Munheca, muquirana, mão-de-vaca, usura, avarento, pirangueiro, sovina, unha-de-fome.
Palavras e expressões que definem um tipo familiar ou talvez até vivido pelo amado amigo: o pão-duro.
Poupar, dentro dos limites do equilíbrio, é saudável e muito importante.
Deve ser uma prática adotada por todos, sobretudo quando existe um objetivo importante na vida a ser atingido.
Economizar é também a melhor forma de garantir um final da vida com algum conforto e recurso para cuidar da saúde.
Tudo claro, certo, perfeito.
Mas economizar com exagero radical - e ter orgulho disso - pode ser um problema psiquiátrico.
Entro no assunto porque acabo de ler, no site do jornal francês Le Monde, um artigo sério sobre o tema, escrito por três pesquisadores franceses (um psiquiatra, um psicólogo e um economista).
O estudo revela o seguinte: o pão-duro crônico e radical, o muquirana despudorado e incorrigível, ele pode sofrer de uma doença psiquiátrica séria, importante, um transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) chamado popularmente de Síndrome do Tio Patinhas.
O TOC, ou DOC (distúrbio obsessivo-compulsivo) é um transtorno de ansiedade que leva a pessoa a ter comportamentos estranhos, manias e atitudes irracionais e incontroláveis relacionadas a temas como saúde, higiene, organização, simetria e busca da perfeição.
É o metódico insano e paranóico, que vira vítima do próprio exagero no método.
A pessoa que se fere de tanto lavar e desinfetar a mão, fica preocupada quando beija o rosto do filho ou a boca do namorado.
Mede três vezes por dia a distância entre um abajur e outro e a do carro para o muro da garagem.
Acha que todo restaurante envenena seu prato de comida.
Volta para atravessar a rua novamente se a travessia anterior foi feita em 13 ou 15 passos, e não nos 14 que ele contou há anos.
TOC é uma doença profunda e dolorosa.
Causa angústia a familiares, amigos e, sobretudo, ao paciente.
É a quarta doença psiquiátrica mais frequente na população. Pelas projeções da Organização Mundial de Saúde, a OMS, estará entre as dez doenças mais comprometedoras até 2020.
Por tudo isso, requer, claro, tratamento sério.
A pessoa que se fere de tanto lavar e desinfetar a mão, fica preocupada quando beija o rosto do filho ou a boca do namorado.
Mede três vezes por dia a distância entre um abajur e outro e a do carro para o muro da garagem.
Acha que todo restaurante envenena seu prato de comida.
Volta para atravessar a rua novamente se a travessia anterior foi feita em 13 ou 15 passos, e não nos 14 que ele contou há anos.
TOC é uma doença profunda e dolorosa.
Causa angústia a familiares, amigos e, sobretudo, ao paciente.
É a quarta doença psiquiátrica mais frequente na população. Pelas projeções da Organização Mundial de Saúde, a OMS, estará entre as dez doenças mais comprometedoras até 2020.
Por tudo isso, requer, claro, tratamento sério.
De acordo com os pesquisadores, o munhecão, o mão-de-vaca, o muquirana com chances quase totais de sofrer da Sindrome do Tio Patinhas apresenta alguns sintomas que você, amado amigo, certamente já viu ao menos uma vez em algum parente, amigo, conhecido, namorado ou companheiro.
Abaixo, os principais:
Abaixo, os principais:
1) Poupança eterna, radical e sem objetivo - O camarada não tem uma meta. Não quer comprar um carro, um computador ou uma casa. Faz questão de tudo, recolhe tudo e guarda qualquer centavo, desde sempre, com justificativas emocionais de que não se deve desperdiçar nunca e de que todo mundo - todo mundo mesmo - é gastador, perdulário. O único no planeta econômico e, portanto, equilibrado, é - claro - ele. A régua do mundo está incorreta. A dele não.
2) Mesquinharia ao propor como usar - O elemento chega ao ponto de fazer coisas como dividir palito de fósforo na vertical, para um virar dois, e levar aquela colher e meia de sopa de arroz que sobrou no restaurante. É também daqueles que recolhem e guardam qualquer embalagem ou tralha improvável com a desculpa de que um dia vão precisar daquilo.
3) Mesquinharia ao propor como pagar - Se você pegou uma banda do pão na chapa deste amigo, não se espante se ele solicitar a você que divida também o pagamento do comovente pãozinho. É ainda aquele sujeito que nunca - nunca - encontra um motivo emocional para pagar a maior parte ou mesmo toda a conta quando sai com um amigo ou mesmo com a namorada de quem já ficou íntimo. Não existe emoção que tire desse cidadão as algemas do pragmatismo na hora do pagamento das contas.
