado pela primeira vez em 1847, no trabalho de parto, pelo médico inglês James Simpson. Em 1930 foi introduzido o ciclopropano e em 1956, o halotano. Paralelamente à anestesia geral por inalação, desenvolveram-se outros métodos de se obter a analgesia, como a anestesia local, venosa, raquianestesia, etc. O termo anestesia (do grego an, privado de + ai1sqhsij, sensação) foi sugerido pelo médico e poeta norte-americano Oliver Wendel Holmes. A palavra, entretanto, já existia na língua grega, tendo sido empregada no sentido de insensibilidade dolorosa, pela primeira vez, por Dioscórides, no século I dC. Em 1902, Seifert criou o termo anestesiologia, que define, atualmente, uma das mais importantes especialidades médicas.

  A Anestesia Geral no Brasil
A anestesia geral chegou ao Brasil em 1847. Segundo informa Lycurgo Santos Filho, em sua História geral da medicina brasileira, a primeira anestesia geral pelo éter foi praticada no Hospital Militar do Rio de Janeiro pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo, em 25 de maio de 1847. Uma semana após foi utilizada por Domingos Marinho de Azevedo Americano em dois soldados, tendo sido anestesista o médico Leslie Castro, recém-chegado da Europa e que trazia consigo o anestésico e o aparelho de "eterização". Um dos soldados foi operado com sucesso, sem dor, de osteomielite fistulizada da mastóide; o outro era acoólatra e a anestesia não produziu insensibilidade. O éter foi logo substituído pelo clorofórmio que havia sido introduzido como anestésico na Inglaterra por James Simpson, em 1847. A primeira anestesia geral com o clorofórmio foi empregada pelo Prof. Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, em 18 de fevereiro de 1848 e noticiada pelo Jornal do Comércio em 22 do mesmo mês, com base em anotações fornecidas pelo Prof. Luís da Cunha Freijó, que assistira à operação, uma amputação da coxa em um rapaz de 15 anos de idade, por "tumor branco do joelho". A partir de então o uso do clorofórmio se generalizou, suplantando o éter, até que novos agentes anestésicos foram descobertos e introduzidos na prática médica.

Como surgiu nossa telinha...


