teste

Olá estou formulando uma enquete para saber quais tipos de assuntos e dicas para assim melhorar nossa comunicação , pesso por gentileza que mandem um email para .......andreexploid09@gmail.com.......

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Homenagem a minha mãe Maria das Graças...


Esta é uma homenagem a minha mãe que faleceu domingo dia 13/05/2012 dia das mães.
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Que Deus te tenha em sua glória infinita amem.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Papo de cabeção.....


 

O CONCEITO DE INTELIGÊNCIA

Introdução
Conceituar a inteligência é uma tarefa peculiar porque a inteligência é a função psicológica responsável pela capacidade que temos de compreender o significado das coisas, de conceituar. No processo de conhecimento temos de um lado o objeto a ser conhecido, externo à inteligência, e do outro a inteligência, o instrumento mental que alcança o conceito desse mesmo objeto. Conceituar a inteligência é fazê-la objeto e instrumento simultaneamente, é ter consciência dos instrumento mental que nos permite conhecer o mundo e que está integrado à própria consciência.
A consciência atua conjuntamente à inteligência sendo distinta dela, a inteligência "mostra" para a consciência o significado das coisas percebidas, que elas são diferentes, e mesmo quando fisicamente semelhantes podem ter finalidades diferentes. Por exemplo, uma cadeira é distinta de uma mesa, elas têm funções e aspectos diferentes, duas cadeiras iguais no entanto, podem ter funções diferentes, uma pode servir para o professor sentar-se e a outra para o aluno, o que será percebido a partir da disposição desses móveis numa sala de aula. A inteligência apresenta à consciência a circunstância em que se encontra, permitindo com que ela se situe no contexto em que se encontra, e para a partir disso tomar as decisões mais adequadas, um aluno ao entrar na sala de aula sabe onde pode e onde não pode sentar-se mesmo que ninguém lhe diga. A inteligência é o instrumento que permite a consciência saber que decisão tomar. Para compreender melhor a inteligência precisamos saber também quais são suas fronteiras com as demais funções mentais.
Antes de nos darmos conta do significado de um objeto, necessariamente nos damos conta da existência desse objeto. A tomada de consciência da existência é imediata à percepção. A captação do conceito desse objeto no entanto, seguirá um processo mais demorado, envolvendo experimentação, para que as diferentes faces do novo objeto se apresentem e possam ser compreendidas. Estamos o tempo todo nos dando conta de novos objetos e aprofundando no conhecimento dos objetos já conhecidos através de novas experiências com eles, a inteligência está constantemente atuando, o processo de conceituação está constantemente sendo aprimorado e atualizado.
Para estudar um objeto qualquer precisamos saber o que ele é, mas para sabermos o que ele é, precisamos estudá-lo, então por onde devemos começar? O que vem primeiro, a conceituação ou o estudo do objeto? Junto à informação da existência do objeto geralmente os sentidos nos oferecem informações sobre as características desse objeto, assim vamos completando a idéia, o conceito do objeto com que entramos em contato. Como não há possibilidade de conhecermos os objetos de forma completa e imediata, mas gradualmente, Isto significa que antes de termos conceitos, passamos por preconceitos, pois como não sabemos a extensão do conhecimento que temos dos objetos (se está completo ou não), não sabemos se temos conceitos ou preconceitos a respeito deles. Esta dificuldade nos mostra como somos susceptíveis à erros, ainda que queiramos fazer a coisa certa, estamos sujeitos a cometer equívocos por causa da incompletude do nosso conhecimento e da ignorância que temos sobre essa incompletude. Este pode ser o primeiro benefício da tentativa de conceituar a inteligência: a necessidade de reconhecimento de que pouco sabemos.
O processo de Conceituação
Há objetos simples e outros complexos no que diz respeito à cognição. Simples são aqueles que podem ser compreendidos sem o auxílio de conceitos prévios como a idéia de triângulo ou de rigidez por exemplo. Os conceitos básicos aprendidos desde a infância tornam-se necessários para a compreensão dos conceitos complexos que precisam das idéias básicas para se formarem. Conceitos como vida ou humanidade, por exemplo, são complexos.
A inteligência é um conceito complexo, não sabemos quantos nem exatamente quais são seus conceitos básicos. Conceituar a inteligência significa delimitar suas fronteiras, identificar suas características e diferenciá-las das demais funções mentais envolvidas nos processos cognitivos, como a memória, a atenção (a capacidade de manter ou desviar a atenção), a consciência, a percepção, o juízo, etc.. Além destas, outras funções mentais ainda pouco estudadas também podem estar envolvidas no processo cognitivo, como a auto-eficácia, que na prática influencia o exercício da inteligência, recentemente demonstrado por Ângela Perez (2002). Como ainda não conhecemos todas as fronteiras mentais da inteligência, nem a extensão de cada uma com a inteligência, temos que admitir que o conceito de inteligência na psicologia não está completo.
Para ilustrar o processo de captação do conceito tomemos por exemplo a idéia de cadeira. Perguntar o que envolve o conceito de cadeira é o mesmo que perguntar quais são suas características essenciais. Olhando apenas uma cadeira não há como saber se o que vemos é essencial ou acessório, por isso é indispensável olhar várias cadeiras. Após a inspeção de várias começamos a perceber o que há de comum entre todas elas, a idéia das partes comuns, daquelas que estão sempre presentes, constituem a essência da cadeira. Nossa inteligência é capaz de separar o acessório do essencial, ou seja, é capaz de diferenciar o que é comum a todas do que pode ou não estar presente, é capaz então de abstrair o conceito de cadeira após se deparado com várias delas.
O conceito é algo que não muda com o tempo nem com a localização de onde o objeto se encontra, a idéia que fazemos de um objeto não depende de quando nem onde esse objeto existiu. Os objetos mudam, evoluem, mas quando o fazem transformam-se noutra coisa, passam a constituir outro conceito. Os animais evoluem, deixam de ser uma coisa e passam a ser outra, mas a essência daquilo que eram continua existindo mesmo que o animal se extinga. O conceito pode tornar-se passado mas não evolui junto com o animal, conceitos não se transformam, não evoluem. Na medida em que as coisas antigas se transformam em novas, surgem novos conceitos e os antigos continuam existindo enquanto idéia, enquanto passado, não mais como objeto atual. O conceito que temos de cadeira hoje é o mesmo que havia na antigüidade, embora as formas e materiais empregados fossem outros naquela época.
Qual é então a essência de uma cadeira? Pela observação empírica vemos que precisa ser feita de material rígido e ser proporcional às dimensões humanas na posição sentada e encostada. Precisam ter pelo menos dois planos, um para assentar outro para encostar. A rigidez não exclui acolchoamento, basta obedecer à função de sustentar o peso de uma pessoa. O fato de ser ou não acolchoada muda a essência da cadeira? Não muda, mas muda uma cadeira em particular, muda um acessório, acrescenta uma característica que como não é essencial precisa ser conceituada, por isso ao nos referirmos às cadeiras acolchoadas temos que mencionar o acolchoamento porque senão pensaremos numa cadeira pura. As características acessórias então, por definição são aquelas que não precisam estar presentes, são variáveis. As cores da cadeira são outro aspecto dela, apesar da cor da cadeira ser necessária, não há necessidade de uma cor específica, a cor seria então uma característica essencial ou acessória? O fato de ter uma cor é um aspecto essencial, mas uma determinada cor é um aspecto acessório, porque sabemos de todos os objetos da natureza da mobília possuem cores, algo que as torne visíveis, como não existe cadeira invisível não precisamos citar a característica de visibilidade como um fator essencial pois ele estará presente sempre.
O exemplo da cadeira serve como base para mostrar os processos que envolvem a conceituação dos objetos. O nosso objeto é a inteligência, a característica psicológica responsável pela captação dos conceitos, pela abstração da essência dos objetos. Para conceituar inteligência precisamos realizar o mesmo processo feito com a cadeira, descrever suas características, identificar os aspectos essenciais e diferenciá-los dos acidentais, é necessário portanto estudar várias inteligências buscando o que há de comum (essencial) e o que há de variável (acessório) entre elas.
A dificuldade de conceituar a inteligência
Existem muitas dificuldades no processo de conceituação da inteligência, primeiro porque não podemos tocar nem vê-la, segundo porque é um conceito complexo e ainda nem sabemos seu grau dessa complexidade, terceiro porque enquanto característica psicológica ela interage com outras funções psicológicas confundindo-se com elas. Uma pessoa com uma memória prodigiosa pode ser confundida com uma pessoa inteligente. Se a inteligência é a capacidade de resolver problemas, uma pessoa com boa memória pode se lembrar de como se resolve determinados problemas, e usar a memória para isso, nesse caso não se está criando uma solução, mas recordando-se de uma. É difícil embora possível, isolar o comportamento para obtermos uma resposta pura em psicologia, como é feito em outras ciências. No teste de WISC onde é apresentado nove cubos com cores e formas definidos, pede-se para reproduzir certas imagens com eles. Esse tipo de testagem avalia a inteligência humana dispensando o uso da verbalização, da matemática, ou de assuntos que requeiram aprendizado. Uma pessoa analfabeta ou pertencente a qualquer outra cultura pode ter um bom desempenho nesse teste se for inteligente, ou ainda, podemos determinar padrões de inteligência para faixas etárias utilizando esse teste.
Um dos princípios científicos declara que para se estudar uma determinada grandeza é preciso saber que estamos observando apenas uma e não outras características "contaminantes". As técnicas psicológicas procuram e conseguem com certo grau de sucesso, elaborar testes que obtenham respostas "puras". Acima foi exemplificado o teste dos cubos de WISC, que mede a inteligência pura, isentando-se da contaminação do grau de formação educacional. Neste sentido, construir formas de testagem pura é necessário para se definir as fronteiras da inteligência e podermos defini-la com mais precisão. Os testes de inteligência podem então ser usados para se alcançar o conceito da própria inteligência.
Falamos acima de inteligência pura, isso significa que existe uma inteligência misturada? Em outras palavras, há partes, subtipos, categorias de inteligência? Admitir isso é partir do principio de que a inteligência é divisível, se é divisível suas partes são equivalentes? Existe alguma parte mais importante do que outra? As atuais teorias da inteligência falam a respeito de inteligência geral e específica, em cristalizada e fluida. Fala-se em capacidades intelectivas, em habilidades, em dons. Certamente muitas são as atividades mentais envolvidas com a inteligência, mas considerá-las todas como parte da inteligência seria correto? O homem sempre anda vestido, podemos por isso considerar a roupa como parte essencial do homem só porque as roupas sempre estão presentes? A experiência empírica prova relações entre a inteligência geral e capacidades intelectuais como para a matemática. Mas qual o fundamento para se afirmar que por existir uma relação trata-se de uma parte integrante? Com este princípio de raciocínio acaba-se encontrando tantas inteligências quantas capacidades cognitivas, para a área emocional, social, espacial, matemática, verbal, etc.. Quanto mais objetos tentamos juntar ao conceito de inteligência mais complicado este conceito fica, talvez a dificuldade de conceituar a inteligência seja devido à estratégias de conceituação equivocadas, e não somente devido à complexidade do conceito de inteligência. Por que não admitir então que a inteligência seja indivisível, como um bloco único operando na consciência?
Até o momento muitas pesquisas sobre inteligência forma feitas, muitas características foram identificadas pelos vários modelos, que foram cientificamente validados. Talvez agora seja o momento de rever a forma da definição, não a definição em si, mas a maneira como as informações relativas a ela são articuladas, não precisamos mais descobrir novas peças, precisamos saber como elas se encaixam. Acredito que a partir do momento atual não reste muito por descobrir em relação a definição da inteligência, resta convencionar como a inteligência deve ser definida, resta escolher o que é essencial para sua definição e o que é acessório.
A possibilidade filosófica de definir inteligência
Filosofia e ciência são atividades do conhecimento humano distintas e complementares. A filosofia para definir um objeto baseia-se na busca de sua essência, o que é feito pelo experiência pessoal de distinção de características essenciais e acessórias. O conceito é algo pertencente ao próprio objeto, o filósofo ou o cientista podem disputar quem chegou antes ao conceito, mas este em si já existia desde que o começo da existência desse objeto, antes talvez da existência do filósofo ou do cientista. A ciência não oferece conclusões, oferece dados, os cientistas é que a partir dos dados chegam às conclusões. Portanto cientificamente não teremos uma definição de inteligência, teremos informações a respeito dela, os cientistas é que através dessas informações, manipulam-na de forma a tirarem conclusões plausíveis. Mas se os filósofos já chegaram a um conclusão a respeito do mesmo objeto de estudo dos cientistas porque esses não aproveitam o conhecimento produzido pelos filósofos para juntamente aos dados científicos obtidos, formularem o conceito de inteligência. Em outras palavras, porque os psicólogos não aproveitam a definição de inteligência obtida pelos filósofos para tentarem validá-la dentro dos conhecimentos científicos?
Conclusão
As questões difíceis de serem respondidas muitas vezes são difíceis não por natureza, mas por equívoco. Tentar explicar o que é um círculo quadrado não é difícil, é insensatez porque tal coisa não existe, se não existe não pode ser definida. Querer definir uma cor que é simultaneamente branca e preta é insensato pois o cinza é uma outra cor que não é nem brando nem preto e uma coisa não pode ser duas simultaneamente, uma cor não pode ser ao mesmo tempo branca e preta. Com a inteligência acontece o mesmo, talvez a dificuldade de defini-la não seja por causa de sua natureza complexa mas por causa do modo equivocado como é feito. A inteligência é a aptidão psicológica que permite ao homem abstrair, captar, entender conceitos, a essência das coisas que tomamos consciência. Junto a essa aptidão outras atividades mentais se integram e atuam em conjunto, como as habilidades matemáticas, verbais, emocionais, etc. por exemplo. Tomar a inteligência pelas suas características acessórias talvez seja o erro que impede a realização de uma definição precisa, talvez a tentativa de resumir todas as aptidões relacionadas à inteligência na própria inteligência esteja dificultando o trabalho de explicar a própria inteligência.

