Por que rimos
O filósofo John Morreall acredita que a primeira risada humana pode ter começado com um gesto de alívio compartilhado ao se livrar de um perigo. E como o relaxamento resultante de um ataque de riso inibe a resposta biológica ao perigo, o riso pode indicar confiança na companhia de uma pessoa.Muitos pesquisadores acreditam que o propósito do riso está relacionado com fazer e fortalecer as conexões humanas. "A risada acontece quando as pessoas sentem-se à vontade umas com as outras, quando se sentem abertas e livres. E quanto mais riso (há) maior vínculo (ocorre) dentro do grupo", diz o antropologista cultural Mahadev Apte. Esta resposta à "união" vínculo-risada-maior vínculo, combinada com o desejo de não ser discriminado pelo grupo, pode ser outra razão de porque o riso geralmente é contagioso.
Estudos também descobriram que os indivíduos dominantes; o patrão, o chefe da tribo ou o patriarca da família, usam mais o humor do que os seus subordinados. Se você sempre achou que no escritório todos riem quando o chefe ri, você é muito perspicaz. Em tais casos, controlar a risada de um grupo torna-se uma maneira de exercitar o poder controlando o clima emocional do grupo, diz Morreall. Então, a risada, como comportamento humano, deve ter sido desenvolvida para mudar o comportamento dos outros, afirma Provine. Em uma situação embaraçosa ou ameaçadora, a risada pode servir como um gesto conciliador ou como uma maneira de desviar-se da raiva. Se a pessoa ameaçadora juntar-se à risada, o risco de confronto pode diminuir.
Provine é uma das poucas pessoas que estão estudando o riso, assim como um "behaviorista" poderia estudar o latido do cão ou o canto do pássaro. Ele acredita que o riso, assim como o canto do pássaro, funciona como um tipo de sinal social. Outros estudos confirmam essa teoria ao provar que as pessoas são 30 vezes mais propensas a rir em eventos sociais do que quando estão sozinhas (e sem estímulo pseudo-social da televisão). Mesmo o óxido nitroso ou o gás do riso, perde muito efeito quando empregado por uma pessoa sozinha, de acordo com o psicólogo alemão Willibald Ruch.
Cada pessoa desenvolve um tipo de senso de humor e a predileção de cada um é ligeiramente diferente. Mas certos aspectos fundamentais do humor ajudam a explicar porque um passo em falso pode despertar o riso, explica William Fry, psiquiatra e pesquisador do riso, da Universidade de Stanford.
O primeiro requisito é o “jogo da situação” quando um evento da vida real é colocado em um contexto de pouca seriedade, deixando espaço para uma reação psicológica atípica. A forma como o jogo da situação é encarada explica porque a maioria das pessoas não acha engraçado alguém cair de um prédio de dez andares e morrer: Nesse caso, a agonia da pessoa que cai impede que uma situação de pouca seriedade se estabeleça. Mas se uma mulher andando normalmente pela rua tropeça e cai, o jogo da situação pode se estabelecer e o observador achar o fato divertido.
Outra característica fundamental é a incongruência de uma situação, que pode ser interpretada como uma relação improvável ou contraditória entre a parte final e o contexto de experiência.
Os tombos são uma incongruência no decorrer da vida, por serem inesperados. Dessa forma, apesar de nossa reação inata de empatia a percepção da incongruência pode ser mais forte, uma vez que uma queda cria uma distorção da situação e a hilaridade logo aparece.
O jogo da situação e as incongruências são conceitos psicológicos; só recentemente a neurobiologia começou a estudá-los. No início dos anos 90 a descoberta de neurônios-espelho levou a um novo caminho para entender o lado da incongruência no humor. Quando caímos fazemos movimentos desconexos, tentando recuperar o equilíbrio e procurando um apoio em nós mesmos. Os neurônios do nosso cérebro controlam esses movimentos. Mas quando observamos outra pessoa tropeçar alguns de nossos neurônios agem com se fossemos nós a pessoa em queda – nossos neurônios-espelho reproduzem os padrões de atividade do cérebro da pessoa que está caindo.
Minha hipótese a respeito da importância desse mecanismo para explicar o riso é que o cérebro do observador “sente as cócegas” feitas por aquele “fantasma” neurológico. O observador experimenta um estímulo inconsciente que reforça a percepção da incongruência.
O primeiro requisito é o “jogo da situação” quando um evento da vida real é colocado em um contexto de pouca seriedade, deixando espaço para uma reação psicológica atípica. A forma como o jogo da situação é encarada explica porque a maioria das pessoas não acha engraçado alguém cair de um prédio de dez andares e morrer: Nesse caso, a agonia da pessoa que cai impede que uma situação de pouca seriedade se estabeleça. Mas se uma mulher andando normalmente pela rua tropeça e cai, o jogo da situação pode se estabelecer e o observador achar o fato divertido.
Outra característica fundamental é a incongruência de uma situação, que pode ser interpretada como uma relação improvável ou contraditória entre a parte final e o contexto de experiência.
Os tombos são uma incongruência no decorrer da vida, por serem inesperados. Dessa forma, apesar de nossa reação inata de empatia a percepção da incongruência pode ser mais forte, uma vez que uma queda cria uma distorção da situação e a hilaridade logo aparece.
O jogo da situação e as incongruências são conceitos psicológicos; só recentemente a neurobiologia começou a estudá-los. No início dos anos 90 a descoberta de neurônios-espelho levou a um novo caminho para entender o lado da incongruência no humor. Quando caímos fazemos movimentos desconexos, tentando recuperar o equilíbrio e procurando um apoio em nós mesmos. Os neurônios do nosso cérebro controlam esses movimentos. Mas quando observamos outra pessoa tropeçar alguns de nossos neurônios agem com se fossemos nós a pessoa em queda – nossos neurônios-espelho reproduzem os padrões de atividade do cérebro da pessoa que está caindo.
Minha hipótese a respeito da importância desse mecanismo para explicar o riso é que o cérebro do observador “sente as cócegas” feitas por aquele “fantasma” neurológico. O observador experimenta um estímulo inconsciente que reforça a percepção da incongruência.
A seguir, aprenderemos como nós rimos.
E quando rimos demais
Existem duas explicações para aquela lágrimas escorrer após uma boa gargalhada. A primeira é emocional: choramos porque estamos alegres. Ao soltar uma gargalhada daquelas, desencadeamos uma reação no sistema límbico, região do cérebro que controla as emoções.
A outra explicação é fisiológica. Algumas pessoas têm no rosto uma distribuição incomum dos nervos. Por causa disso, quando abrem a boca para rir (ou mesmo para bocejar), o conjunto de nervos que liga a mandíbula às glândulas salivares acaba estimulando a glândula lacrimal.
O hipotálamo é uma das regiões cerebrais que compõem o sistema límbico. Ao detectar a emoção de alegria, ele ordena a produção da acetilcolina, um neurotransmissor que viaja pelo sistema nervoso parassimpático, conectado à glândula lacrimal.
Isso acontece porque tanto os nervos quanto as glândulas lacrimais estão conectados ao sistema nervoso parassimpático, parte do sistema nervoso que estimula atividades relaxantes em glândulas e músculos.
Os dois fenômenos podem ocorrer tanto sozinhos como em conjunto. Nos dois casos, a glândula lacrimal recebe os impulsos do sistema nervoso e entra em ação, produzindo lágrimas que se acumulam no lago lacrimal, até que transbordam, fazendo a gente chorar.
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