A televisão é um dos eletroeletrônicos mais populares do Brasil. Segundo a PNAD 2005 (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geogrfia e Estatística), 92% dos domicílios brasileiros têm pelo menos um aparelho de TV.
Desde que chegou ao País, em 1950, a televisão passou por diversas etapas até se tornar popular. Começou tímida, como artigo de luxo e presente apenas em alguns lares. Ganhou cores e tornou-se, novamente, objeto de desejo, graças aos modelos de plasma e LCD, que, de tão finos, até parecem quadros para pendurar na parede.
A próxima grande mudança será a chegada da TV Digital. Quando o sistema estiver implantado, quem tiver um aparelho de TV HDTV (High Definition Television) poderá transformar a telinha da televisão em uma telona de cinema, tamanha será a qualidade de imagem. Confira, a seguir, a evolução da TV.
1950 No dia 18 de setembro é inaugurada a televisão no Brasil, trazida por Assis Chateaubriand. Com o lançamento da TV Tupi, o Brasil foi o quarto país a ter uma emissora de televisão.
1950 Chateaubriand importou 200 aparelhos e os colocou em praças públicas, padarias, museus e outros lugares estratégicos. Os primeiros modelos domésticos começaram a ser vendidos no Brasil.
1950 Apresentado o primeiro controle remoto (com fio).
1954 Surge o primeiro modelo semi-portátil com fabricação nacional. Era feito em São Paulo pela ERGA. Era feita de madeira.
1955 Já são mais de mil TVs vendidas no Brasil.
1956 Brasil registra 1,5 milhão de telespectadores no mesmo ano em que é criado o controle remoto que dispensa fios.
1963 É feita a primeira transmissão experimental em cores no País.
1970 25% dos lares brasileiros já têm TV. A Copa do Mundo é transmitida ao vivo, via satélite.
1972 É feita a primeira transmissão oficial em cores no País. A responsável pela façanha foi a TV Difusora de Porto Alegre, em março. Era a inauguração da Festa da Uva, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
1974 A mudança das televisões preta e branca para as em cores ganha força.
1980 Surgem as primeiras televisões portáteis leves o suficiente para serem carregadas e ligadas nos mais variados locais.
1980 Popularização do controle remoto.
1982 - Chegada dos vídeos cassetes.
1987 Surgem os modelos de TV estéreo. A Rede Manchete fez a primeira transmissão experimental.
1992 Primeira tela de plasma full color é apresentada ao mundo.
1996 O mundo chega a marca de 1 bilhão de aparelhos televisivos.
1997 Pioneer lança primeiras televisões de plasma no mundo.
2000 TVs de plasma começam a ser vendidas no mercado brasileiro.
2005 Telas com tecnologia LCD de 40 e 45 polegadas são oferecidas ao mercado.
2006 Cai muito o custo das TVs de plasma e LCD.
2006 Definido padrão de TV Digital no Brasil: o padrão japonês foi escolhido
Características dos equipamentos de TV
Preta e Branca
Era feita em madeira.
Possuía sintonizador manual. Botão rotatório.
Não tinha sintonizador de canal em UHF o que limitava o número de canais.
Era necessário deixar o equipamento esquentar.
O som chegava antes da imagem.
A maioria usava tubo de imagem e era bem larga
Colorida
Som e imagem já chegavam simultaneamente.
Começou a usar diversos tipos de material. Até imitação de madeira.
Painel de botões passou a ser sensível ao toque.
LCD
Os tamanhos variam de 13 a 45 polegadas.
Pode ser vista a um ângulo de até 175º.
É mais leve e menos espessa que as TVs de Plasma.
Funciona bem em ambientes com muita luz.
Gasta pouca energia elétrica.
Funciona como monitor para computadores.
Respondem rapidamente a mudanças de cor.
Plasma
Vai de 32 a 63 polegadas.
Pode ser vista a um ângulo de até 160º.
É mais barata que o LCD.
Tem mais contraste que as telas LCD.
Fique por dentro
HDTV "High Definition Television" (Televisão de alta definição)
Leve o cinema para sua casa: diferente das TVs comuns, mais quadradas e na proporção 4:3, o HDTV funciona na proporção 16:9, o chamado widescreen. Nesse padrão, a largura da imagem é maior que a altura criando uma sensação de imagens cinematográficas.
A qualidade da imagem é mais de duas vezes superior aos monitores analógicos atuais.Nitidez na imagem: graças à tecnologia Progressive Scan, a resolução vertical da imagem é duplicada, o que a torna mais nítida, estável e com maior riqueza de detalhes.
Widescreen: a expansão 4x3 permite a exibição de filmes widescreen em tela convencional. Chega daquelas barras escuras no alto e embaixo dos filmes. Elas viraram coisa do passado;
Alta qualidade em áudio: Graças ao sistema áudio Virtual Dolby Surround que vem integrado aos televisores HDTV, o nível do som do equipamento é semelhante ao de uma sala de cinema
Setop Box: Além de ser fisicamente parecido com os decodificadores das televisões a cabo, o set-top box tem função semelhante. Como boa parte das TVs não está pronta para receber e converter os sinais digitais em imagens, o cabo que trará este sinal deve passar por esse conversor chamado de set-top box que o transformará em um sinal de imagem compreensível a todos os televisores, sejam eles prontos ou não para TV de alta definição.
