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Olá estou formulando uma enquete para saber quais tipos de assuntos e dicas para assim melhorar nossa comunicação , pesso por gentileza que mandem um email para .......andreexploid09@gmail.com.......

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Agora eu mando....


Você trabalhou duro, se esforçou, mostrou sua capacidade e, enfim, veio o reconhecimento: a promoção. Você é chefe pela primeira vez na vida. Parabéns. Mas você sente que está preparado para isso? Afinal, vão ficar para trás os tempos em que sua responsabilidade se limitava ao próprio serviço. Agora, o seu trabalho vai muito além. Você tem que liderar, orientar e motivar um grupo. Estabelecer metas e fazer com que sejam cumpridas. Mais: dizer não, dar broncas e até mesmo demitir um subordinado, tarefa sempre desagradável.
E então, está preparado? Segundo os consultores especializados em treinar jovens executivos, a resposta é não. "Excetuando-se os funcionários de algumas grandes empresas, a maioria é promovida sem ter sido formalmente preparada para a função", afirma Antonio Andrade, diretor da OPC, consultoria especializada em treinamento e desenvolvimento profissional do Rio de Janeiro. "O funcionário sobe tão-somente pelo potencial." E pelo menos nos primeiros tempos as mesmas dificuldades ou os mesmos erros aparecem no trabalho de nove entre 10 chefes noviços. Os consultores são capazes de desfiar uma dezena de apreensões comuns a todos os profissionais em ascensão. Quem nunca presenciou a repentina mutação daquele companheiro boa-praça em um chefe arrogante e prepotente? Ou daquele sujeito confiante que, ao sentar na cadeira de gerente, transforma-se num poço de insegurança e tensão?
"Nosso primeiro sentimento é de que somos um super-homem, queremos e podemos fazer tudo sozinhos", afirma João Moura, vice-presidente de RH e relações externas da Xerox. Aos 60 anos, Moura é um profissional experimentado em diversas chefias nas últimas três décadas. Mas ao virar gerente de RH da Ford, em 1968, incorreu na tentação da centralização. Moura tinha 31 anos e 20 funcionários sob sua responsabilidade. "Eram tempos difíceis: eu tinha a sensação de que não podia falhar e a vontade de fazer tudo sozinho era grande. Parece óbvio que formar uma equipe e delegar as funções é o ideal, mas até eu começar a fazer isso na prática levou algum tempo."
ATROPELAR A EQUIPE - Quem já passou por isso sabe qual a primeira conseqüência da centralização. "Uma incrível sobrecarga de trabalho", diz Marco Piazzi, gerente da Elevadores Sûr no Rio de Janeiro. "É preciso controlar a tendência de atropelar a equipe." Piazzi, um gaúcho de 36 anos, é um desses chefes de primeira viagem: desde setembro comanda 170 funcionários, entre pessoal de vendas e de manutenção. Até então, trabalhara no que considera áreas técnicas, como controle de qualidade. Agora, a história é outra: chefiar a área comercial da terceira praça mais importante para a gaúcha Sûr, que no ano passado faturou 92 milhões de dólares. "Meu primeiro desafio era conquistar a equipe num curto espaço de tempo e sem traumatismos", diz. "A solução que encontrei foi fazer reuniões e mais reuniões, um trabalho de catequese semanal com muitas discussões." Luiz Augusto Costacurta Junqueira, do Instituto MVC Estratégia e Humanismo, consultoria de desenvolvimento profissional com escritórios no Rio e em São Paulo, aconselha os jovens gerentes a deixar claro, quando delegarem funções aos subordinados, o seguinte ponto: "É preciso que eles saibam que você prefere que eles errem por ação do que por omissão".
A solução de Piazzi e o conselho de Costacurta Junqueira convergem para o bom senso e o cuidado no relacionamento humano. Este é um tema fundamental para o sucesso do chefe novato, mas freqüentemente esquecido. "O recém-promovido centra-se demais na tecnologia, que normalmente domina muito bem, e relega o emocional", diz Junqueira. Ou seja, o profissional fia-se muito na técnica e pouco no relacionamento.
Tome o exemplo da carioca Isabela Münch, 25 anos, chefe do departamento de análise econômica do banco Marka, desde outubro passado. Sob o seu comando está uma equipe de quatro pessoas. É a sua primeira experiência profissional. Saiu direto do mestrado em economia na Fundação Getúlio Vargas para o cargo que agora ocupa. Estava, pois, acostumada a trabalhar sozinha, cumprindo suas próprias metas. "Gosto de trabalhar em grupo, mas no início eu pisava em ovos", afirma. "A questão da chefia é que você lida com vários tipos de personalidade. Estou aprendendo a fazer isso."
Nesses casos, uma solução é pensar e agir sob medida. "Quando fizer uma proposta ou explanar qualquer idéia, mencione as expectativas de cada um", diz Junqueira. "Isso dará ao outro a sensação de estar merecendo um tratamento diferenciado de sua parte." Ou seja, ao se relacionar com clientes, colegas ou superiores, procure identificar necessidades individuais. "É preciso tratar diferente as pessoas diferentes. Descobri isso nos primeiros meses como chefe", afirma Jorge Raimundo, 58 anos, diretor-geral da GlaxoWelcome para a América Latina.
Aos 23 anos, à época trabalhando para o Laboratório Pfizer, Raimundo foi promovido de vendedor a supervisor de vendas, responsável por uma região que englobava o interior do Rio de Janeiro e o Espírito Santo. "A insegurança inicial do chefe pode ser superada quando você mostra aos subordinados que possui um diferencial e que pode ajudá-los", afirma ele. Raimundo tocou, aqui, num ponto importante e comum à maioria dos chefes de primeira viagem: insegurança. Esse é um mal que acomete absolutamente todos os homens. E torna-se evidente quando nos vemos diante de situações com as quais não temos ainda familiaridade. O próprio Raimundo sentiu isso na pele. "Nos 100 primeiros dias, me perguntava se eu era mesmo o mais competente para fazer aquilo", diz ele.
Marco Piazzi, da Sûr, sentiu o peso do cargo quando defrontou com algumas situações novas para ele. Mexer com dinheiro foi uma delas. Na primeira vez que chegou à sua mesa uma pilha de papéis para assinar, Piazzi preocupou-se. Eram prestações de contas, orçamentos e liberações de verbas. "Ia assinando aquilo e pensando: devo checar tudo? Mandar refazer os orçamentos? Será que não estou botando minha cabeça a prêmio?" O resultado é que as primeiras noites de sono foram marcadas pelo medo de "deixar passar algo errado". A solução foi se inteirar dos processos de tomada de custos, além de "uma natural confiança maior na equipe".
FALTA DE TREINAMENTO - Consultores alertam também que uma postura arrogante costuma tomar conta do chefe de primeira viagem. "Ele começa a achar que está em posição superior e que manda nos outros", diz o consultor Marco Aurélio Ferreira Vianna, também do Instituto MVC. "A partir daí pode cometer erros, pois o líder não é o que simplesmente manda, mas o que negocia desafios." Na verdade, os chefes que imaginam que "mandar" nos outros faz parte dos seus direitos já estão errando feio. O consultor Costacurta Junqueira reforça esse ponto e sugere que o jovem chefe mantenha uma atitude permanente de negociação. "Essa é uma habilidade essencial", afirma.
Raimundo, da GlaxoWelcome, ao longo da sua carreira, diz que já viu o cargo subir à cabeça de muitos chefes novatos. "Quando estavam ao lado dos pares eram amigos, depois que subiam queriam logo demitir." Raimundo, que já trabalhou nos Estados Unidos e continua a ter contatos freqüentes com os profissionais de lá, nota que os jovens gerentes presunçosos são muito comuns entre os que recém-conquistaram o diploma de MBA. "São arrogantes e chegam com o objetivo delimitado de serem os presidentes da companhia em certo número de anos", diz Raimundo. "São preparadíssimos, claro, e podem contribuir muito, mas falta a eles a natural vivência na empresa." Para Raimundo, a solução é que um chefe mais experimentado tenha paciência e mostre como é a vida fora da academia.
Em muitos casos, a ansiedade, a insegurança e a arrogância são frutos simplesmente da falta de treinamento. Ainda é usual acontecer promoções como a do próprio Raimundo, 35 anos atrás: "Fui chamado para uma reunião e apenas me falaram: você agora é o chefe", diz. "Não havia livros, curso, nada. Tive que me virar." Pelo menos nas grandes empresas, essa realidade está mudando. Exemplo? A Xerox. Ali, os gerentes são preparados em cursos onde conceitos de liderança e negociação são trabalhados a fundo. É uma espécie de treinamento preventivo, que ocorre quando o profissional está prestes a ser promovido. "Ao identificarmos alguém com potencial de liderança, comunicação e conhecimento na sua área de atuação, começamos a prepará-lo", diz João Moura.
Jorge Braga Neto, 30 anos de idade e quatro de Xerox, foi um desses escolhidos. Desde dezembro, é o gerente de marketing para soluções de escritórios da companhia. É responsável por uma linha de 20 produtos como impressoras e faxes cuja previsão de vendas para este ano é de 200 milhões de reais. Seguiu o figurino estabelecido pela empresa: além de receber um treinamento formal, Braga já substituía interinamente sua antiga chefe e representava a Xerox em feiras internacionais. Ainda assim, admite que, no início, delegar pouco as tarefas aos subordinados é uma tentação. "Tenho me concentrado para melhorar nesse aspecto", afirma Braga.
DESCONFIANÇAS - E como fazer para impor suas idéias e métodos, o seu estilo de trabalho? Primeiro, claro, defina com muita conversa seus planos e metas. "Mas saiba dizer não quando necessário", diz Costacurta Junqueira. "Sem agressividade, mas demonstrando firmeza." Fundamental, também, segundo Raimundo, da Glaxo, é convencer os subordinados dando o exemplo. Isto é, praticando o que se prega.
Mas atenção: evite a mesmice e a repetição mecânica de velhos métodos. "O novo chefe tem que tomar cuidado para não ser engolido pela cultura da empresa e acabar repetindo métodos dos antigos chefes que ele próprio discordava", diz o consultor Antonio Andrade. "Quem não procura quebrar paradigmas submerge." Marco Piazzi passou por experiência semelhante. Assumiu o cargo de gerente e resolveu mudar alguns processos. Numa empresa em crise essa prática é mais fácil. O caso do escritório carioca da Sûr era exatamente o oposto. Os resultados, ali, eram bons. "Isso gera desconfiança, resistências e questionamentos que só se resolvem com muita conversa", afirma Piazzi. "Mas as marcas anteriores tem que ser superadas."
A promoção à chefia também tem o condão de exacerbar o trabalhador compulsivo que existe em alguns profissionais. Piazzi, por exemplo, tem iniciado sua jornada às 6 horas, duas horas antes do expediente normal da empresa. "Normalmente, o jovem executivo vai com muita sede ao pote, trabalha muito e relega a família a um segundo plano", afirma o consultor Antonio Andrade. "Isso deve ser melhor controlado pelo jovem chefe." E conversado com a família. Braga, da Xerox, cujas jornadas de trabalho costumam estender-se por 12 horas, resolveu abrir o jogo com a mulher e pedir compreensão para o novo desafio. "Quando fui promovido, disse que este ano seria muito complicado", diz ele. "Combinamos o prazo de um ano para as coisas ficarem mais tranquilas." Por enquanto, Braga tem desmarcado em cima da hora sessões noturnas de cinema ou jantares em restaurantes. Mas promete se empenhar para não prejudicar a vida pessoal.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Agora é tempo de seguir em frente .