o que não mata engorda será ?......


 

Você acredita na regra de três segundos? Cientistas revelam que se a comida cair no chão e você pegá-la no tempo certo, ela seria segura para se consumir. O site do jornal britâncio Daily Mail publicou o estudo que afirma que a regra funciona.
O texto da publicação diz que cinco itens alimentares foram testados pela Manchester Metropolitan University (MMU) para ver se a regra de três segundos é confiável. Pão com geleia, macarrão cozido, presunto, um biscoito simples e frutas secas foram todos para o chão no chão e partir três, cinco e 10 segundos de intervalo, eles foram recuperados.
Após o estudo, os alimentos foram examinados para determinar se havia ou não bactérias prejudiciais encontradas no chão. O estudo constatou que os alimentos com teor elevado de sal ou açúcar, como os alimentos processados, eram mais seguros porque é menor a chance de bactérias nocivas sobrevivem neste habitat.
As frutas secas e a massa cozida, por outro lado, mostraram sinais de Klebsiella após três segundos - uma bactéria que pode potencialmente conduzir a uma ampla gama de doenças tais como pneumonia, infecções do trato urinário, septicemia e as condições dos tecidos moles. Já os biscoitos, por sua vez, provaram ser um alimento relativamente seguro para comer depois de ser largados no chão por três segundos, cinco segundos ou dez segundos, devido ao seu baixo teor de água.
O que fazer quando o alimento cai no chão? Será que dá para comer?
Você tá comendo aquela deliciosa maçã e cai no chão será que dá para passar ela na roupa e depois voltar a consumir a deliciosa maçã?
Quem nunca já comeu um qualquer alimento que tenha caído no chão mesmo quando eramos criança. Mas tem pessoas que tem o habito de comer alimentos que caem no chão. Estas pessoas não estão nem aí para a higiene dos alimentos, basta cair uma maça no chão e de imediato ela apanha e continua a comer o alimento. Mas tem pessoa que não tem o habito de comer alimentos sujo ou contaminado do chão mais tem o descuido de deixar cair aquela deliciosa maçã e para não perder a fruta e no momento não tem água para fazer a limpeza, só passa a maçã na roupa e volta a comer.
Eu particularmente, já vi muitas vezes em restaurante na hora do almoço, a colher, ou o garfo ou até mesmo a faca cair no chão e o cliente apanhar o talher passa na roupa e volta a usar na sua refeição. Têm uns clientes que ainda dão uma sopradinha no talher. rs rs rs…
O alimento quando cai no chão não tem jeito, tá contaminado, a bactéria que tá no chão, passa para o alimento e do alimento passa para a pessoa contaminando de bactérias.

Não toque na ferida que doi....


O que é Religião?

Religião é um conjunto de crenças e práticas, em geral associadas a um poder sobrenatural que molda ou dirige a vida e a morte do ser humano, ou um compromisso com idéias que tornam coerente a vida de uma pessoa. A adesão a uma religião significa a crença numa força divina e a aceitação de uma certa orientação moral. As religiões também aglutinam comunidades com valores e objectivos comuns. Algumas são restritas a áreas geográficas específicas, mas outras como o hinduísmo, budismo, judaísmo, cristianismo e islamismo, estão disseminadas por todo a mundo, com milhões de adeptos.

Compromisso Religioso

A religião é praticada em quase todas as comunidades humanas. Mesmo em lugares onde um religião foi formalmente proibida, as pessoas continuaram a cultuá-la secretamente. A que se deve isso? A religião oferece ao indivíduo um significado de vida além da realidade terrena, proporcionando explicações para ocorrências mais misteriosas da vida. Pessoas não espirituais, às vezes, consideram a religião como uma fuga da realidade. Mas as pessoas religiosas provavelmente replicam que ela é um meio de explicar o milagre da vida de um modo que a ciência não consegue. A religião pode proporcionar organização social e orientação moral, reforçando a estabilidade social e a segurança. Ela tem rituais para etapas importantes da vida, como o nascimento, o casamento e a morte.