Se a sua tela de plasma ou LCD é "HDTV Ready", você não precisará de um setop box o que não garante, porém, que as imagens serão reproduzidas em alta definição. Existem TVs de LCD e plasma no mercado que não têm 768 linhas progressivas ou 1080 linhas entrelaçadas de definição índices que devem ser atingidos para que a imagem seja considerada de alta definição.
Fonte: www.wnews.uol.com.br
Televisão
Televisão
A televisão é sem dúvida um dos inventos que mais modificou a nossa sociedade, pois permite o acesso fácil e rápido a um manancial de informação. Mas este processo evolutivo está ainda longe de se poder dar como terminado, pois a procura incessante por maior qualidade de imagem e mais possibilidades a nível de interatividade leva ainda hoje a muita investigação nesta área.
Com este trabalho pretendemos dar a conhecer um pouco da sua história, como apareceu, quais os principais inventores que participaram na formação daquilo a que hoje chamamos televisão. As várias técnicas de transmissão e os vários aparelhos usados para visualizar o sinal recebido fazem também parte deste trabalho.
Hoje em dia assiste-se a uma pequena revolução nesta área com o aparecimento da Televisão Digital, que está ainda a dar o seus primeiros passos, mas promete trazer melhor qualidade de imagem e som. Mas esta mudança vai implicar a troca dos aparelhos convencionais por outros compatíveis com as novas normas, desde os emissores a receptores, aos próprios televisores, o que implica que esta mudança terá que ser gradual e prolongada.
Televisão
Evolução Tecnológica
Os primeiros passos para a invenção da televisão foram dados ainda no séc. XIX. O trabalho de Joseph Henry e Michael Faraday, na década de 30, no campo do eletromagnetismo, inicia a era da comunicação eletrônica. Na década de 70, as experiências com o selénio e a luz, assim como a construção do protótipo do primeiro tubo de raios catódicos, abre as portas para a construção dos CRTs, base das televisões convencionais.
Em 1884, Paul Nipkow conseguiu enviar imagens através de fios usando um disco de metal giratório, criando assim o conceito de varrimento de imagem.
Nessa altura criaram-se dois caminhos no desenvolvimento dos sistemas de televisão: a televisão mecânica e a televisão eletrônica.
Televisão mecânica
Em 1884 o alemão Paul Nipkow criou o primeiro sistema eletromecânico de televisão, que consistia num disco com um conjunto de buracos em espiral que era colocado entre a cena a digitalizar e uma célula de selénio. À medida que o disco girava, a luz passava pelos buracos e era captada pela célula.
Devido às propriedades elétricas do selénio, a condutividade elétrica deste varia com a luminosidade captada. O sinal eléctrico produzido era conduzido por um fio até ao receptor.
Televisão
O receptor era composto por uma lâmpada e um disco igual ao primeiro que girava à mesma velocidade. A luz produzida pela lâmpada variava de acordo com a intensidade da corrente recebida, produzindo assim a imagem original.
A resolução da imagem era de apenas 18 linhas. Este sistema é a base da televisão mecânica.
Foi só em 1928 que John Baird construiu a primeira televisão mecânica, um aparelho baseado nos discos de Nipkow.
Televisão eletrônica
Existe uma grande controvérsia acerca de quem inventou a televisão eletrônica. Em 1927, Philo Taylor Farnsworth, com apenas 14 anos demonstrou o primeiro sistema eletrônico para televisão, mas só com a idade de 21 anos é que conseguiu construir um sistema que funcionasse. Esse sistema é a base de todas as televisões atuais de raios catódicos.
Mas há quem diga que o pai da televisão eletrônica é Vladimir Zworykin, devido à sua invenção do iconoscópio, em 1923, e do kinoscópio, em 1929.Com o aparecimento deste tipo de televisão, a televisão mecânica foi posta de parte na década de 30.
Televisão a cores
Em 1940, os investigadores da CBS (Columbia Broadcasting System), umas das maiores emissoras comerciais de televisão nos USA, inventaram uma televisão mecânica a cores.
Esse sistema tinha a desvantagem de ser incompatível com os antigos televisores a preto e branco. O sistema baseava-se num disco rotativo que continha três filtros, um para a cor vermelha, outro para a verde e um terceiro para o azul.
No lado do receptor as cores eram exibidas sequencialmente e dependia da retenção do olho humano para juntar a três cores numa só imagem. Apesar de ser um sistema prático tinha uma grande desvantagem: para manter a qualidade da televisão monocromática era necessária uma largura de banda três vezes maior.
Televisão
Sistema sequencial de campo
A CBS só começou a emitir a cores em 1951.
Entretanto a RCA (Radio Corporation of America) começou a desenvolver um sistema sequencial de pontos. Pontos vermelhos, verdes e azuis de fósforo eram depositados numa tela. A existência de três canhões de eletróns, um para cada cor, fazia iluminar os pontos de fósforo. Este processo era sequencial e processava-se a grande velocidade, normalmente a 3,6 MHz.
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Sistema sequencial de pontos
Como se pode ver pela figura acima, a saída desse sistema era um conjunto de impulsos com uma amplitude proporcional à amplitude da correspondente cor. A venda de aparelhos deste tipo começou em 1954.