Apesar do fato de todos nós sabermos que a vida nunca nos deu uma garantia de que seríamos tratados de forma justa e que as coisas ruins não acontecem para nós, por vezes somos tomados de surpresa quando levamos um golpe que achamos não merecer. Ficamos presos no passado e paralisamos a nossa vida. Por mais que se tente seguir em frente depois de um revés, muitas vezes os golpes sofridos no passado tornam-se numa tormenta ao bem-estar no presente. Dar um impulso na vida, sair dos acontecimentos de arrependimento e dos “deverias” pode assemelhar-se ao que os navegadores portugueses tinham de enfrentar quando atravessavam o cabo das tormentas. Talvez o mais trágico, no entanto, sejam os sentimentos negativos que as decepções de ontem, as perdas e fracassos foram criando, edificando uma base de mágoa e infortúnio para o resto da vida, levando a que a pessoa perca a esperança e firme a ideia de que é tarde de mais para mudar a sua vida para melhor.
“A minha mãe sempre disse que você tem que colocar o passado para trás antes que possa seguir em frente.” – Forrest Gump
Forrest Gump, no filme  parecia ter aprendido uma lição que muitas pessoas mais inteligentes e esclarecidas não assimilaram. Certamente muitas são as coisas que nos podem acontecer e que nos obrigam a termos que superá-las.  Há situações óbvias que nos acontecem na vida que podemos considerar traumas devastadores, como acidentes incapacitantes, doenças graves, perda pessoal, conflitos familiares, demissões de emprego, fracasso e rompimentos de relacionamento dolorosos, para citar alguns.

