Prrrri-prrrrri.
Quem nunca esteve num local público, seja fila, restaurante, ônibus, metrô, saguão de aeroporto, sala de espera de cartomante e nunca ouviu esse apitinho infame de um Nextel?
O aparelhinho misto de rádio e telefone é o representante-mor da encheção de saco que a tecnologia pode representar nas mãos de um asno que por qualquer razão teve acesso a ela, mas o celular não fica muito atrás.
Conto isso porque dia desses estava no cinema e uma moçoila atendeu o celular e, imaginando-se educadíssima, disse pra amiga "não posso atender, estou no cinema!". Poxa, não pode atender, vejam vocês. Aquela joça não deveria estar nem ligada pra começar!
Mas celular no cinema/teatro/Missa/audiência de divórcio é algo amplamente documentado, narrado, condenado. Não preciso me extender nesses casos.
Mas e quando o uso é permitido?
Tem gente que consegue ser tão incomoda quanto se estivesse numa sessão de meditação com o Dalai Lama.
O rádio do Nextel é o melhor exemplo. O cara pra mostrar que é "importante" programa aquele treco pra soar mais alto do que um rádio de polícia, aí fica no meio da rua falando alto, gesticulando, como se estivesse coordenando a invasão da Normandia.
É um tal de "copiou?", "positivo?", "okappa!". Só falta se despedir falando "câmbio e desligo".
Sem contar aquelas pessoas que contam sua vida inteira aos berros no meio da rua, transformando qualquer ônibus, sala de espera ou vagão de metrô num misto de divã e confessionário.
Essa semana estava num restaurante e em 15 minutos descobri que a prima da moça na mesa ao lado tinha separado, o marido a havia trocado pela secretária do dentista dela, que ela estava faltando a análise haviam 2 meses (talvez daí o comportamento) e que por mais que ela tentasse, a aula de dança de salão só a fez emagrecer 300 gramas.
Todas informações dispensáveis, mas que estupraram meus ouvidos devido à altura e à desenvoltura com que a moça conversava ali, como se estivesse num concurso de sopranos.
Tudo isso só prova que tecnologia não é nada se não for associada a um cérebro plenamente funcional, vamos torcer pra inventarem algum tipo de enxerto (talvez até um chip) que resolva isso o mais brevemente possível.
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