Na hora certa....

 

Relógio

É o nome que se dá a todo e qualquer instrumento destinado à medição do tempo.

Primórdios

Acredita-se que o homem começou a medir o tempo há cerca de 5000 anos; provavelmente em bastão fincado na terra ou tronco de árvore iluminados pelo sol, projetando suas sombras no solo permitiu-lhe constatar que o movimento dessas sombras era o próprio transcorrer do tempo; tendo sido esse o primeiro medidor de tempo de que o homem lançou mão.

O Sol

O tempo foi, pela primeira vez medido com o auxílio do sol. O seu percurso pela abóboda celeste proporcionou ao homem a noção do tempo em relação ao espaço, estando, portanto, a Relojoaria, diretamente ligada à mecânica celeste, com os seus fenômenos naturais repetindo-se em ciclos constantes.

Gnômom

Primitivamente, conforme nos diz a História, os primeiros relógios construídos e usados pelo homem foram os gnômons.
Consistia este instrumento de um obelisco que, iluminado pelo sol ou pela lua, projetava sua sombra, que se movia com o passar das horas e entre o seu ponto inicial e seu ponto término havia um espaço que o homem fracionou, criando a divisão dos tempo.

Relógio Solar

Embora seja certo que o relógio solar tenha existido em época bem nais distantes, a História registra o seu aparecimento na Judéia, pelo ano 600 a.C., quano o Rei Acaz mostrou a seus súditos um desses relógios; duzentos anos após (400 a.C.) é conhecido no Egito o primeiro relógio solar.

Quadrante Solar

Com o aperfeiçoamento dos relógios de sol, chegamos ao quadrante solar, inventado por Anaximandro de Mileto (380 a.C.), constituído geralmente de uma placa com um marco em uma lateral que, iluminado pelo sol, projeta sua sombra sobre o quadrante convenientemente dividido; com esse relógio tornou-se possível, então, a medição relativamente certa do tempo, porém a contagem de pequenas frações era praticamente impossível.

Clepsidra

A necessidade de possuir um meio de medir o tempo em intervalos menores e independente das condições atmosféricas, o que o relógio de sol não permitia, levou o homem a idear a Clepsidra, também chamado de relógio d´água, sendo considerado como o seu inventor, Platão, discípulo de Sócrates. A Clepsidra se baseava no princípio do escoamento do líquido de um recipiente, gota a gota, por um orifício situado em sua base. Entre o ponto em que o vaso estava cheio, até ficar completamente vazio, o homem calculou uma escala e dividiu o tempo.
Este foi o primeiro relógio criado pelo homem, de maneira a lhe permitir a medição do tempo a qualquer hora do dia ou da noite, sem depender da luz dos astros. A contagem do tempo, neste relógios, também era relativa um vez que estava diretamente condicionada à influência de diversos fatores, como: pressão atmosférica, temperatura, limpidez da água empregada, etc.. A Clepsidra chegou a ser muito difundida, sofrendo sua construção muitos aperfeiçoamentos, sendo que, na sua fase mais avançada foi conjugada a um sistema de engrenagens.