PERCEBA, ACEITE E SUPERE O SEU PASSADO

No entanto, muitos distúrbios ao nosso equilibrio emocional. não são visíveis a olho nu. Mágoas e cicatrizes invisíveis oriundas de decepções acerca de nós mesmos e dos outros podem levar a questionarmos as escolhas passadas, fazendo questões como: “porquê”, “Porque não”, “Porque é que eu não”, e “Se pelo menos.” Apesar do fato de percebermos que nada pode mudar o passado (os acontecimentos vividos), parece às vezes quase impossível “ultrapassar” esses sentimentos dolorosos de oportunidades perdidas, chances falhadas, escolhas ruins, amizades e relacionamentos quebrados e irrecuperáveis​​. O profundo sentimento de perda e desilusões, promovem a dúvida acerca de se conseguimos realmente superar isso. Eu acredito que sim. Muitas pessoas têm conseguido ultrapassar as angustias do passado.
No entanto, apesar de não ser possível mudar e/ou apagar os acontecimentos dolorosos vividos no passado, é possível reinterpretar a dor e a perda de forma a libertarmo-nos da mágoa paralisante. Aprofundei este assunto no artigo: como dar um significado aos acontecimentos passados. Apesar de não podermos alterar o que aconteceu, como expliquei, é possível reinterpretar esses acontecimentos de forma a que possamos aceitá-los, percebê-los e superá-los. Ao entrar neste processo de superação de situações consideradas traumáticas ou angustiantes, deixa de ser refém do seu passado menos bem conseguido.
A seguir apresento oito passos que podem promover a superação dos acontecimentos passados:

1. Perceba que existem algumas coisas que você realmente nunca conseguirá “passar por cima”, mas certamente pode conseguir superar.

Há alguns acontecimentos que alteram tanto a nossa vida, que realmente nunca poderemos apagá-los da nossa memória ou fazermos de conta que não existiram.  A perda significativa ou o coração partido por acontecimentos, como a morte de uma criança, um trauma grave, uma doença fatal, acidentes que mudam radicalmente a vida em que você ou um ente querido fica permanentemente inválido ou desfigurado, são apenas alguns exemplos. Quanto mais trágico for o prejuízo ou perda, mais somos desafiados a erguer-nos acima dos acontecimentos. Quanto mais somos pressionados ao crescimento pós-traumático, mais precisamos procurar apoio e ajuda para continuar. Aqueles que estão decididos  a aceitar o sucedido e a abrir os seus corações para tentar novamente, voltar a amar, a confiar de novo, irão superar o trauma muito melhor do que aqueles que caem numa espiral de negatividade, isolamento e amargura. Podemos não ter a capacidade de mudar os acontecimentos do passado, mas podemos escolher como vamos lidar com isso, para que possamos, pelo menos, levar a vida de uma forma que ainda ofereça esperança e alegria (ainda que possa ser muito diferente daquilo que era).

2. As coisas que você não tem conseguido “superar” são avisos, precisam da sua atenção redobrada.

Imagine a luz de aviso de combustível no seu carro. O sinal de aviso que você está ficando com pouco combustível, é um sinal protetor, é um sinal que chama a sua atenção no sentido de lembrá-lo para atestar o depósito, evitando que possa vir a passar por um incómodo. Da mesma forma, algumas das coisas nas nossas vidas que não conseguimos “superar” transmitem-nos uma mensagem de que existem assuntos que necessitam da nossa atenção, no sentido de termos de fazer algo, aprender algo, ou lidar com algo. No fundo, os sentimentos negativos oriundos dos acontecimentos passados, fazem-nos sentir sensações desagradáveis para que possamos perceber que temos de fazer alguma coisa para voltarmos a ficar bem e a sentirmo-nos bem.


3. Mais de oitenta por cento da nossa vida não é determinada por eventos, mas pela nossa reação a eles.

Em vez de concentrar-se no que não pode ser alterado, concentre-se no que pode ser alterado. Na maioria dos casos, os acontecimentos ou as outras pessoas não nos levam a sentir de uma certa maneira. Nós é que fazemos isso. Nós é que decidimos manter-nos num sentimento incapacitante. Claro, que dado a natureza de alguns acontecimentos de vida, temos toda a legitimidade para nos sentirmos mal. No entanto, esses sentimentos negativos. não invalidam que possamos fazer algo para superar os acontecimentos e promover melhores sentimentos.  Assumir a responsabilidade pelos seus próprios pensamentos e sentimentos, sair de uma mentalidade de vitima. irá capacitá-lo para ultrapassar os arrependimentos passados​​, derrotas, decepções, desgostos e traumas, em vez de usar isso como uma carga insuportável de transportar.