Questões de vida e morte

As imagens do mundo também incluem relatos sobre o tempo, a natureza humana, o destino e os modos pelos quais os vivos podem continuar a cuidar dos mortos. Originalmente não havia qualquer crença em uma vida significativa após a morte. Quanto muito, as pessoas acreditavam que uma sombra imprecisa continuaria a existir, mantida "viva" na memória de outros e dos descendentes. Isso significa que as grandes tradições religiosas do Ocidente e do Oriente estão fundadas em uma experiência das possibilidades deste corpo nesta vida. A crença de que haverá alguma espécie de continuidade após a morte (descrita de maneira variada em diferentes religiões) foi desenvolvida pelos nossos ancestrais através de suas descobertas no longo processo da exploração religiosas. O que de nós deve sobreviver é também descrito de muitos modos diferentes. Mas o que todas as religiões têm em comum é que elas protegem as informações que capacitam as pessoas a estabelecer objetivos de significação e valor, tanto nesta vida como após a morte. Toda essa informação precisa ser organizada, protegida e compartilhada.
Quando pequenos aprendemos que para conviver em grupo nem sempre as coisas irão acontecer conforme nossas pretensões. Aos poucos, no relacionamento com nossa família, vamos descobrindo que algumas atitudes não são bem aceitas pelas pessoas e criamos as primeiras regras de convivência. Porém, com o passar do tempo, vamos perdendo o hábito de sermos gentis com o próximo.
Devido à correria do dia-a-dia, as pessoas encontram-se estressadas, sem tempo para se divertir e aliviar suas tensões, pensando que tem o direito de maltratar os outros, falar de qualquer jeito, implicar ou tratar com desdém.
Essas atitudes fazem com que as pessoas se afastem umas das outras, pois ninguém gosta de ser tratado com rispidez e desvalorização.
Algumas palavras expressam delicadeza e educação na forma em que tratamos os outros. Em contrapartida, há outras que demonstram falta de consideração e desrespeito. É importante que as palavras mágicas façam parte da nossa rotina de convivência, pois através delas podemos nos colocar como pessoas educadas, que desejam bem ao seu próximo.
Antes de tratar uma pessoa de qualquer jeito é bom se colocar no lugar dela, tentar perceber aquilo que gosta e que não gosta ou como será sua reação ao ouvir o que você quer dizer, pois cada um tem suas peculiaridades, sua forma de ser e agir.

Pensar no outro é uma forma de ser educado
Existem regras básicas de como devemos nos tratar para conseguirmos manter um relacionamento agradável com todos. Desejar bom dia, boa tarde e boa noite com um sorriso no rosto; não falar mal das pessoas; se dirigir ao próximo sem usar palavras ríspidas e grotescas; manter atitudes de delicadeza; usas as palavras mágicas – por favor, com licença, obrigada; perguntar se está tudo bem; mostrar interesse pelas coisas do outro; ouvir com atenção o que o outro quer dizer; não falar por cima da fala do outro, mas um de cada vez; ceder a cadeira que você está sentado para as pessoas mais velhas, etc.
É bom lembrar que as pessoas não são iguais e que as diferenças servem para enriquecer a vida, para trazer experiências de convivência que nos acrescentam valores éticos e morais, desde que sejam vistas dessa forma. Olhar para o outro de forma crítica, não aceitando e respeitando seu jeito de ser pode fazer com que acreditemos que tudo deva acontecer de acordo com nossas vontades.
Na verdade o que o outro tem que mais nos incomoda é aquilo que gostaríamos de ter ou ser igual e, como não conseguimos, criamos resistência em aceitar que o outro alcance.
Não afronte o outro, mas resista à sua própria capacidade de não aceitá-lo. Esse exercício o levará a conquistar novos sentimentos em relação às pessoas de sua convivência, além de fazer com que você cresça como pessoa e seja bem visto e bem querido por todos.

Alguém lembra da cidade da música...

Então.....

Passada quase uma década de obras e muitas críticas, é chegada a hora da arrancada final para a Cidade da Música. A estrutura gigante de concreto armado no encontro das avenidas das Américas e Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, parecia congelada desde que, em 2008, o então prefeito Cesar Maia ‘pré-inaugurou’ o complexo cultural. Mas a faixa descerrada no apagar das luzes do governo teve efeito contrário. Em seu início de gestão, o prefeito Eduardo Paes não poupou críticas ao projeto milionário. Para evitar criar no imaginário da população um tributo ao antecessor e rival político, o novo alcaide deixou tudo que dizia respeito à Cidade da Música na geladeira e contratou uma auditoria, que levantou indícios de irregularidades.

Cesar Maia começou a manifestar sua intenção de construir o complexo em 2002. Um ano depois, convidou o prestigiado arquiteto francês Christian de Portzamparc, mentor da Cité de la Musique, em Paris, para criar um marco semelhante no Rio. Os gastos de da obra e as discussões sobre as prioridades do Rio fizeram Cesar Maia enfrentar uma saraivada de críticas da opinião pública e a artilharia pesada de seus opositores. A Cidade da Música, que a princípio custaria 86 milhões de reais e seria inaugurada em 2004, ficará pronta por 515 milhões de reais no começo do segundo semestre de 2011. Até 2008, foram gastos 431 milhões. Na gestão de Paes, a partir de 2009, o investimento já chegou a 42 milhões e outra parcela no mesmo valor ainda será desembolsada.


Esfriada – ou esquecida – a polêmica que sempre cercou o projeto, a gestão de Eduardo Paes retomou a Cidade da Música. Dentro das paredes angulosas cinzentas, a atividade tem sido intensa na hoje chamada Cidade das Artes. Um grupo de 700 funcionários trabalha diariamente para aprontar o espaço a uma nova inauguração – inegavelmente mais completa. Só então o monumento faraônico de 90 mil metros quadrados de área construída deverá, enfim, ganhar vida.
Lucas Landau
Secretário municipal de Cultura do Rio, Emilio Kalil, visita sala principal da Cidade da Música
Secretário municipal de Cultura do Rio, Emilio Kalil, visita sala principal da Cidade da Música
Entre alguns de seus espaços, estão 12 salas de ensaio, uma sala de música de câmara, uma videoteca, três salas de cinema, uma sala de eletroacústica, um restaurante, quatro cafés, uma sala de exposição e a majestosa Grande Sala, que poderá variar de 1.250 a 1.780 lugares. “Deslumbrante”, exclama o secretário municipal de Cultura, Emilio Kalil na entrada para a Grande Sala. Antes do elogio, Kalil não deixa passar incólume os ‘jeitinhos’ arranjados para a pré-inauguração de Maia. “Esse carpete foi daquela inauguração apressada”, explicou.
Dentro dessa sala, de onde Maia discursou em 2008 sobre a importância do empreendimento, algumas obras tiveram de ser refeitas. As poltronas importadas foram todas retiradas na gestão de Paes para terminar etapas executivas que haviam sido puladas. Divergências à parte, a ordem é seguir à risca o projeto inicial. O palco, que estava fixo, será automatizado. Ele aumentará ou diminuirá de tamanho para atender às necessidades de uma ópera ou a de uma orquestra. Os quatro camarotes móveis, acionados para concertos, também estão em fase final. O acabamento do isolamento acústico está sendo feito apenas agora. Os operários também trabalham na mudança de todos os corrimãos das escadarias da Cidade das Artes, antes de madeira e agora de aço.

“É como uma mudança de casa: o pedreiro está saindo, mas não saiu”, resume Kallil. É ele, talvez, uma das pessoas mais animadas do governo com a inauguração do espaço. “Aqui, o delírio é o limite”, diz, enquanto faz uma de suas visitas à obra. No primeiro andar, ele avista o térreo, repleto de lagos: “Olha que beleza é embaixo”. O secretário imagina que o monumento vá se tornar, em uma menor escala, uma espécie de Lincoln Center, onde milhares de pessoas poderão circular diariamente.


Gastos
- Na ponta do lápis, o secretário municipal de obras, Alexandre Pinto da Silva, bem menos animado, contesta a relevância da futura casa da cultura fluminense. Pelas contas dele, com os reajustes da inflação, daria para ser construída uma nova Transoeste- corredor expresso exclusivo para ônibus que está em andamento para atender às demandas dos jogos olímpicos de 2016 – cujo custo é de 800 milhões de reais.

“Essa obra não seria feita por nós. Nossas decisões de investimento são para esporte de massa, saúde pública, transporte, educação. No momento, estamos construindo quatro arenas cariocas que levarão espetáculos mais populares à cidade”, afirma Silva. No ritmo atual da obra, ele estima que seria possível ter começado e encerrado tudo em três anos, não em nove. Mas, como a obra foi herdada pela gestão de Paes, não resta alternativa: “Se a gente não conclui, fica o governo responsabilizado pela degradação”.