Rodas Dentadas

A História dá a primazia da construção das rodas dentadas a Arquimedes de Siracusa (250 a.C.). A marcação do tempo, na Clepsidra de rodas dentadas, apresentadas pela primeira vez por Ctesibio de Alexandria (100 a.C.), era feita por intermédio de uma bóia, que acompanhando a subida do nível da água no recipiente, elevava consigo uma barra dentanda; esta, por sua vez, movia uma engrenagem em cujo eixo situava-se o ponteiro indicador; é curioso notar-se que o mostrador desse relógio já possuía uma grande semelhança com os mostradores atuais. A Clepsidra, também chamada relógio hidráulico, evoluiu de maneira notável, permitindo mesmo a medição do tempo com uma exatidão razoável; sendo que, no ano 721 da era atual, Y. Hang, astrônomo chinês, inventava um relógio deste tipo que, conjugado a um sistema de rodas, indicava os movimentos dos planetas.

Ampulheta

A ampulheta, ou relógio de areia, surgiu na mesma época da Clepsidra, tendo com esta certa analogia, sendo que, ao invés de água, era areia fina que se escoava de um recipiente. Constitui-se a ampulheta em dois bojos cônicos de vidro ligados pelos vérices, havendo entre ambos um pequeno orifício de comunicação, pelo qual a areia escoa devido à ação da força da gravidade, do recipiente superior para o inferior; uma vez transferida toda a areia para o bojo inferior, termina a medição do tempo; a ampulheta então é virada, iniciando-se novo ciclo de medição.
A ampulheta, durante certa época, foi o relógio mais difundido, pois era simples de transportar e oferecia grande facilidade no seu uso; era porém destinada principalmente à contagem de períodos curtos de tempo.
O relógio de areia passou por grandes aperfeiçoamentos. Seus fabricantes se esmeraram na sua apresentação, criando verdadeiras obras de arte. O principal trabalho eras executado nos suportes dos bojos de vidro, os quais eram meticulosamente trabalhados e fabricados com os mais variados metais, inclusive metais nobres, como o ouro e a prata, havendo também muitos coom suportes feitos de madeira entalhada.

Relógios de Fogo

Outro fenômeno que o homem lançou mão foi a combustão. Com efeito, o fogo leva um tempo para consumir um material combustível. Assim, surgiram diversos relógios de fogo.

Relógio de Corda com Nós

Uma corda com nós à distância determinadas que ia se comsumindo, até chegar ao primeiro nó, depois ao segundo, etc.. Foi usado nas antigas cidades medievais para determinar o tempo da mudança da guarda.

Relógio de Fogo Despertador

Chinês, consistia de uma vareta colocada horizontalmente em cima de fios de arame. Sua extremidade era acesa e em certo ponto de seu comprimento passava-se por cima da vareta um fio de seda com duas esferas metálicas. O suporte do conjunto, geralmente em feitio de um barco com cabeça de dragão, era colocado sobre um prato também metálico. Com o transcorrer das horas, o fogo avançava pela vareta lentamente, até alcançar o fio de seda, queimava-o, soltando as duas esferas que caíam sobre o prato metálico produzindo um ruído suficientemente forte para acordar uma pessoa. Como se vê era um relógio engenhoso, embora como se pode imaginar, não despertava tão precisamente como estamos hoje habituados.

Relógio de Azeite

Funcionava sob o princípio parecido com o da Clepsidra, pois era constituído fe um recipiente de vidro com uma escala horária, o qual era cheio de de azeite e possuía um bico em sua parte inferior; este, uma vez aceso, ia consumindo o óleo, e o seu nível, ao descer, marcava as horas. Era um relógio que servia para marcar as horas, e ao mesmo tempo, iluminar ambientes. Tinha, portanto, duas utilidades. Foi muito usado na Europa, principalmente na Alemanha.

Relógio de Vela

Compreendia uma vela normal, demarcada com uma escala horária, servindo também para iluminação. Foi bastante usado nas cortes européias.

Primitivo Relógio Mecânico

Durante muitos e muitos anos o homem utilizou-se como principais medidores de tempo os relógios de sol, Clepsidra, ampulheta e relógios de fogo. Somente pelo ano 850 de nosso era, foi construído por Pacífico, arcebispo de Verona, um relógio puramente mecânico, que consistia de um conjunto de engrenagens movido por peso. Apesar da invenção desse relógio mecânico, ainda por muitos e muitos anos o homem se serviu dos antigos relógios, os quais só aos poucos é que foram cedendo terreno aos relógios mecânicos.
Nesses primitivos relógios mecânicos, não se sabe qual foi o sistema de escape usado.
Sobre a prioridade da construção do primeiro relógio mecânico, há algumas controvérsias entre os historiadores. alguns consideram Gerberto (ano 990), monge francês, que foi Papa sob o nome de Silvestre II, o inventor desse relógio.

O Foliot

Com a descoberta do Foliot, o primeiro escapamento relativamente confiável aplicado nos relógios mecânicos - época e autor desconhecidos - os aperfeiçoamentos na construção dos relógios sucederam-se de maneira notável, passando os grandes relógios monumentais a serem diminuídos, chegando aos relógios de parede, posteriormente aos de mesa; em 1510 surge o primeiro relógio de bolso, inventado por Peter Henlein, de Nuremberg.

O Pêndulo

No ano de 1595, quando Galileu Galilei observando o movimento de oscilação de um lustre na Catedral de Pisa, descobre e aplica a Lei do Pêndulo, a relojoaria recebe uma das mais importantes contribuições que lhe permitiram penetrar no terreno da medição precisa do tempo.