4. Dedique-se mais aos fatos, do que às interpretações

Muitas vezes não podemos “superar” algo por causa de histórias que contamos a nós mesmos, que não são baseadas em fatos. Mas sim na interpretação que fazemos do que nos aconteceu. E, em alguns acontecimentos podemos distorcer a magnitude e impacto real do sucedido. Por exemplo, algumas pessoas que perdem um emprego ficam desapontadas, mas ainda têm a confiança para seguir em frente sabendo que pode haver melhores oportunidades. Em contrapartida, outros não seriam capazes de “superar” o trauma da rejeição e rotular-se-iam como perdedores e fracassados. As pessoas quando atravessam uma crise, muitas vezes criam histórias sobre si próprios personalizando a crueldade da vida como algo que reflecte a sua autoestima, resultante de antigos hábitos enraizados de pensamentos de julgamento depreciativo. O dialogo interno autocritico. de cariz negativo torna-se tão sedimentado, que muitas vezes não percebemos que temos o poder de mudá-lo. 

5. Dê a si mesmo permissão para sofrer o que “poderia ter sido” ou “o que poderia ter obtido”

Em alguns casos, não se pode esperar  ”superar” algo de forma rápida se não se passar pelo processo de luto. O luto, não é um processo com o qual apenas lidamos quando enfrentamos a morte ou a perda de um ente querido. Existem perdas menos visíveis e concretas, tais como a percepção de que você não pode ter a vida que pensou que seria possível, que o seu entusiasmo relativamente a um determinado objetivo de vida não o conduziu a bom porto, dando lugar à decepção.  Na grande maioria das situações, do mais terrível sofrimento a uma perda comum, o processo de luto é essencial para o processo de cicatrização. Às vezes precisamos passar por fases de raiva e amargura, a fim de sermos capazes de passar à fase de aceitação.

6. Procure apoio

Não vivemos isolados dos outros. O contato, o afeto e a troca de experiências permite-nos crescer e desenvolvermo-nos. As pessoas crescem melhor promovendo bons relacionamentos e procurando apoio. Perante o sofrimento, se nos afastarmos dos outros por nos sentirmos diferentes ou para nos protegermos, o que daí pode imergir é mais sofrimento e reviver o trauma ou a situação angustiante uma e outra vez na nossa mente. É mais saudável e promotor da recuperação procurar apoio para aliviar o seu sentimento de perda. Relacionamentos saudáveis ​​e de apoio podem ajudar a curar feridas. Mesmo que os outros não possam resolver o seu trauma ou problema, eles podem ajudá-lo a chorar a perda ou a decepção e reconfortá-lo.

7. Saiba que não existe “voltar ao passado”, mas há “segundas chances”

Lembre-se que na grande maioria das situações não é tarde demais para “começar de novo. Se você entendeu o que anteriormente descrevi, que você não pode “passar por cima”, e começar a partir de hoje a tomar decisões saudáveis com base no que você aprendeu neste artigo, vai realmente conseguir novas soluções para velhas questões. Mudar alguns comportamentos para passar a lidar com as coisas infelizes ou evitar que ocorram novamente irá capacitá-lo. Ser proativo ao invés de reativo, e fazer alterações com base nas suas lições de vida, pode curar mágoa do passado .

8. Aceite os acontecimentos e tenha compaixão por si mesmo

Perante acontecimentos que nos deixam presos ao passado, a capacidade de aceitá-los e de termos compaixão por nós mesmos são dois passos extremamente decisivos para ultrapassar o sofrimento. Não estou a falar da aceitação passiva, da aceitação displicente, em que tudo acontece e nada se faz. Não é isso. Refiro-me à aceitação da realidade tal qual ela aconteceu, em que não há retorno possível, em que não é possível apagar o que sucedeu. Perante este tipo de cenário, aceitar é o melhor remédio. Permite-nos encarar a realidade de frente, sermos compassivos connosco mesmos e a partir daí cultivar a esperança num futuro melhor. Ficar contra tudo, contra todos e até contra você mesmo, certamente não irá beneficiá-lo em nada. Cria rancor, ressentimento, indignação, desesperança, ódio, entre outros sentimentos negativos.. Num estado de negatividade, mesmo aquilo que ainda temos de bom na vida fica afetado, deixamos de olhar para o que ainda faz sentido na vida. Aceite, tenha compaixão e siga em frente.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Homenagem a minha querida esposa...


Agora sei como te amava ,e que falta me traz sua pessoa  , estive muito preocupado
em pagar dívidas , em trazer o alimento para dentro de casa
varias vezes fui dormir sem lhe dar boa noite  fadigado pelo cansaço do dia .
Nas horas mais alegres e tristes voçe estava comigo  , mas nunca esqueço 
a frase que sempre saía  de sua boca dizendo vai passar , vai passar amor.
Agora que voçe não está aqui , quem vai me dizer esta frase .
Por isso digo se tens um amor de a ele muito carinho , abraçe , beije e diga eu te amo quantas vezes for necessário e repita quantas vezes possíveis.
Pois amanhã ou no minuto seguinte pode ser tarde demais.  
amor sincero sem exagero.
Maior que o teu amor, só o amor de Deus...
És uma árvore fecunda, que germina um novo ser.
Teus filhos, mais que frutos, são parte de você...

És capaz de doar a própria vida para salva-los.
E muito não te valorizam...
Quando crescem, de te esquecem.
São poucos, os que reconhecem...

Mas, Deus nunca lhe esquecerá.
E abençoará tudo que fizerdes aos seus...
Peço ao Pai Criador que abençoe você.
Um filho precisa ver o risco que é ser mãe...
Tudo é cirurgia, mas ela aceita com alegria.
O filho que vai nascer...

Obrigado é muito pouco, presente não é tudo.
Mas, o reconhecimento, isso! Sim, é pra valer...


Também sei que a vida é breve más a alma sim ela é imortal e a morte vem para todo ser vivo , e que se trata de uma separação momentania  e que em breve estaremos juntos de novo.
Homenagem a minha esposa  Ana Paula falecida dia 19/02/2013 
Eternas saudades e que  jesus Cristo na sua infinita glória a tenha por conpania.....

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Arte ou comércio.....


A prepotência do brasileiro em relação ao futebol chega a ser algo impressionante! Nossa soberba noz faz achar que ainda somos os melhores do mundo e, que só nós sabemos jogar bola. Sim, para aqueles que pararam no tempo isso é verdade, no entanto, um meio de campo formado por Clodoaldo, Gérson, Pelé e Rivellino, ou, com Falcão, Sócrates e Zico, infelizmente faz parte de um passado  distante!