4) Ele “erra” sempre a seu próprio favor - É também aquele sujeito que sempre - sempre mesmo - deixa na mesa exatamente o que consumiu. Ou o que ele acha que consumiu, a rigor também sempre - sempre mesmo - menos do que ele efetivamente gastou. O oposto radical e diametral do mão aberta. Neste quesito há também o famoso aba, aquele amigo malandro que tem recurso mas gosta, por falha de caráter, de viver às suas custas, pendurado no seu chapéu. O pão-duro patológico até pode ser também um salafrário destes, cujo tipo você também conhece bem. Mas os dois - o mau caráter calculista e o doente de TOC - existem e são coisas diferentes.
5) Tô nem aí para o constrangimento - Quem sofre da Síndrome do Tio Patinhas já não está mais nem aí para o constrangimento que cria entre os amigos, as caras feias na mesa à hora do pagamento da conta, a reclamação da mulher, do marido, do filho, da namorada, do namorado. O camarada prefere sempre a economia de uns trocados de forma muquirana. Mesmo que isso implique na fama terrível de mal-intencionado, nas saia-justas justas que sempre acompanham essas situações e na fuga dos amigos que tiverem de dividir algo com ele.
2) Mesquinharia ao propor como usar - O elemento chega ao ponto de fazer coisas como dividir palito de fósforo na vertical, para um virar dois, e levar aquela colher e meia de sopa de arroz que sobrou no restaurante. É também daqueles que recolhem e guardam qualquer embalagem ou tralha improvável com a desculpa de que um dia vão precisar daquilo.
3) Mesquinharia ao propor como pagar - Se você pegou uma banda do pão na chapa deste amigo, não se espante se ele solicitar a você que divida também o pagamento do comovente pãozinho. É ainda aquele sujeito que nunca - nunca - encontra um motivo emocional para pagar a maior parte ou mesmo toda a conta quando sai com um amigo ou mesmo com a namorada de quem já ficou íntimo. Não existe emoção que tire desse cidadão as algemas do pragmatismo na hora do pagamento das contas.
4) Ele “erra” sempre a seu próprio favor - É também aquele sujeito que sempre - sempre mesmo - deixa na mesa exatamente o que consumiu. Ou o que ele acha que consumiu, a rigor também sempre - sempre mesmo - menos do que ele efetivamente gastou. O oposto radical e diametral do mão aberta. Neste quesito há também o famoso aba, aquele amigo malandro que tem recurso mas gosta, por falha de caráter, de viver às suas custas, pendurado no seu chapéu. O pão-duro patológico até pode ser também um salafrário destes, cujo tipo você também conhece bem. Mas os dois - o mau caráter calculista e o doente de TOC - existem e são coisas diferentes.
5) Tô nem aí para o constrangimento - Quem sofre da Síndrome do Tio Patinhas já não está mais nem aí para o constrangimento que cria entre os amigos, as caras feias na mesa à hora do pagamento da conta, a reclamação da mulher, do marido, do filho, da namorada, do namorado. O camarada prefere sempre a economia de uns trocados de forma muquirana. Mesmo que isso implique na fama terrível de mal-intencionado, nas saia-justas justas que sempre acompanham essas situações e na fuga dos amigos que tiverem de dividir algo com ele.
6) Que naaada! Você e o mundo estão errados. E eu, claro, estou certo - Quando você vai alertá-lo de que está muito pão-duro, ou lembrar que foi feia a atitude muquirana dele na hora de pagar a conta no restaurante com o casal de amigos que ele mesmo convidou, só para citar dois exemplos, nosso Patinhas tem a resposta pronta: “que naaaada! Vocês é que são todos gastadores. É por isso que não conseguem comprar naaaaada...”.
Pois é...
Se você conhece alguém assim - ou é assim -, por favor, procure o caminho d um analista ou de um psiquiatra.
Você ou seu amado pode estar doente.
E isso é sério.
Isso é doença.
Isso é TOC.
E isso é sério.
Isso é doença.
Isso é TOC.
Se o doente for o próprio amado amigo, deixe o suor correr um pouco da testa para o rosto e pague ao menos a primeira consulta do psiquiatra, caso não tenha plano.
Se for alguém que você goste, financie a primeira consulta para ele.
Você eliminará 80% da resistência do seu muquirana do coração.
Abra um pouco a mão - e leve tudo isso muito a sério.
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