Da forma que Maia entregou a Cidade das Artes, pode-se dizer que 70% estava encaminhado, sobretudo a parte estrutural. Faltava a montagem dos equipamentos e das salas. Desses 70%, Pinto acredita que 20% tiveram de ser refeitos pelas empreiteiras, como as instalações, colocadas na correria. “Nós voltamos a tocar a obra no ano passado. Estamos fazendo com a tranquilidade necessária para a execução de obras desse porte e desse nível de sofisticação. Não dá para fazer às pressas”, argumenta, sem deixar de apontar as falhas na execução do projeto ocorridas na gestão anterior.


Apesar do cuidado com a finalização da Cidade das Artes, será difícil associar o monumento ao Eduardo Paes. O prefeito mais longevo do Rio, Cesar Maia, deixou sua marca para sempre na cidade com a edificação do complexo cultural. “Ficará para a posteridade da Cidade. A polêmica foi exagerada por politicagem. É isso que gravará meu nome nela. Se tivessem inaugurado quatro meses depois (no primeiro semestre de 2009, já no governo de Paes) ninguém se lembraria da autoria”, afirma Cesar Maia, em um surto de modéstia.
Acusado de superfaturamento e de improbidade administrativa pela CPI instaurada na Câmara dos Vereadores, Maia defende o seu projeto. “E a reforma do Maracanã de um bilhão de reais? Cultura é a base da educação. Se a educação é uma prioridade, a cultura é uma preliminar. Não há ópera sem Metropolitan, não há artes plásticas sem Moma, não há artes práticas sem Louvre. O Rio em seu relançamento como cidade global requer um equipamento desta qualidade”, argumenta.

Depois de pronta, a Cidade das Artes demandará 35 milhões de reais anuais para a manutenção. Antes disso, espera-se o fim das obras para dar início aos serviços de limpeza, checagem da segurança e últimos retoques. Em seguida, será a vez da fase de soft opening, para testar, aos poucos, o espaço - como foi feito com o Theatro Municipal do Rio, reinaugurado em etapas após a última reforma. A inauguração, de fato, está prevista para 2012, o que coincidirá com o aniversário de 10 anos da criação do monumento. “Não adianta discutir o passado. A casa está aqui e precisa ser ocupada. Abandonar seria um crime”,
Agóra eu pergunto os nossos hospitais  públicos como estão ?.

Uma doença mental....