Nossa realidade é outra e bem diferente. Aqueles que nos temiam, hoje nos enfrentam de igual para igual. E de imitados passamos a imitar! O melhor jogador do mundo é argentino, que briga pelo trono com um português, onde ambos atuam no campeonato espanhol. E por falar na Europa, qual é o grande craque brasileiro que hoje brilha lá fora?
Sim, dormimos em berço esplêndido,  ou seja, enquanto todos evoluíram e se aprimoraram, nós congelamos no tempo!  Nessa semana, com a saída do Mano Menezes do comando da Seleção Brasileira, uma discussão muito interessante tomou conta dos programas esportivos: a hipótese de um treinador estrangeiro assumir a Seleção! Pelas pesquisas realizadas em vários veículos de comunicação, o nome de Pep Guardiola ficou disparado em primeiro lugar, inclusive, fiquei perplexo com a quantidade de bobagens ditas por alguns dos nossos treinadores a respeito dessa possibilidade!mas a verdade é que
O futebol profissionalizou-se há muito tempo. No Brasil, isso se deu em 1933, ou seja, há 79 anos. Ainda assim, em outras épocas, não havia se transformado no negócio bilionário que o caracteriza atualmente. Jogadores e seus empresários ganham verdadeiras fortunas com as transações de um clube para outro. O futebol tornou-se um negócio tão bom e vantajoso que futuros craques são procurados com avidez por empresários, ansiosos por faturarem altas somas representando-os e transacionando-os. Isso acabou se refletindo, até mesmo, no calendário de competições. Novos torneios e campeonatos Sub-15, Sub-17 e Sub-20 surgem a cada dia. Agora, por exemplo, a CBF anunciou a criação da Copa do Brasil Sub-20, que será classificatória para a Libertadores Sub-20, competição que já teve duas edições sem que, praticamente, ninguém soubesse. Não é de se estranhar. Essas competições, tanto as de clubes como as de seleções, não visam levar pessoas aos estádios, nem atrair telespectadores. Seu intuito, ainda que não confessado por seus promotores, é servir de chamariz para os empresários, facilitando sua tarefa de prospectar novos talentos que possam render muito dinheiro. Os jogadores, como se fossem gado numa exposição, mostram o seu futebol para olhos gananciosos. Os jovens jogadores, antes mesmo de fazerem história nos clubes que os revelaram, já são negociados para o exterior, garantindo sua independência financeira e proporcionando polpudas comissões para seus procuradores e representantes. Nesse comércio milionário, em que tantos ganham, só o torcedor é que perde. Afinal, os craques que poderiam lhe encantar a cada jogo, cedo saem em busca de um salário com muitos zeros à direita. O futebol, a cada dia, vai deixando de ser um esporte, e se transformando, apenas, em mais uma forma de fazer a fortuna de uns poucos à custa da paixão de muitos.  que saudades eu tenho da decada de 80 .....

A fase ....


Muito se tem falado sobre o Pós-Modernismo e Globalização porém pouco se tem definido sobre tais conceitos: Afinal o que é Pós-Modernidade? O que é globalização?
A pós-modernidade nada mais é do que um período de transição indefinível, com mudanças de paradigmas e conceitos abstratos e subjetivos, onde ninguém consegue ao certo conceituá-la. Como todo "PÓS", somente o futuro dará um nome a esta tremenda confusão e indefinição para o momento que vivemos. Os contemporâneos não são os melhores observadores do momento histórico, pois o envolvimento emocional do momento vem permeado de aspectos ideológicos indissociáveis de um observador isento de quaisquer influências.
A Globalização sempre existiu, basta lembrarmos de Hollywood, e para entender que este fenômeno (ou praga). A globalização é um produto Made in USA, que tomou força graças ao advento da Internet (pela Microsoft).
Vejamos alguns perigos da globalização na construção da nova sociedade do século XXI:
I - O perigo da construção de uma sociedade Hedonista. O prazer pelo prazer. Sexo, drogas e Música (Antigamente era Rock, agora é Funk) são objetivos prioritários para nossa juventude. Fico assustado quando ouço nos meios de comunicação de massas músicas com apologias ao crime organizado, drogas e a prática de sexo livre em grupo. Tais músicas fazem sucesso porque encontram guarita em um mundo globalizado, onde o ser humano tem procurado satisfazer suas necessidades básicas através de suas realizações de prazer. Creio que até Freud ficaria assustado com tanto libido social.
II - O perigo da construção de uma sociedade niilista. A Ausência total de referencial. Deleuze, filósofo francês, apontou uma crítica que Nietzsche fez à filosofia de Schopenhauer. Para Schopenhauer existe um nada de vontade, enquanto para Nietzsche existe a vontade do Nada. Hoje estamos vivemos mais um negativismo schopenhauerano do que o niilismo proposto por Nietzsche, que apropriou-se deste conceito da religião budista. Nossa sociedade caminha para uma ausência total de desejo, pois os velhos paradigmas estão sendo quebrados, porém não estamos construindo outros no lugar. Há uma total ausência de ícones na sociedade pós-moderna.
III - O perigo da construção de uma sociedade alienada. Nas grandes empresas falasse muito sobre a questão da transversalidade, associada à questão da qualidade total (a velha reengenharia , lembra-se?). Este modelo neo-liberal imperialista, seria melhor definível como "Transversalidade Ideológica". Missão, declaração de propósito, lema da empresa, seja qualquer que for o título que se emprega a esta modalidade, nada mais é do que a tentativa de desviar o homem dos temas centrais, reais e necessários à sua sobrevivência, senão alienar, principalmente os países do terceiro mundo, para os temas centrais que interessam tão somente aos imperialistas.
IV - O perigo da construção de uma sociedade de consumo adicto. O vício do consumismo. O importante é o ter e o consumir e não o ser e existir. O direito do cidadão virou direito do consumidor. Tudo agora está girando pela questão do patrocinador. Recebi recentemente uma mensagem de um amigo sobre a mudança do hino nacional brasileiro, devido à exigências dos patrocinadores para 2013, e assim ficou o hino:


Num posto da Ypiranga, às margens plácidas,
De um Volvo heróico Brahma retumbante
Skol da liberdade em Rider fulgido
Brilhou no Shell da Pátria nesse instante
Se o Knorr dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço Ford
Em teu Seiko, ó liberdade
Desafio nosso peito à Microsoft.