Evolução

Pelo registro da História, observamos que o homem necessitou de cerca de 2200 anos para chegar a construir um relógio que funcionasse com precisão (600 a.C. a 1600 d.C.). No entanto, em pouco mais de 300 anos, dá um passo gigantesco nesse setor, chegando a construir relógios que, pelo seu trabalho mecânico e por sua elevada precisão, nos deixaram extasiados, como os relógios que recebem corda pela variação da temperatura; os que se movimentam pela energia acumulada, ao receberem luz natural ou artificial em uma fotocélula; os finíssimos de pulso ou os microscópicos relógios de anéis; os modernos relógios automáticos de pulso e os relógios elétricos de pulso a quartzo que permitem a medição do tempo com precisão até então desconhecida para essa classe de relógios. São sem dúvida inúmeros os aperfeiçoamentos que se podem esperar neste ramo da ciência, uma vez a relojoaria se libertou do artesanato e na atualidade já nem sempre é exclusivamente mecânica. Cremos mesmo que a sua evolução seguirá uma linha, cuja tendência é afastar-se progressivamente da mecânica e mergulhar-se em outros ramos da física, notadamente a eletrônica.

Relógios Mestre-Secundários

Até certa época a relojoaria teve na mecânica a sua base extraordinária de desenvolvimento. Em princípios do século passado, começou a ligar-se em alguns setores à eletricidade iniciando-se então, por voltta de 1820, a construção dos primeiros relógios elétricos chamandos mestres e secundários, que consistem em um relógio central de funcionamento autônomo, cuja função é comandar por meio de impulsos elétricos enviados por fios, geralmente cada 1/2 ou 1 minuto, outros relógios denominados secundários, constituídos de um sistema eletromagnético, que transforma o impulso elétrico em movimento mecânico, fazendo os ponteiros dos relógio avançar. Os relógios mestre como os demais sofreram grandes aperfeiçoamentos, e podem comandar muitas centenas de relógios secundários sendo especialmente destinaddos a locais onde se torna importante a hora unificada, como estações, escritórios, indústrias, edifícios, escolas, etc.

Corda Elétrica

Algum tempo após a invenção dos relógios mestre-secundários, ou seja, por meados do século passado, surgiram os relógios cujas cordas se encarregam automaticamente pela eletricidade.

Relógios Síncronos

Só em princípios de nosso século, com a evolução da distribuição da eletricidade e redes públicas, é que apareceram os relógios elétricos síncronos, para serem ligados diretamente à corrente elétrica de cuja frequência dependem para funcionar com precisão. Estes relógios nada mais são, em sua essência, que pequenos motores elétricos que giram rigorosamente sincronizados com os geradores de energia elétrica às cidades.

Relógios a Quartzo

A evolução da humanidadeexige constantemente maior precisão no controle de tempo, no entanto, ainda hoje é muito comum ser necessário acertarem-se os relógios uma ou mais vezes por mês. Por este motivo, nos anos mais recentes a indústria relojeira tem mostrado profundo interesse na obtenção de novos meios de melhorar a precisão na marcação do tempo, e encontrou no cristal de quartzo um padrão excepcional para esse fim.
O cristal de quartzo começou então ser adotado também na produção de relógios de pulso. Pelos progressos tecnológicos alcançados neste campo, os relógios com cristais de quartzo dominariam uma parte considerável do mercado.

Relógio Atômico

Mais preciso que o relógio a cristal de quartzo é o relógio atômico, que, entretanto, é bastante caro e de produção extremamente limitada, sendo especialmente destinado a observatórios, com a finalidade de marcação de tempo de extrema precisão. A evolução do relógio atômico, no futuro, é ainda, de alguma forma especulativa, embora não seja ousadia prever-se a possibilidade de que venha a tornar-se, com o tempo, um relógio também de uso geral.

Algarismo Romano IV ou IIII?

Porque os relógios com números romanos usam IIII ao invés de IV para representar o número 4?
Esta é uma das mais populares perguntas sobre relógios e até hoje não se tem uma resposta definitiva.
O formato IV é uma forma relativamente moderna de se representar o numeral 4. O formato IIII foi usado até o período que chamamos de 'tempos modernos'.
Existem diversos sites que têm dispendido tempo para analisar este caso. Alguns comentam que esta forma de representar o numeral 4 deve-se a herança da realeza inglesa ou francesa. Outros entretanto, baseiam seus comentários sobre o assunto na simetria aplicada nos mostradores.
O Big-Ben, um dos mais famosos 'cartões postais' de Londres, usa a forma IV ao invés da tradicional forma encontrada na grande maioria dos relógios, que é o IIII.
Fonte: www.relogioantigo.com.br
História do Relógio
Cartier criou um relógio de pulso especialmente para Santos Dumont no sentido de facilitar o registro das performances do pioneiro da aviação.
Uma "gama Santos" da marca é sinônimo de prestígio. Foi elaborada há 25 anos.
A amizade entre o pioneiro da aviação e Louis Cartier data de 1900. O industrial admirava "a desenvoltura" e o que Gilbert Gauthier, historiógrafo da empresa, descreve como "um total desprezo pelas convenções".
Quando da comemoração da vitória de Santos Dumont com seu dirigível n° 6, em outubro de 1901, Alberto falou a Cartier das dificuldades de registrar seu desempenho no comando de um avião com um relógio de bolso.
Foi então criado especialmente para Alberto um relógio de pulso, muito mais prático que um relógio de algibeira, ou seja, o antigo cebolão de nossos avós ou bisavós.