Algumas reflexões sobre o que nos revelam os dados - Os quesitos raça/cor ganham espaço nas pesquisas.
O Brasil é um país de grandes contrastes sociais e desigualdades resultantes de um longo período de colonização e exploração das populações indígenas e negras. Ainda hoje as conseqüências do regime escravocrata persistem mostrando estatísticas nas quais essas populações aparecem em grandes desvantagens em relação aos brancos. Essas constatações hoje já começam a ser aceitas pelos governos, e medidas de equalização dos quadros de desigualdades começam a serem tomadas.
É necessário e urgente que a garantia dos direitos fundamentais como saúde, educação e trabalho, seja efetivada com justiça, de forma que as camadas desfavorecidas da sociedade brasileira possam ter um aumento significativo de qualidade de vida. Algumas ações governamentais têm sido implementadas nesse sentido, dentre as quais podemos citar a obrigatoriedade de 50% de mulheres nas candidaturas para cargos públicos eletivos(1), e políticas de trabalho direcionadas para portadores de deficiências físicas(2).
Os movimentos sociais como um todo, sobretudo os feministas, negros, e de jovens, tiveram uma participação decisiva nessas ações desde o momento inicial de pressão política, passando pela sua elaboração, execução e monitoramento. A criação de secretarias governamentais para tratar especificamente dessas políticas é uma prova concreta da mobilização e força dos movimentos sociais e da sociedade civil de uma forma geral.
Embora alguns avanços sejam identificados, a base das desigualdades persiste. Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2006), a população entre 7 e 14 anos do Norte-Nordeste continua apresentando as menores taxas de escolarização. As mulheres na idade entre 5 a 17 anos apontam um percentual maior de freqüência à escola que os homens, respectivamente 92,4% para 91,9%, sendo que o aumento ocorreu em todas as regiões. No Norte-Nordeste a taxa de analfabetismo das mulheres foi menor que a dos homens. As mulheres possuem em 2006, em média, mais anos de estudo completos que os homens. A participação das mulheres no mercado de trabalho e na freqüência à universidade também cresce em relação aos homens, no entanto o tipo de ocupação no trabalho e os salários são inferiores aos dos homens, o que evidencia a persistência das desigualdades.
Quando nos referimos aos itens "cor" ou "raça", os dados da PNAD (2006) atestam que, dos 15 milhões de analfabetos brasileiros mais de 10 milhões são pretos e pardos, apresentando mais que o dobro na taxa de analfabetismo em relação aos brancos, ou seja, 14% contra 6,5% para os brancos. Já com relação à freqüência à universidade, os brancos correspondem a 56%, e pretos e pardos 22%, mas esses dados são verdadeiramente alarmantes quando passamos a perceber qual a porcentagem de pretos e pardos que conseguem concluir a graduação em relação aos brancos. Da população de 25 anos ou mais que concluíram a graduação em 2006, temos um total de 8,6%. Desses 8,6% que concluíram; 78% são brancos, 16% pardos, e apenas 3,3% de negros.
Estas estatísticas nos mostram claramente a necessidade e urgência de ações afirmativas e cotas que garantam o acesso e permanência da população negra na universidade. Das políticas de ação afirmativa já implementadas, o sistema de cotas foi o que mais envolveu a opinião pública e mobilizou setores da sociedade civil. Muitas universidades estaduais e federais(3) já iniciaram políticas e programas de democratização do acesso e permanência de índios e negros, cada uma de acordo com as suas especificidades regionais e com embates políticos diferenciados.
Raça e relações raciais
Muitos desafios têm contribuído para o avanço dos estudos sobre as relações raciais no Brasil, e estes se apresentam em conjunturas sócio-históricas diferentes, de acordo com o dinamismo das relações que se constroem a cada época. Portanto, dado a brevidade de nosso texto, destacaremos apenas alguns desafios mais pertinentes à compreensão de nosso objeto. Queremos no entanto destacar a influência que o pensamento cientifico opera sobre o imaginário social e de como as idéias racistas ainda hoje repercutem.
Hasenbalg (1979) faz um interessante comentário crítico às teses de Florestan Fernandes (1965) apresentadas em seu texto: "Integração do Negro na Sociedade de Classes". O primeiro autor fundamenta sua crítica ao segundo com base, sobretudo, em Stanislav Andreski (1969 apud HASENBALG, op. cit., p. 76), quando este afirma: "Uma vez que uma superposição bem definida de raças passa a existir, cria-se uma situação em que é bastante racional para seus beneficiários tentar perpetuá-la".
O autor não concorda com Florestan Fernandes (1965, p. 75) quando este considera que "[...] parece provável que as tendências dominantes levarão ao estabelecimento de uma autêntica democracia racial." (FERNANDES apud HASENBALG, 1979, p. 75). De acordo com o que apresenta Hasenbalg (op. cit.), Fernandes (op. cit.) considera que, uma democracia racial autêntica implica que negros e mulatos devam alcançar posições de classe equivalentes àquelas ocupadas por brancos, o que nos parece correto. Ainda de acordo com o autor, Fernandes (op. cit.) acreditava na gradativa transformação das relações raciais no Brasil, à medida que o modelo econômico fosse sofrendo mudanças de um perfil arcaico para outro mais moderno e democrático. Este autor acreditava que os comportamentos preconceituosos e racistas acabariam por desaparecer, o que na verdade não ocorreu, pelo contrário, as desigualdades persistem, em grande parte em conseqüência da discriminação, do preconceito, das idéias racistas que continuam vivas na contemporaneidade.
Com base nas posições de Hasenbalg (1979) no que se refere à permanência de uma sociedade desigual, mesmo após a abolição, e considerando os efeitos perversos e ainda permanentes do longo período de escravidão, situaremos nosso texto no momento mais recente das discussões sobre relações raciais. Atualmente busca-se com as políticas de ação afirmativa, se busca uma justiça racial concreta, da forma como pensou Fernandes (1965), ou seja, onde negros ocupem status social equivalente aos brancos.
Estudos de relações raciais no Brasil
Guimarães (1999) destaca que as primeiras compreensões de raça estavam relacionadas às características físicas das populações nativas dos vários continentes. Os estudiosos atribuíam qualidades morais, intelectuais e psicológicas de acordo com os atributos físicos das populações. De acordo com esse autor, estas teorias racistas sustentaram aspirações imperialistas e geraram grandes tragédias o que levou os cientistas a negarem este conceito de raça. Houve uma substituição do termo raça por "etnia" (Ibidem).
Conforme declara Telles (2003) a respeito das teorias racistas do século XIX surgidas na Europa e amplamente assimiladas e divulgadas no Brasil, a idéia de raça é conceitual e não um fato biológico. Embora as teorias de superioridade da raça branca, que ganharam um status científico no século XIX, tenham sido desacreditadas, elas continuam firmemente enraizadas no pensamento social (Ibidem). Para Pessoa (1996), o conceito de raça é comparativo, e para se reconhecer uma raça é necessário estabelecer um contraste com outra semelhante ou diferente. A esse respeito o autor traz sua compreensão com base no conceito de raciação, conforme podemos ver a seguir:
Como a raciação é um processo longo e contínuo que vai produzindo raças dentro de raças, o grau de diferença entre as raças varia. Comparada com a população alpina, a população nórdica é uma raça menor (não muito distinta), mas, em relação aos pigmeus africanos, é uma raça maior (muito diferente). (Ibidem, p. 30).
O autor traz em seu texto além de noções de miscigenação e de raças modernas, um perfil da doutrina racista e alguns dos postulados do racismo(4), dentre os quais ressaltamos os seguintes:
- As raças puras são superiores umas às outras e todas são superiores às miscigenadas.
- Para o bem da humanidade, as raças superiores devem dominar as inferiores e usá-las para funções subalternas (Ibidem).
Ainda de acordo com Pessoa (1996, p. 30), abolir a palavra raça em virtude do racismo e de suas graves conseqüências, não foi uma boa iniciativa, pois "[...] não é lutando contra palavras que venceremos preconceitos".
Costa (1989) apresenta uma compreensão distinta da de Pessoa (op. cit.) com relação à importância do uso do termo raça. O autor considera que até os anos 30 do século XX o conceito biologizante de raça serviu para hierarquizar segmentos da população. A partir dos anos 70, o conceito ganha outra importância. O autor apresenta as oscilações desse conceito na história, e ressalta que:
Quando, nos finais dos anos 70, o movimento negro retoma o conceito raça com um sentido político, opera-se, portanto uma inversão semântica fundamental na categoria usada historicamente para subjugar negros e outros não brancos. Não se trata, contudo, de um racismo invertido, como se grupos negros quisessem afirmar alguma distinção biológica essencial ou sua superioridade relativamente aos não negros. O que se tem é uma estratégia política de delimitação e mobilização dos grupos populacionais que, em virtude de um conjunto de características corporais, continuam sistematicamente discriminados. (COSTA, 1989, p. 151).
Com relação à "luta contra palavras para vencer preconceitos" da qual Pessoa (1996) discorda, podemos afirmar que as palavras não são vazias, e ganham sentidos dentro de um contexto sócio-histórico e político. A academia -lugar por excelência da elaboração de conceitos- trabalha manipulando-os segundo os seus interesses. Portanto, é necessário refletir sobre quem detém o poder intelectual e político de disseminar o conhecimento e fabricar conceitos.
O movimento negro passou a utilizar o termo raça como instrumento político para reafirmar a existência do racismo no nosso país, fortemente enraizado nas instituições e nas formas como estas trabalham as relações no cotidiano. As palavras que denotam o preconceito, os estereótipos e a discriminação, demonstram o perfil racista do Brasil. As palavras fazem parte de uma ideologia pouco percebida, simbólica e discursiva, contra a qual a luta é também com palavras(5). O lugar da palavra, da escola e da universidade tem grande responsabilidade sobre a continuidade dos pensamentos racistas.
Nascimento (2003) considera que raça é um conceito que traz implícito em sua compreensão dimensões culturais e históricas, justificando a necessidade de se abandonar o uso do temo "etnia", conforme explicação a seguir:
Já que a noção de raça como origem e ancestralidade incorpora as dimensões de história e cultura sem remeter ao essencialismo biológico, perde o sentido a proposta de sua substituição pelo eufemismo "etnia". Ademais, no processo de resistência à discriminação, constata-se a necessidade de reconhecer as realidades sociais criadas a partir dos critérios discriminatórios. Como lutar contra o racismo se negarmos a existência das "raças" e, portanto, da discriminação racial? (p. 50).
A autora supracitada considera que, entre racismo e etnicismo, o termo derivado de raça é imediatamente identificado com o fenômeno discriminatório e, portanto, pode ter capacidade mobilizadora. "Etnia", na visão da autora, é um termo que não atinge o imaginário social, e nesse caso, seria uma luta com arma discursiva impotente, segundo o pensamento de Pessoa (1996).
O ideal de branqueamento no Brasil
Antes da criação do mito da democracia racial no Brasil(6), que considerou a convivência entre as três raças formadoras do povo brasileiro como algo positivo, existia no Brasil um outro ideário amplamente divulgado pelas ciências médicas, jurídicas, filosóficas, e outras, com fortes influências das idéias de eugenia divulgadas na Europa(7). Esse ideário configurado nas teorias racistas do século XIX(8) consistia na crença de que, a miscigenação era uma aberração, uma verdadeira degenerescência da espécie humana. O ideal seria que as raças fossem puras. As raças inferiores, as negras principalmente, não poderiam se misturar às superiores, e os brancos que cometessem essa imprudência eram castigados. A mistura de raças originaria um ser humano inferior.
Da mesma forma como interessou a uma elite branca esse pensamento, a reinterpretarão positiva de miscigenação alardeada de forma muito inteligente nos anos 20 e 30 também assegurou a continuação do domínio dessa elite sobre a população negra e índia. Skidmore (1976, p. 192) esclarece que "[...] os anos 20 e 30 no Brasil viram a consolidação do ideal de branqueamento e sua aceitação implícita pelos formuladores da doutrina e pelos críticos sociais".
A dificuldade dos negros, de se reconhecerem como tal, e de perceberem como se tornam negros está implícita na construção científica da idéia de que a miscigenação com brancos melhoraria as supostas qualidades inferiores da raça negra. Os efeitos dessas teorias têm reflexo até o momento atual em nossa sociedade, atingindo as dimensões do desejo de crianças, jovens e adultos de se aproximarem ao máximo dos valores cultivados pelos brancos.
Reiteramos que a escola enquanto instituição por excelência, da palavra, da comunicação, da construção da sociabilidade entre crianças, jovens e adultos, figura como uma das principais mantenedoras desse pensamento racista. Na escola são lidos os textos que foram produzidos por esses escritores, dentre eles um que, até hoje é leitura central nas escolas: Monteiro Lobato, escritor excelente do ponto de vista da técnica, da criatividade, mas que apresenta para os professores questões para serem refletidas com os leitores infantis e juvenis. Apresentamos essa reflexão, pautada nos estudos de Skidmore (1976), quando este coloca a importância que tiveram os escritores na formulação desses ideais de branqueamento. Ele cita a participação de muitos estudiosos(9) que elaboraram idéias dessa política de branqueamento e coloca Gilberto Freyre como um dos principais cientistas na construção dessas idéias.