O Parmalat, Mastercard, Sharp, Sharp
Amil um sonho intenso, um rádio Philips
De amor e de Lufthansa a terra desce
Intel formoso céu risonho Olympicus
A imagem do Bradesco resplandece.

Gillet pela própria natureza
És belo Escort impávido colosso
E o teu futuro espelha essa Grendene.

Cerpa gelada !
Entre outras mil é Suvinil, Compaq amada
Do Philco deste Sollo és mãe Doril
Coca Cola, Bombril!!!
V - O perigo da construção de uma sociedade individualista. A relação de competição é tão grande, que fica difícil identificar sociologicamente onde há conflito e competição. Estamos evoluindo para lei da selva. Meu pai falava sobre a lei do MURICI: Cada um cuida de si. Quando era criança não entendia muito o que ele queria dizer com isto, e ainda não sei se entendi plenamente, mas seja o que for estamos vivendo momentos em que as relações humanas não tem valor alguns, a não na base de troca. A pergunta básica é: O que eu vou ganhar com isso? Este individualismo acerbado tem trazido terríveis danos à nossa sociedade. Precisamos resgatar valores como cooperação, amizade, companheirismo, reciprocidade, etc.
VI - O perigo da construção de uma sociedade "tecnológicêntrica". Desde Descartes passamos a dotar o falso mito da racionalidade humana como veículo de domínio da explicação do mundo. Isto tomou força com o racionalismo Kantiano, onde a razão passa, através do turbilhão, ser o instrumento da visão e entendimento do mundo. O iluminismo permeado desta tão grande razão perpetuou tais conceitos culminando com Augusto Comte através de sua filosofia positivista, quando coloca o estágio tecnológico como sendo o final do processo evolutivo do homem (Mito-Filosia-Ciência). O tecnicismo e o cientificismo em que estamos mergulhados tende a um processo de desumanização da relações humanas. Estamos mais nos relacionando com máquinas do que com seres humanos. A máquina é o fim, o homem o meio. Devemos usar máquina e amar o ser humano, inverter esta ordem causa problemas.
VII - O perigo da construção de uma sociedade amoral. Diante das recentes descobertas científicas, principalmente na área biogenética, o homem precisa mais do que nunca, precisa estabelecer referenciais, condutas e posturas éticas para que não venhamos a proceder contra a própria natureza humana (se é que existe uma natureza humana no homem). A clonagem, a informações do mapeamento genético, os transgênicos, e outras novas descobertas colocam o homem na crucial questão: Qual é o limite do homem? Numa sociedade onde o capitalismo instaurou-se com único modelo econômico, onde o imperialismo oprime os mais fracos, onde o prazer está pelo prazer, onde a pornografia (principalmente a pedofilia) tem crescido assustadoramente e onde o comércio do narcotráfico é o mais rentável, o que devemos esperar desta sociedade?
VIII - O perigo da construção de uma sociedade com perda de identidade cultural. O imperialismo do Primeiro Mundo ocorre principalmente através do processo de globalização. Começa tal domínio se estabelecer através da linguagem, onde aportuguesamos várias expressões importada: Deletar, scanear etc. Não sou xenófobo - aquele que tem aversão ao que é estrangeiro, mas acredito na valorização daquilo que é nosso culturalmente, até como princípio de preservação de nossa identidade cultural. Também não sou tão radical, pois se formos considerar a cultura brasileira com sendo nossa identidade cultural, precisamos resgatar o tupi-guarani nas escolas e reavaliarmos a cultura afro-européia.
Concluo, se é que podemos concluir um assunto desta natureza, com uma pequena comparação: Um certo homem decidiu derrubar sua velha casa onde foi criado desde sua infância, e de um dia para outro demoliu tudo, porém não planejou a sua nova morada, ficando ao relento. Assim estamos vivendo nesta era da Pós-modernidade com terríveis Conseqüências deste mundo globalizado, onde estamos perdendo não somente nossa morada, mas principalmente nossa identidade. O que será do futuro ? Só o futuro dirá....

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Forças desarmadas....