Moderno e elegante

Segundo informa o serviço de imprensa Cartier, em Zurique, é difícil determinar a data da criação desse protótipo porque "ele jamais foi inscrito no registro de venda" da empresa. Mas estima que isso ocorreu entre 1904 e 1908.
Louis Cartier mostrou verdadeiro faro comercial, "pressentindo um desenvolvimento certo do relógio de pulso", afirma um porta-voz da empresa.
Observa também que « o primeiro relógio (da linha) Santos vendido em Paris figura nos registros de venda de 1911 ».

Na gama de luxo

E até hoje surpreende que o modelo utilizado por Santos Dumont para controlar suas performances nada tenha perdido de sua modernidade.
Tanto que em 1978, inspirando-se desse elegante modelo, a empresa relançou a gama Santos, descrita como "francamente contemporânea" pela publicidade da marca.
Pelo preço não é, porém, acessível a qualquer um. O modelo mais barato custa, na Suíça, 3.300 francos, cerca de 2.400 dólares.

Do fogo a lampada...

Desde tempos remotos o homem tem procurado a melhor maneira de manipular, a seu favor, a luz artificial. Prova disso é o domínio do fogo à aproximadamente 500 mil anos, que assim como a invenção da escrita e da linguagem, tornou-se um marco importantíssimo na história da humanidade. Para o homem pré-histórico o fogo era como um ‘ser’, uma espécie de entidade, algo místico e poderoso que gerou, em seu nome, cultos e rituais em todas as latitudes.
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Utilizando o fogo como proteção contra o frio, defesa contra animais ferozes, para curar ferimentos, melhorar a alimentação cozendo produtos em outros tempos não comestíveis e, sobretudo, para iluminar suas noites, o homem iniciou seu caminho rumo à civilização.
Produzir fogo foi um dos obstáculos que ele encontrou na sua jornada evolutiva: ao atritar gravetos ou pedras específicas, conseguia-se a tão cobiçada chama. O processo era desgastante e trabalhoso. A preservação da chama era primordial, e para tanto, abrigavam-na em cavernas naturais.
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O primeiro combustível empregado como fonte de energia para alimentar o fogo foi a gordura animal. O norte do velho continente era rico em rebanhos e ao colocar a carne sobre as brasas a gordura escorria e pingava fazendo com que as brasas elevassem a chama no local onde havia caído o pingo de gordura.
Dominado o fogo, o homem buscou formas de armazená-lo. Para se recolher os líquidos que se adquiriam ao colocar as carnes sobre o fogo, usavam-se como recipientes chifres de animais, conchas marinhas e pedras que tinham cavidades naturais. Fazendo-se imergir uma trança de um vegetal dentro do líquido nas cavas existentes nas pedras e ateando fogo na extremidade que permanecia fora do líquido, esta ação proporcionava luminosidade. Esses rudimentares e grosseiros artefatos – as chamadas “lucernas” - foram utilizadas por milênios e marcaram a história da iluminação artificial.
O homem ao fazer fogueiras observou que o barro que ficava em volta tornava-se endurecido; viu também que as suas pegadas nos lamaçais se tornavam solidificadas ao sol que incidiam sobre o terreno pantanoso. Esses fatos fizeram com que ele modelasse aquele barro e em colaboração dos raios solares confeccionasse vários artefatos religiosos e vasilhames, inclusive as lucernas em cerâmica, que iriam substituir as pesadas lucernas de pedra.
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A partir da era dos metais, surge então, a lucerna metálica aproximadamente há 3000 anos A.C. As lucernas, então, de cobre, ganham melhores definições formais, mais opções ornamentais e durabilidade.
A idade antiga e as luminárias móveis
Na idade antiga outra forma de iluminação bastante utilizada foi a tocha, sobretudo na iluminação de áreas públicas. Em Roma: no Circus Máximo e no Coliseu. Na Grécia, as tochas eram utilizadas para a iluminação pública em pontos fixos, porém quando ocorriam festividades elas eram retiradas do seu ponto fixo e tornavam-se um artefato manual.
Percebendo que quanto mais alta estava a tocha mais abrangente era o espaço iluminado, ele construiu um instrumento de apoio para as mesmas, surgindo assim os castiçais.
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Lucernas apoiadas em colunas foram o que propiciou o surgimento das velas, por volta de 2000 anos A.C, e que melhorou extraordinariamente a iluminação de ambientes internos. Constituída de cordões revestidos com breu endurecido, onde os formatos eram irregulares, pois a fabricação era de maneira manual. Posteriormente, a confecção passou a ser pelo processo de imersão dos cordões em cilindros contendo em seu interior sebo líquido ou cera de abelhas derretida.
Derivado dos castiçais, os candelabros, eram utilizados em ganchos para dependurar as lucernas ou pequenas argolas para alojar copos com cera. Com o aprimoramento desses artefatos, as argolas e os ganchos deram lugar às obras artísticas em formas de espirais em materiais nobres, onde as lucernas e os copinhos deram lugar aos braços que tinham em suas pontas velas espetadas.
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Por volta do século I A.C., os romanos utilizavam aparelhos de argila, com alça, geralmente cilíndricos com inúmeras frestas verticais para direcionar o fluxo luminoso, esses artefatos foram os precursores das lanternas.
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As primeiras lanternas de chapas metálicas são da época Augustiniana, tinham alças dobráveis e aberturas para a vazão da luz e como amparo lâminas feitas de chifres ou mica. A vida noturna em Roma era bastante ativa, e os que faziam parte da alta sociedade se faziam perceber em suas andanças acompanhados por “lanternarius” - criados que seguiam seus senhores com lanternas durante as caminhadas.
A iluminação na Idade Média
Em clima de reforma e contra-reforma, a religiosidade era estimulada pela igreja, através de inúmeras reuniões sacras e procissões religiosas. Os cortejos noturnos repletos de fieis eram iluminados por centenas de pessoas carregando tocheiros com feixes de velas. Os tocheiros “procissionais”, além de serem usados em cerimônias religiosas ou de agradecimentos, eram comuns também em cerimônias fúnebres.
Outra característica da iluminação na idade média era a utilização de “apliques” para instalar fontes de luz utilizando-se de muros, ainda que de forma primitiva, onde as lanternas podiam ser penduradas em argolas ou em cavidades nas paredes.
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Foi no período renascentista que este artefato constituído de um simples braço de metal ou madeira com uma vela que podia ser enganchado e caracterizado pela sua mobilidade, foi dotado, na Alemanha, de uma ampla base de encosto com a finalidade de proteger as paredes da fuligem e de incêndios, passou a ser usado em pares principalmente para contornar lareiras ou tapeçarias, perdendo, assim sua característica de mobilidade.
A idade moderna e a revolução da iluminação
No século XV existia a convicção que a iluminação pública era simplesmente dever dos cidadãos e não das autoridades competentes, tanto que existiam leis que puniam os transgressores com penas pecuniárias. Em consequência, tiveram grande uso, as lanternas com alça, chamadas de lanternas cegas - artefatos feitos em chapas de ferro, formando figuras geométricas como poliédricas ou cilíndricas permitindo a passagem de luz por perfurações, porém, deixavam o portador da lanterna na sombra.
Os castelos pouco contribuíam para a iluminação urbana, pois a única luz externa era constituída de uma tocha posta na ponte levadiça. Nos pátios internos, as tochas eram em maior número, com artísticos aros inteirados de argolas para amarração de cavalos. E nos amplos vestíbulos privativos surgiram as primeiras lanternas pênseis em bronze.
Os edifícios públicos e palácios senhoriais renascentistas no século XVI, progressivamente foram contribuindo para a visibilidade urbana, com a utilização de belas lanternas de ferro forjado.