Por traz da idéia de uma convivência harmônica entre as raças, parecia existir o propósito de eliminar pouco a pouco a população negra tida como inferior, e desta vez, não pela violência, nem pelos maus tratos próprios da escravidão, mas por um princípio científico amplamente divulgado e inculcado no imaginário social. De que forma combater idéias racistas e todas as formas de preconceito, estereótipos e discriminação, se todos acreditavam no seu desaparecimento, sendo assim tidos como idéias arcaicas, como coisas do passado?
Conforme Skidmore (1976), o escritor Monteiro Lobato(10) teve uma ascensão expressiva no cenário da literatura brasileira da época devido à divulgação desse ideal de branqueamento através de seus livros e de matérias jornalísticas. Em carta que Lobato escreveu a um amigo podemos perceber a dimensão dos valores diferenciados que este escritor atribui às raças:
Num desfile, à tarde... perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas - todas menos a normal... Como consertar essa gente? Que problemas terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança! Talvez a salvação venha de São Paulo e outras zonas que intensamente se injetam de sangue europeu. Os americanos salvaram-se da mestiçagem com a barreira do preconceito racial. Temos também aqui essa barreira, mas só em certas classes e certas zonas. No Rio, não existe. (LOBATO, 1944 apud SKIDMORE, op. cit., p. 199).
Andréas Hofbauer (2003), em seus estudos sobre as bases ideológicas do racismo brasileiro, confirma que o racismo que ainda hoje persiste nas relações sociais é fruto não só de uma construção científica, mas também jurídica. Havia uma cobertura legal, reforçando a legitimação das práticas de branqueamento. Hofbauer (op. cit.) citando João Batista Lacerda (1912) afirma que:
[...] ainda no Estado Novo, Getúlio Vargas justificaria a assinatura de um decreto-lei (1945) que devia estimular a imigração européia com as seguintes palavras: "Há necessidade de preservar e desenvolver, na composição étnica da população, as características básicas mais desejáveis de sua ascendência." (LACERDA, 1912 apud HOFBAUER, op. cit., p. 89).
Parece assim ficar claro que, as construções do conceito de raça e das idéias sobre racismo estão envolvidas em um processo político ideológico no qual os interesses de uma minoria branca dominante se sobrepunha.
Para Costa (2002, p. 44) "[...] não se trata de uma ideologia racial, mas de uma ideologia nacional(11), com múltiplas dimensões." O autor considera que, em sua dimensão política, a ideologia construída na nação brasileira a partir de 1930 assimilou o modelo francês. Ele declara que a ideologia da mestiçagem comporta as dimensões de gênero, social, cultural, e racial. Sobre a dimensão de gênero implícita nas idéias de mestiçagem, e afirma:
Tanto no trabalho de Freire quanto no âmbito do esforço consistente de institucionalização de uma ideologia nacionalista de institucionalização de uma ideologia nacionalista no Estado Novo, reifica-se a imagem da mulher sem subjetividade própria e sem vida cívica e políticas autônomas; nesse construto, a mulher realiza-se e se completa enquanto objeto do desejo masculino. (Ibidem, p. 44).
É interessante observar como as artes, ciências e letras contribuíram para fortalecer esse pensamento com relação a um tipo feminino sensual e objeto do desejo masculino. Ficaram célebres os personagens femininos criados pelo escritor Jorge Amado, traduzido para muitas línguas e levado para o cinema e as telenovelas. A música, a pintura, e a poesia, também contribuíram para formatar uma imagem de mulher brasileira, "tipo exportação" que faz parte desse construto tão abrangente sobre o qual o autor se refere.
Embora considerando que o mito da democracia racial começa a se desconstruir nos anos 1950, Costa assegura que as desigualdades continuam com a modernização, e coloca a importância do combate ao racismo com medidas específicas de ação afirmativa, com o desenvolvimento dos estudos raciais, dentre outras medidas, sejam de procedência brasileira ou não (Ibidem).
À Guisa de Conclusão
Acreditamos que, a Universidade como lugar por excelência da elaboração do pensamento, colabora de tempos em tempos com uma hegemonia de determinada razão cientifica que se cristaliza no âmbito da academia e repercute no pensamento da sociedade. A ressonância dessas idéias no imaginário social é também disseminada. Esse movimento de construção de idéias que advém das pesquisas na ciência pode muitas vezes ser uma encomenda das agências financiadoras das investigações para privilegiar determinados interesses.
De acordo com a história da filosofia da ciência, é inerente ao pensamento científico a sua transformação, a sua falseabilidade (POPPER, 1902) as mudanças de paradigmas (KUHN, 2003) ou até a sua desconstrução.
A ciência está fadada a ser ultrapassada, muito embora o seu desenvolvimento não se dê de forma inteiramente nova, mas sim com base no que já foi pensado.
O que queremos destacar é que no caso das teorias racistas do século XIX as idéias científicas se estabeleceram reforçando a idéia de superioridade de uma raça sobre outra, assim como para justificar também os domínios econômicos, sociais e políticos de brancos sobre as demais raças.
A universidade brasileira hoje, por ocasião do debate em torno das ações afirmativas passa a rediscutir a origem e desenvolvimento dessas idéias racistas. Podemos perceber o quanto ainda repercutem nos sentimentos e comportamentos das pessoas, sendo a família e a escola em todos os níveis, a nosso ver, algumas das principais agências responsáveis pela reprodução do preconceito, da discriminação e do racismo.
Muitas Universidades no Brasil já experimentam o sistema de cotas, e já podem avaliar essa política, desde 2004, quando a primeira Universidade Federal, a UnB faz o seu primeiro vestibular. Os resultados são positivos, sendo o mais significativo a entrada de negros em cursos de médio e alto prestigio como Medicina, Direito, Arquitetura, Psicologia, Engenharia, por exemplo.
A Universidade Federal do Ceará, a pedido do Ministério Público e através de um grupo de professores iniciou reflexões sobre a implementação de uma política de acesso e permanência das populações mais desfavorecidas socialmente, camadas nas quais se encontram pretos e pardos (negros) de acordo com a classificação do IBGE. Infelizmente o então Reitor, na gestão vigente ainda neste ano de 2010, se mostrou contrário à política de cotas. Ademais, apesar dos esforços envidados por alguns professores na gestão anterior, assim como na atual gestão, a proposta de cotas para negros, índios e pobres da escola pública, foi fragorosamente derrotada.
Esta é uma política que vem mobilizando não somente a reflexão da comunidade universitária, mas também os movimentos sociais e a sociedade como um todo, pois comporta no âmbito de suas principais discussões, questões fundamentais relativas aos direitos humanos do cidadão. Nas universidades nas quais vem sendo implementadas políticas de ação afirmativa, estas vêm apresentando bons resultados como na UnB, UFBA, UFMG, mas sem dúvida a que mais cria polêmica são as cotas para negros.
A UFC, rejeitando essas políticas, reflete o senso comum, pois no Estado do Ceará é cristalizada a idéia de que não existem negros, mas somente índios e mestiços, ou seja: moreninhos, mulatos, marrons, ou outras tantas nomenclaturas atribuídas às pessoas negras como se isso atenuasse a qualidade ruim de dizer-se negro ou negra. As pessoas negras, aquelas que estão nessa gradação de cor entre pardos e pretos, em geral não se reconhecem como negros, porque ser negro significa ser inferior, sujo, suspeito, marginal, etc. Essas são idéias comuns e corriqueiras que se pode perceber diariamente no imaginário social. Hoje, alguns historiadores vêm procurando desconstruir algumas idéias da história oficial que afirma não ter tido escravidão negra no Ceará, e, portanto, que essa cultura da negritude e da africanidade não existe nesse estado. Na verdade, para o Ceará vieram menos negros se compararmos a estados como Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Maranhão, o que não significa que desvalorizemos, e criemos um silêncio e uma negação dessa cultura para invisibilizá-la. Sabe-se que até hoje há comunidades quilombolas no Ceará que precisam ser reconhecidas e amparadas em seus direitos.
A postura da universidade só dificulta esse reconhecimento deixando essas populações em situação muito precária na sua qualidade de vida. Os jovens quilombolas, assim como os demais negros pobres da escola pública, têm direitos à ascensão social e esta com certeza poderá acontecer se pleitearem uma vaga na universidade. Essa é uma responsabilidade da sociedade como um todo, mas, sobretudo, das instituições de ensino superior.
BIBLIOGRAFIA:
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo, Fundação de apoio à Universidade de São Paulo/ Editora 34, 1999.
FERNANDES, Florestan. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. São Paulo: Dominus, 1965HASENBALG, Carlos Alfredo. Estrutura Social, mobilidade e raça. Editora Revista dos Tribunais Ltda, São Paulo: Edições Vértice, 1988.
______; DO VALLE SILVA, Nelson. Relações raciais no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Rio Fundo Editora/ IUPERJ, 1992.
HOFBAUER, Andréas. Conceito de "Raça" e o ideário do "Branqueamento" no século XIX. Teoria e Pesquisa, São Paulo: Universidade Federal de São Carlos, n. 41- 42, jan./jul. 2003.
KUHN, Thomas S.- A estrutura das revoluções científicas, São Paulo, 2003.
LOBATO, Monteiro. A Barca de Gleyre: quarenta anos de correspondência literária entre Lobato e Godofredo Rangel. São Paulo: [s.n.], 1944.
NASCIMENTO, Elisa Larkin. O Sortilégio da cor: identidade, raça e gênero no Brasil. São Paulo: Summus, 2003.
PESSOA, Oswaldo Frota. Raça e eugenia. In: SHWARCZ, Lilia Moritz; QUEIROZ, Renata da Silva (Orgs.). Raça e diversidade. São Paulo: Estação Ciência/ Edusp, 1996.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As teorias raciais, uma construção histórica de finais do século XIX. In: ______; QUEIROZ, Renato da Silva (Orgs.). O contexto brasileiro São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/ Estação Ciência: Edusp, 1996.
SKIDMORE, Thomas E. Preto no Branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1976.
SODRÉ, Muniz. Claros e Escuros. Identidade, povo e mídia no Brasil. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
POPPER, Karl R. A Lógica da investigação cientifica. São Paulo, Abril Cultural, 1980.
TELLES, Edward. Repensando as Relações de Raça no Brasil. Teoria e Pesquisa, São Paulo: Universidade Federal de São Carlos, n. 41- 42, jan./jul. 2003.
______. Lei nº 9100 de 19 de setembro de 1995. Trata das eleições municipais de 1996, estabeleceu o percentual mínimo de 20% de candidatas mulheres nas listas dos partidos políticos e coligações. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 out. 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/L9100.htm>. Acesso em: 20 abr. 2005.
Notas:
(1) "A lei nº 9.100/95 expressamente instituiu o percentual mínimo de 20% de mulheres candidatas às eleições municipais do ano de 1996, com o objetivo de aumentar a representação das mulheres nas instâncias de poder. Posteriormente, a lei nº 9.504/97 aumentou o percentual para 30% (ficando definido um mínimo de 25%, transitoriamente, em 1980, estendendo a medida às outras entidades componentes da Federação, e também ampliando em 50% o número de vagas em disputa)." (BELCHIOR, 2006, p. 23).
(2) De acordo com o art. 37, VIII da Constituição Federal, deverá ser reservado um percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência, definindo os critérios de sua admissão.
(3) Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dentre outras.
(4) O autor faz rico levantamento sobre questões sobre como as raças se formam e se desfazem, e sobre eugenia. Ver mais em Schwarcz e Queiroz (1996).
(5) Jean Paul Sartre (1978) fala também da importância de se dar sentidos e significados novos as palavras de acordo com nossos interesses (interesse dos negros) Com relação à palavra "negro" por exemplo, Sartre (op. cit., p. 94) diz: "[...] o negro não pode negar que seja negro ou reclamar para si esta abstrata humanidade incolor: ele é preto. Está pois encurralado na autenticidade: insultado, avassalado, reergue-se, apanha a palavra ‘preto’ que lhe atiram qual uma pedra; reivindica-se como negro, perante o branco, na altivez."
(6) Conforme Costa (2003, p. 45), "[...] o mito que persistiu desde os anos 30 e que parece ir se desconstruindo a partir dos anos 70 é o da brasilidade inclusiva e aberta, capaz de integrar em seu interior harmonicamente as diferenças."
(7) Ver mais em Skidmore (1976, p. 70-80).
(8) Schwarcz (1996) faz um interessante estudo sobre teorias racistas com base em telas a óleo, gravuras, xilogravuras do século XIX. A autora também apresenta as teses da medicina legal de Lombroso, do psiquiatra Nina Rodrigues, dentre outros que, procuraram comprovar que quem apresentava traços negros ao nascer teria tendências a serem bandidos, marginais perigosos, loucos. Essas teorias justificam as idéias de eugenia.
(9) Muniz Sodré (1999), estudando a questão da identidade nacional, fala de uma referência clássica do Abolicionismo, o intelectual Joaquim Nabuco, e de uma afirmação proferida por este, mostrando o nível de eurocentrismo do seu pensamento.
(10) Sodré (op. cit., p. 86) traz afirmação de Monteiro Lobato, segundo ele, um "racista confesso" no qual este revela: "Só a imigração e a conseqüente fusão de sangue superior trará uma aptidão congênita para o progresso."
(11) Sodré (1999) cita inúmeros brasileiros ilustres de todas as áreas que contribuíram com a formação dessa identidade nacional, dentre eles: Nina Rodrigues (psiquiatra), Euclides da Cunha (escritor), Cassiano Ricardo (poeta e escritor), Silvio Romero, Oliveira Viana (sociólogo), Farias Brito (filósofo) entre outros.