Os estudos de temas dessa natureza realizados no Brasil refletem ideias de renomados estrategistas europeus, norte-americanos e asiáticos quanto aos impactos no jogo entre as grandes potências, mas não apontam possíveis consequências no campo militar, para o Brasil, restringindo-se aos reflexos nas expressões política e econômica. O desfecho dos movimentos no mundo islâmico terá consequências, cujo significado para a defesa nacional dependerá do saldo ou do déficit de poder dos EUA naquela região.
O quadro atual dos conflitos no mundo revela a volta da onda, que emergiu da II Guerra Mundial e levou os EUA à hegemonia global. Ela começa a recuar pressionada por novos atores poderosos, alguns deles velada ou ostensivamente antagônicos aos EUA e com os quais este último terá de compartilhar espaços e poder.
Ao final da primeira década do século XXI, ficou evidente que os EUA já não podiam impor a um custo suportável, isolada e rapidamente seus interesses em todo mundo, condição que desfrutaram por duas décadas após a queda da União Soviética. Os EUA também encontram dificuldade crescente para empregar a OTAN em ações globais, seja pela falta de consenso quanto às ameaças seja pela impossibilidade econômica de seus aliados sustentarem operações militares distantes e de grande envergadura.
Há, ainda, a ascensão da China e sua projeção em todos os continentes, limitando progressivamente a liberdade de ação da outrora potência hegemônica. Portanto, a capacidade político-militar norte-americana de assegurar o acesso a regiões com relevante posição geoestratégica e detentoras de recursos vitais, situadas “do lado de lá do mundo”, como o Oriente Médio, a África e a Ásia Central, vai sendo reduzida.
Assim, aumentará a necessidade dos EUA garantirem o acesso a regiões “do lado de cá do mundo” com aqueles atrativos, leia-se América do Sul e Atlântico Sul, para o que empregarão seu poder militar se for preciso. Ao mesmo tempo, interessa-lhes limitar a projeção e influência de potências extra-regionais que possam tolher sua liberdade de ação nas áreas mencionadas.
Hoje, espaços dessas regiões de tradicional influência norte-americana já estão sendo disputados pela China e, em sua esteira, virão a Rússia e a Índia. Como reagirão os EUA, altamente dependentes de recursos naturais, ante a presença de poderosos rivais cada vez mais próximos de seu território, experiência vivida apenas em 1962 na crise dos mísseis da então URSS em Cuba?
O mundo não é o mesmo e as estratégias não serão as mesmas, mas os EUA não ficarão de braços cruzados. Em sua expansão, a China ocupa espaços também cobiçados pelo Brasil, inclusive em áreas da cooperação militar, pois nossa indigência bélica, fruto do descaso de sucessivos governos, não nos deixa muito a oferecer. Perdem-se excelentes oportunidades para gerar empregos, receita comercial e desenvolvimento industrial e científico-tecnológico e consolidar vínculos com a América do Sul e a África.
Entre a águia e o dragão está o Brasil com sua aspiração pela liderança regional e seus interesses no Atlântico Sul. A disputa de poder no entorno estratégico brasileiro deveria ter motivado providências, há muito tempo, antes de o cenário de risco estar delineado de maneira tão clara. Política exterior engloba diplomacia e defesa e estes setores do Estado não podem esperar uma ameaça passar de possível a provável para então buscar os meios de neutralizá-la.
Defesa não se improvisa! Um forte poder militar confere maior robustez à política exterior, atrai alianças, dissuade ameaças e desagrava afrontas. Para alcançar tal status o governo deveria ter vontade política de queimar etapas, priorizando e fixando o investimento em defesa, e coragem para enfrentar desafios.
O Brasil amargará a perda de oportunidades e patrimônio, no campo material, e de auto-estima e dignidade, no imaterial, pois será incapaz de reagir a pressões político-militares alienígenas, se não estiver no nível das maiores potências militares no lapso de uma década. A globalização, o desenvolvimento nacional e a projeção internacional colocaram o País, outrora periférico, no eixo dos conflitos entre as potências.
As Forças Armadas (FA) procuraram, em vão, sensibilizar a liderança nacional sobre a importância de fortalecer o poder militar. A resposta foi o descaso hoje camuflado por um discurso inconsequente, pois de prático pouco se faz, e tardio, pela incerteza quanto à possibilidade de recuperar o tempo perdido.
Em 2011, mais uma vez, postergou-se a aquisição de aviões de caça para a Força Aérea, que se arrasta há mais de uma década, e houve um forte contingenciamento no orçamento de defesa, com prejuízo do desenvolvimento do submarino nuclear e de projetos do Exército.
A relevância das FA para a liderança nacional resume-se a missões de paz, apoio às obras do PAC e participação na segurança pública e defesa civil, ou seja, no que é marketing para o governo. Há um descaso com o equipamento e o preparo para a defesa da Pátria, prioridade, razão de ser e identidade de qualquer força armada.
Mas o descaso é também com a profissão e o militar como mostra a crescente defasagem salarial que rebaixa a carreira das armas em relação a outras de Estado e do serviço público. O chefe militar manifesta essas preocupações pela cadeia de comando, como é sua obrigação.
À presidente da República, comandante supremo das FA, cabe preservar a relevância dessas Instituições, obrigação moral e funcional de quem sabe que elas não abrem mão do compromisso com a Nação, o dever e a disciplina e que os instrumentos de pressão de outros segmentos da sociedade são inadmissíveis nas Forças Armadas.

Um levantamento reservado com uma detalhada radiografia das Forças Armadas brasileiras mostra o sucateamento do equipamento militar do país. Explicita também as conhecidas distorções na distribuição de tropas no território nacional, confrontando o discurso oficial de que a Amazônia é uma prioridade. O estudo ao qual a Folha teve acesso é produzido pelo Ministério da Defesa e atualizado todo mês. Ele mostra que metade dos principais armamentos do país, como blindados, aviões e navios, está indisponível para uso.

O levantamento é usado provisoriamente pelo governo, enquanto não é elaborado o chamado “Livro Branco”, que trará, segundo decreto assinado neste ano, todo esse diagnóstico. O livreto obtido pela Folha tem 76 páginas e traz dados orçamentários, operacionais e de pessoal que são difíceis de encontrar com esse grau de detalhe.
Quando alguém precisa elaborar comparações com outros países, como fez a Folha em sua edição de 20 de fevereiro, a praxe é buscar fontes externas -confiáveis, mas não tão detalhadas. O documento usado nesta reportagem traz um inventário dos chamados meios de cada Força, ou seja, os principais equipamentos para uso em guerra.
O resultado dá argumentos aos defensores do reequipamento militar, um processo caro, demorado e que costuma esbarrar em obstáculos como pressões políticas.
O caso da Marinha é paradoxal. Especialistas consideram a Força a mais bem aparelhada, mas 132 dos seus 318 principais equipamentos estão parados. Metade dos 98 navios está no estaleiro. A aviação naval é figurativa: apenas 2 de seus 23 caças voam, e só para treino. Isso no fim de 2010 -hoje, só um funciona. O porta-aviões São Paulo ficou anos parado e agora está em testes.
DEFICIÊNCIA CRÔNICA
O Exército contribui para que o resultado geral de disponibilidade de meios atinja ilusórios 68% -isso porque a Defesa coloca na conta as “viaturas sobre rodas”, que basicamente são quaisquer veículos. Dessas, 5.318 das 6.982 estão funcionando. Dos 1.953 blindados do Exército, só metade está à disposição. Metade dos helicópteros está no chão, isso sem contar a deficiência crônica de defesa Aérea, maior fragilidade militar do país.
Por fim, a Força Aérea tem indisponíveis 357 dos seus 789 meios, que incluem 48 lançadores portáteis de mísseis, todos funcionando. O governo avalia ter 85 dos seus 208 caças disponíveis, o que parece algo otimista. Seja como for, a renovação da frota de combate, unificada em um modelo, está postergada novamente por causa de cortes orçamentários.
Fica também explícito um problema que a Estratégia Nacional de Defesa editada em 2008 promete combater. Na Estratégia, a Amazônia aparece como prioridade do Exército. Só que a disposição das tropas ainda reflete a ideia de que o país um dia poderia entrar em guerra com sua antiga rival, a Argentina, hoje longe de representar uma ameaça militar. A região Sul concentra 25% das Forças terrestres do Brasil, enquanto a área amazônica só tem 13% do efetivo. Outros 23% estão estacionados na área do Comando Militar do Leste, no Rio.
A concentração no Rio também é perceptível no poderio aéreo. Nada menos que um terço do efetivo da FAB está por lá, enquanto a enorme região Norte não soma 15% com dois comandos aéreos separados.
A Marinha também está baseada no Rio, de forma avassaladora: 71% do efetivo está lá. Há planos para criação de uma segunda esquadra no Nordeste e no Norte.
Essa concentração no Rio é uma herança dos tempos em que a cidade centralizava o poder no país.
ASSIMETRIA