Ao fim do século XVII, as autoridades fazem-se convencer finalmente que a iluminação nas ruas era de responsabilidade dos administradores públicos. Porém, ainda se cobrava da população, mesmo em contradição, que se instalassem lanternas nas esquinas das vias públicas. Nas grandes cidades, estas lanternas eram compostas por roldanas a fim de facilitar a manutenção feita pelos “faroleiros”.
Com as grandes navegações, veio a conquista das Américas, e os colonizadores tiveram problemas para conseguir combustíveis para o abastecimento dos artefatos de iluminação, pois ao chegarem trouxeram consigo artefatos como tocha untada com breu, fogaréus que possibilitaram no início a sua sobrevivência. No hemisfério Norte, estavam acostumados a utilizar a graxa de bisonte e o óleo de baleia, aqui no sul do continente a caça de baleia foi proibida até o ano de 1602, o que possibilitava apenas o uso da graxa de outros animais e alguns óleos vegetais.
A população nativa do Brasil, à época do descobrimento, não separava a luz do calor. A fogueira atendia os dois lados da questão, acesa no interior das ocas e no espaço externo. Os portugueses trouxeram para o novo domínio os meios de que dispunham para se iluminarem: as velas e as lamparinas de azeite. Os azeites usados no Brasil eram de origem vegetal, extraídos de frutos nativos, tal como o óleo de rícino da mamona,.
Ao longo dos séculos, não houve avanço tecnológico significativo para uma melhora na iluminação artificial, que sempre esteve presa à queima de combustíveis sólidos e líquidos. Foi então que em 1783, o suíço Pierre Argand desenvolveu a lâmpada de dupla corrente de ar. A lâmpada de Argand, como ficou conhecida, era composta por um pavio circular colocado no interior de uma chaminé de vidro, por onde passava uma corrente de ar ascendente que auxiliava a combustão, produzindo uma chama estável, de forte intensidade e sem muita fumaça. Mas, havia uma inconveniência: a sombra projetada pelo reservatório de combustível que ficava localizado sempre acima do nível do queimador. Mesmo assim, a lâmpada de Argand foi convertida em lustres e apliques onde ganhou rapidamente grande aceitação e popularidade no mundo.
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A idade contemporânea e as formas de energia
Neste período, a humanidade obteve um grande salto, no que se refere à iluminação artificial, ao substituir os tradicionais combustíveis que marcaram sua milenar história por outras fontes que propiciaram a sua evolução. Uma delas foi a descoberta e utilização do gás iluminante, logo após, veio a descoberta do petróleo que proporcionou a iluminação uma intransponível meta. Porém essa intransponibilidade foi superada com o advento da energia elétrica, iniciando-se o progresso e com ele veio a prodigiosa lâmpada de Thomas Alva Edson uma nova e incomparável fruição da luz.
No ano de 1792, o engenheiro escocês Willian Murdoch armazenou em um reservatório - gasômetro - o gás obtido pela destilação do carvão fóssil que lhe possibilitou iluminar sua casa e sua fabrica em Redruth. Os gasômetros multiplicaram-se sendo usados na iluminação pública, nos teatros, nos grandes cafés e nos salões de festas. Em 1807, a cidade de Londres inaugurou a primeira instalação pública permanente, iluminando a Rua Pall Mall, sendo copiada por outros centros urbanos do continente. Os lampiões a gás postos em pilares que ficavam sobre as calçadas, presos com longos braços nas esquinas ou suspensos no meio da rua, eram feitos em chapas de ferro soldadas de formas quadradas ou trapezóides. Mas havia o perigo de fuga de gás e em conseqüência poderiam ocorrer explosões e o alto custo na implantação do sistema o limitou bastante.
O ápice da iluminação a gás ocorreu no final do século XIX, a partir de 1886, quando os aparelhos foram providos do “bico Auer” (algodão embebido de óxidos que regulava a saída do gás e o tornava incandescente sem queimar-se, aumentando a sua luminosidade). A sua utilização diminuía o perigo de explosões. A iluminação a gás, com sua luz trêmula e azulada, criava uma atmosfera de lirismo, uma aura de romanticidade; passando a fazer parte do folclore popular com especial destaque para as figuras dos gasistas responsáveis pelo funcionamento dos aparelhos.
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Em 28 de agosto de 1859, no deserto da Pensylvânia, a uma profundidade de 23 metros, o norte-americano Edwin Laurentine Drake encontrou petróleo, sendo esse o primeiro veio do combustível. Não se tinha idéia da dimensão que essa descoberta proporcionaria ao mundo.
Embora se possa encontrar registros da utilização de petróleo em tempos anteriores, foi com a descoberta e a perfuração do primeiro poço pelo Coronel Drake que teve origem o desenvolvimento da moderna industria petrolífera. Originalmente utilizado na produção de querosene para iluminação, seriam necessários avanços tecnológicos e um emprego estratégico para garantir ao petróleo a primazia sobre o carvão, como principal fonte energética.
Após a destilação, o petróleo era aproveitado na iluminação artificial devido o seu alto poder de absorção capilar, por sua fácil armazenagem e baixo custo. Aproveitado nas lâmpadas de mesa já existentes que dispunham de reservatórios para combustíveis, ganhou assim, novos modelos aperfeiçoados e belos, feitos em bronze, porcelana, vidro e metais esmaltados.
A descoberta da eletricidade marca a superioridade do arco voltaico - fluxo intenso de corrente elétrica que se forma entre dois eletrodos energizados com alta voltagem, colocados próximos um do outro – que iria transformar a vida de toda a sociedade. Após milênios de queima de combustíveis sólidos, líquidos ou mesmo gasosos de onde era oriunda a iluminação até então, obteve-se uma luz produzida por meio da energia luminosa a partir do invento da lâmpada incandescente.
Em 1860, o químico e físico inglês Joseph Wilson Swan desenvolveu uma lâmpada incandescente com filamento de carbono. Outros pesquisadores já haviam tentado construir lâmpadas elétricas. O físico-químico alemão Nernst Walther Hermann, por exemplo, haviam obtido algum resultado, mas seus dispositivos tinham vida bastante curta.
Foram necessários enormes investimentos e milhares de tentativas para descobrir o filamento ideal: um fio de algodão parcialmente carbonizado, instalado num bulbo de vidro com vácuo, aquecia-se com a passagem da corrente elétrica até ficar incandescente, sem porém derreter, sublimar ou queimar. Em 1879, uma lâmpada assim construída, brilhou por 48 horas contínuas para demonstração pública: a lâmpada de Thomas Edson era composta por um filamento de carvão, um tubo e uma ampola, ambos fechados e de vidro, e um casquilho roscado de latão. Nas extremidades do filamento são soldados 2 fios de platina e colocados no interior do tubo de vidro, no extremo adjacente ao filamento. Tudo isto está introduzido na ampola de vidro colada com gesso ao casquilho roscado de latão.
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A lâmpada elétrica surpreendeu não só aos fabricantes dos aparelhos de iluminação como também fascinou o mundo com o seu brilho. Edson se preocupava em aplicar e utilizar a eletricidade de forma a torná-la útil à sociedade. E com esse pensamento ele fez a diferença em sua época, e ainda hoje, os seus conhecimentos científicos e invenções, fazem parte do dia a dia de cada cidadão. Enfim, tornou-se um dos ícones essenciais para o progresso e para o desenvolvimento da sociedade mundial.
A história da iluminação oferece uma oportunidade para se conhecer a evolução da mentalidade humana no que se refere à relação funcional e conceitual que se deu (e se dá) entre o homem, a iluminação e seu modo de vida.
Olhar o passado é útil, não só para não se repetir equívocos, mas também para se iluminar o futuro de uma sociedade estimulada por novas idéias, conceitos e práticas.