sábado, 5 de maio de 2012

Um mal conteporaneo.....



A palavra Estresse vem do inglês "Stress", termo  usado inicialmente na física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão.

O médico Hans Selye  transpôs o termo para a medicina e a biologia para definir o esforço de adaptação do organismo ao enfrentar situações que considere ameaçadoras à sua vida e equilíbrio interno.

Muitas vezes a palavra é utilizada indiscriminadamente para definir diferentes  sensações, mas "Estresse" é a denominação dada a um conjunto de reações orgânicas e psíquicas de adaptação que o organismo emite quando exposto a qualquer estímulo que o excite, irrite, amedronte ou o deixe muito feliz.

Apesar de geralmente estar associado  a situações  negativas, é importante ressaltar que reações relacionadas a situações prazerosas também são caracterizadas como "Estresse" . Nem sempre o agente disparador de um processo de estresse é um acontecimento desprazeroso. Apaixonar-se, por exemplo, iniciar um emprego  desejado, receber uma promoção, comprar uma casa nova também podem gerar alterações no equilíbrio interno do organismo.

Em princípio, portanto, "Estresse" não é uma doença, embora seja assim compreendido por muitas pessoas. É simplesmente a preparação do organismo para lidar com as situações que se apresentam. O prolongamento ou a exacerbação de uma situação específica é que, de acordo com as características do indivíduo naquele momento, podem gerar conseqüências indesejáveis.
 
Na realidade, o estresse é um mecanismo normal, necessário e benéfico ao organismo, pois faz com que o indivíduo se torne mais atento e sensível diante de situações de perigo ou de uma dificuldade qualquer. Na pré-história, quando um homem saía para caçar, era necessário um certo nível de estresse para que ele pudesse enfrentar riscos. Assim, as alterações orgânicas decorrentes, como a constrição dos vasos periféricos, o aumento da pressão arterial, a respiração ofegante e a dilatação das pupilas  mostravam-se especialmente positivos, pois permitiam que sangrasse menos ao ferir-se, tornavam seu corpo mais oxigenado,  favoreciam que corresse mais  e melhor em função dos músculos enrijecidos e enxergasse melhor, caso estivesse no escuro. O estresse funcionava, portanto, como um mecanismo de sobrevivência.


Certo nível de estresse pode, como vimos, ser benéfico, ao estimular o corpo, melhorando sua atuação. Entretanto, se o nível aumenta muito, emerge a  fadiga que, com o tempo, pode gerar a suscetibilidade a doenças físicas e mentais. 

Cada pessoa tem um nível diferente de tolerância ao estresse: algumas parecem não sofrer efeitos negativos de níveis aparentemente altos, enquanto outras suportam apenas pequenas mudanças por vez em sua vida, sem se tornarem ansiosas, deprimidas ou doentes.

O estresse torna-se  prejudicial quando  crônico. O homem  contemporâneo passa por diversas situações estressantes no dia-a-dia, sem descanso, submetendo-se a uma pressão constante que acaba deteriorando seu corpo. Apesar das situações desgastantes serem, principalmente, de ordem intelectual e não física como antigamente, o ser humano continua  reagindo a elas com o mesmo mecanismo de sobrevivência que a espécie utiliza há dez mil anos, necessitando, por tal razão, encontrar alternativas para preservar seu bem-estar. 
 
No início, o estresse é muito sutil, e as pessoas tendem a negar sua existência, o que dificulta a identificação. Em primeiro lugar, é necessário que o indivíduo admita que o estresse está presente. O diagnóstico é feito, geralmente, a partir dos sintomas: a associação de três ou quatro sintomas vagos, como insônia, cansaço e dores de cabeça.
 
A pessoa estressada apresenta-se cronicamente tensa, cansada e irritada. Há um comprometimento da criatividade e da flexibilidade; a dor de cabeça é constante e as unhas roídas. O indivíduo alimenta-se mal, apressadamente, tem transtornos digestivos e pode dormir excessivamente ou ter insônia. No aspecto sexual, ocorre a falta de libido ou a hipersexualização, quando o indivíduo tenta descarregar a tensão no ato sexual. É como uma reação em cadeia: os problemas vão gerando mais problemas, e um aspecto da vida interfere em outro. A pessoa tem a sensação de estar "cansada de tudo", afetando aqueles que estão à sua volta.

De onde vem o estresse? 

 O ser humano está cada vez mais exposto a inúmeras situações às quais precisa adaptar-se: demandas e pressões externas vindas da família, do meio social, do trabalho, da escola ou do meio ambiente físico. São enormes as exigências de atualização, o excesso de informações a que está exposto, as responsabilidades, as obrigações, a auto-crítica, as dificuldades fisiológicas e psicológicas.

A  capacidade de adaptação e a vulnerabilidade individual são muito importantes na ocorrência e na gravidade das reações ao processo de "Estresse", que depende tanto da personalidade do indivíduo quanto do estado de saúde em que se encontra. Fatores tais como estilo de vida, experiências passadas, valores, crenças, atitudes,  doenças e predisposição genética são significativos para a instalação do estresse. O risco de um estímulo estressor gerar uma doença é aumentado na presença de uma exaustão física ou de fatores orgânicos.

Fases do Estresse

Hans Selye dividiu didaticamente o processo de estresse em 3 fases interdependentes, a saber: 

O indivíduo depara-se com uma situação estressora, como por exemplo: trânsito caótico,  contas a pagar, salário congelado, falta de tempo para  o lazer, uma promoção ansiada,  beijo, intensa competição, divórcio, injúria pessoal ou doença, ameaça de um predador, mudança súbita e ameaçadora na posição social e/ou nas relações do indivíduo, ameaça à integridade  emocional da própria pessoa ou de pessoa por ela amada, vida afetiva em desequilíbrio,  acidente, assalto, injeções de substâncias estranhas ao organismo, frio intenso, anestesia, cirurgia, barulho, auto-estima rebaixada, entre outros. 

Diante disso,  o indivíduo entra na 1ª Fase, denominada fase de Alarme, na qual o organismo entra em estado de alerta para se proteger do perigo percebido e dá prioridade aos órgãos de defesa, ataque ou fuga. As reações corporais desenvolvidas nesta fase são: dilatação das pupilas, estimulação do coração (palpitação), aumento da pressão arterial, respiração alterada (ofegante) e dilatação dos brônquios, aumento na possibilidade de coagulação do sangue (para assim poder fechar possíveis ferimentos),  liberação do açúcar armazenado pelo fígado (para que este seja usado pelos músculos), redistribuição da reserva sangüínea da pele e das vísceras para os músculos e cérebro,  frieza nas mãos e pés,  tensão nos músculos, inibição da digestão (inibição da produção de fluidos digestivos, inibição dos movimentos peristálticos do percurso gastro-intestinal) e inibição da produção de saliva (boca seca).

Caso o indivíduo consiga lidar com o estímulo estressor, eliminando-o ou aprendendo a lidar com o mesmo, o organismo volta à sua situação básica de equilíbrio interno (homeostase) e continua sua vida normal. Mas se, ao contrário, o estímulo persistir sendo entendido como estressor e o indivíduo não consiga encontrar uma forma de se reequilibrar, vai ocorrer uma evolução para as outras duas fases do processo de estresse.

Na 2ª Fase, denominada fase de Resistência Intermediária ou "Estresse" Contínuo, persiste o desgaste necessário à manutenção do estado de alerta. O organismo continua sendo provido com fontes de energia rapidamente mobilizadas, aumentando a potencialidade para outras ações, no caso de novos perigos imediatos serem acrescentados ao seu quadro de "Estresse" Contínuo. O organismo continua buscando ajustar-se à situação que se apresenta.
Toda essa mobilização de energia traz algumas conseqüências como: redução da resistência do organismo em relação a infecções; sensação de desgaste, provocando cansaço e lapsos de memória; supressão de várias funções corporais relacionadas com o comportamento sexual, reprodutor e com o crescimento. Exemplos: queda na produção de espermatozóides; redução de testosterona; atraso ou supressão total da puberdade; diminuição do apetite sexual; impotência; desequilíbrio ou supressão do ciclo menstrual; falha na ovulação ou falha no óvulo fertilizado ao dirigir-se para o útero; aumento do número de abortos espontâneos; dificuldades na amamentação.

Com a persistência de estímulos estressores, o indivíduo entra na 3ª Fase, denominada fase de Exaustão ou Esgotamento, onde há uma queda na imunidade e o surgimento da maioria das doenças, como por exemplo: dores vagas; taquicardia; alergias; psoríase; caspa e seborréia; hipertensão; diabete; herpes; graves infecções; problemas respiratórios (asma, rinite, tuberculose pulmonar); intoxicações; distúrbios gastrointestinais (úlcera, gastrite, diarréia, náuseas); alteração de peso; depressão; ansiedade; fobias; hiperatividade; hipervigilância; alterações no sono (insônia, pesadelos, sono em excesso); sintomas cognitivos como dificuldade de aprendizagem, lapsos de memória, dificuldade de concentração; bruxismo, etc., o que pode ocasionar a perda de dentes; envelhecimento; distúrbios no comportamento sexual e reprodutivo.

Algumas vezes diante de uma situação muito intensa ou extrema para a pessoa, ela desenvolve um quadro denominado "Estresse" Agudo, situação em que o organismo mostra-se incapaz de lidar com os estímulos e tem reações que geralmente o afastam da realidade. Normalmente este quadro se inicia algum tempo após a ocorrência do estímulo, desaparecendo dentro de horas ou dias. O "Estresse Agudo" se caracteriza por: atordoamento inicial; estreitamento do campo de consciência; diminuição da atenção; incapacidade de compreender estímulos; desorientação; retraimento da situação circundante (estupor dissociativo); agitação e hiperatividade; sinais autonômicos de ansiedade de Pânico; amnésia parcial ou completa para o episódio.
 
Tratamento

O tratamento deve incluir um programa global de reeducação e conscientização, que permita ao indivíduo conhecer-se e viver melhor mediante uma reestruturação de seu modo de vida: modificação dos horários, diminuição do nível de sobrecarga, mudança dos hábitos alimentares e de sono, fazendo com que ele se relacione melhor com o próprio corpo. Para tanto, são utilizadas técnicas de relaxamento, acupuntura, medicina ortomolecular, terapia de grupo ou familiar. Caso o estresse tenha dado origem a patologias como úlcera ou problemas no aparelho digestivo, é realizado um tratamento específico.  

Como evitar ou controlar o estresse
Sugestões para evitar ou controlar a incidência do estresse:
 
Escolher uma dieta nutritiva e bem equilibrada;
Descansar regularmente após grande esforço físico, mental ou diante de um projeto frustrado;
Estabelecer prioridades e estabelecer metas realísticas, rejeitando prazos absurdos ou impraticáveis e executando uma tarefa de cada vez;
Permitir-se uma certa flexibilidade se tiver que mudar de idéias ou planos para viabilizar uma programação;
Preservar a vida social conservando as velhas amizades, fazendo novos amigos,  fortalecendo as relações familiares e ajudando outras pessoas em suas necessidades;
Exercitar-se regularmente;
Aprender a relaxar o corpo e a mente (meditação, ioga, etc);tirar férias, respirar profundamente e espreguiçar-se;
Ouvir as músicas prediletas; tomar um banho morno; apreciar a quietude da natureza;
Discutir seus problemas com pessoas de sua confiança que possam ajudá-lo a encontrar uma solução para os seus problemas;
Dormir um sono reparador;
Assumir o controle de sua vida, antecipando mudanças e evitando muitas mudanças ao mesmo tempo;
Preparar-se para crises futuras, abrindo sua mente e procurando melhores maneiras de fazer as coisas, não se deixando prender à velha rotina de costume;
Rir à vontade e não ter medo de chorar;
Ser feliz, pois a felicidade nada mais é do que um estado de espírito; portanto, explore o que há de positivo em todas as situações;
Sorrir interior e exteriormente.
Amar e ser amado.


ESTRESSE INFANTIL






Criança também fica estressada. Atualmente, também nossos filhos  têm uma vida social intensa. Dividem-se entre várias atividades tais como:  festinhas,  passeios, escola, aulas de inglês, natação, ballet, futebol, judô e inúmeras outras. 
Ficam mais agitadas, com dificuldades para comer, chorando por qualquer motivo. Além disso, a cobrança excessiva dos pais quanto ao desempenho escolar  também pode provocar o estresse infantil.
Os diagnósticos de depressão e síndrome do pânico, conseqüências psíquicas do estresse, têm sido feitos muito precocemente (aos 11 ou 12 anos), quando o normal seria entre os 30 e 40 anos. O pânico, cuja média mundial é de 1,6%, faz com que o as crianças tenham pensamentos negativos e medos diversos, tais como o de ficar sozinho e o de sair de casa.

O tratamento de estresse em crianças é feito com os mesmos medicamentos indicados para os adultos, mas é necessário que os pais mudem de atitude em sua  relação com a criança, pois muitas vezes a causa do estresse está dentro de casa.
E o estresse na criança é do que uma resposta do organismo a este acúmulo de informações e desafios. A infância é um período complexo porque a criança lida com informações desconhecidas o tempo todo. Se, além disso, ela for sobrecarregada de obrigações, o resultado será um fardo difícil de carregar, como também o surgimento das chamadas doenças psicossomáticas: as bronquites asmáticas, as gastrites, os problemas intestinais. 
As causa mais freqüentes de estresse infantil são:
Disfunção familiar, separação ou abandono dos pais.
Mudança da casa, cidade o escola.
A chegada de um novo irmão.
Dificuldades de adaptação social.
Morte de algum parente.
A competitividade e a exigência nas escolas.
Condutas alarmantes
Os sintomas do estresse nas crianças menores de cinco anos:
Irritabilidade
Choro mais do usual.
Desejo de estar sempre nos braços
Pesadelos.
Medos excessivos à escuridão, aos animais ou à estar sozinhos.
Mudanças no apetite.
Dificuldades na fala.
Retorno a comportamentos infantis já superados, como urinar na cama ou chupar o dedo.
Os sintomas do estresse nas crianças de entre 5 a 11 anos são:
Irritabilidade;
Agressão;
Choros;
Necessidade de chamar a atenção dos pais competindo com os irmãos;
Apresentar dores físicas sem existir doenças;
Afastamento dos colegas.
Os pais são os principais decodificadores de seu universo infantil, mas com o passar do tempo, brincar passa a ser o instrumento pelo qual a criança elabora suas dificuldades, conflitos, medos e incertezas, e que, ao mesmo tempo, possibilita sua inserção no mundo.  
 "O primeiro passo que deve ser dados pelos pais é de se acalmar e dar-lhe segurança, demostrando que conta com o apoio que eles precisam".
Se o estresse chega a passar desapercebido pelos pais e não é tratada corretamente, corre-se o risco de que se desenvolva outro tipo de patologias associadas, como a depressão. Isto pode ser evitado se os pais tiverem tempo de olhar com calma o seu filho.