A Estratégia critica essa assimetria na disposição geográfica das tropas, mas a mudança depende de vontade política e de recursos cuja justificativa sempre é difícil num país de tradição pacífica e cheio de problemas sociais.

Por fim, o mapa lembra também detalhes do comprometimento financeiro. Em outubro de 2010, o governo gastou quase igualmente com pessoal ativo, aposentados e pensionistas, somando uma folha salarial de R$ 2,9 bilhões naquele mês. No Orçamento de 2011, antes do corte anunciado recentemente pelo governo, a despesa com pessoal representava 72% do gasto total.
Ainda sobre pessoal, destaca-se a alta proporção de oficiais-generais. Há um deles para cada 971 homens. No mais poderoso exército do mundo, o americano, esse número salta para um para cada 1.400 soldados.

ANÁLISE DEFESA: Despreparo militar marca história do país


Num mundo de comunicação rápida, onde conflitos surgem a toda hora, falta de prontidão é receita de fracasso

Despreparo crônico em tempo de paz e, portanto, no começo de conflitos, é uma constante na história militar luso-brasileira. Por que seria diferente em pleno século 21? No passado, houve tempo para as Forças Armadas “pegarem no tranco” e terminarem bem-sucedidas em combate. Mas em um mundo de comunicações rápidas, de mísseis balísticos, de guerra eletrônica, essa tradicional demora na prontidão é uma receita perfeita para o fracasso.
Uma rara exceção no despreparo das Forças são as chamadas tropas de “pronto emprego” ou “ação rápida”. São núcleos de excelência que podem agir em emergências pontuais, como a aviação do Exército, os paraquedistas, os fuzileiros navais, os batalhões de selva. Um bom exemplo foi a rápida e eficiente reação em 1991, após guerrilheiros colombianos atacarem um posto de fronteira no rio Traíra e matarem três militares.
Em 1711, o francês René Duguay-Trouin tomou o Rio de Janeiro em ousado golpe. A cidade estava despreparada. Reforços vieram do interior -rapidamente, para os padrões da época-, mas já era tarde demais. Em 1808, os franceses tomam Portugal e a família real foge para o Brasil -mas o comboio precisou de escolta da Marinha britânica. Na guerra com a Argentina pela província Cisplatina (Uruguai), de 1825 a 1828, o Brasil começou colhendo fracassos, até se afirmar -principalmente no mar- e terminar o conflito em “empate”.
O exército paraguaio estava mais preparado que o brasileiro e até invadiu território do país na Guerra da Tríplice Aliança (1865-1870). A falta de preparo inicial levou a cinco anos de guerra. Em 1897 em Canudos, Bahia, o Exército também sofreu derrotas para os “jagunços” do líder religioso Antonio Conselheiro e mostrou sérias falhas de logística. Não havia tropas bem treinadas e equipadas para participar da Primeira Guerra Mundial (1914-1918); a Revolução Constitucionalista de 1932 foi uma série de improvisos do início ao fim pelos dois lados.
O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) em agosto de 1942, mas só em julho de 1944 a Força Expedicionária Brasileira desembarcou na Itália -e, mesmo assim, era apenas uma das três divisões de infantaria inicialmente planejadas, e seu armamento era todo de origem americana.
As Forças Armadas do país têm operado bem em missões de paz ou na recente ajuda à polícia do Rio. Mas, como demonstrou o terremoto no Haiti, foi a rápida intervenção dos EUA que evitou uma tragédia ainda maior
Mesmo com tantas controvercias A confiança da população nas instituições sofreu mudança importante no último trimestre. É o que revela pesquisa do Índice de Confiança na Justiça (ICJ Brasil), produzido pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (FGV-SP). As Forças Armadas ficaram em primeiro lugar, com 66% da preferência dos entrevistados. Em segundo, apareceu a Igreja, com 54%, seguida pelas emissoras de TV (44%).
O Judiciário ficou em situação desconfortável, empatado com a polícia e à frente apenas do Congresso e dos partidos políticos.
Para Luciana Gross Cunha, professora da Escola de Direito da FGV-SP e coordenadora do ICJ Brasil, a controvérsia sobre o aborto travada entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais pesou decisivamente para o aumento do índice de confiança na Igreja, que subiu do 7º para o 2º lugar. “A Igreja estava em um grau baixo de avaliação quando foi feita a apuração no segundo trimestre, muito perto da crise envolvendo a instituição com denúncias de pedofilia”, observa Luciana. “A última fase da coleta coincidiu com a discussão sobre o aborto nas eleições presidenciais. Isso fez a diferença.”
Já a confiança nos partidos políticos despencou de 21% para 8% no mesmo período de eleições, mantendo-se em última posição na escala. Apenas 33% disseram que o Judiciário é confiável. O Congresso ficou com 20%. As outras instituições obtiveram os seguintes resultados: Grandes Empresas (44%), governo federal (41%), emissoras de TV (44%) e imprensa escrita (41%).

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Lá fora tem crise e aqui ???....


Atualmente a União Européia esta enfrentando o seu grande teste de resistência para a manutenção da unidade política e econômica. O sonho de integração européia vem desde a década de 50 quando da criação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço, naquele contexto a região enfrentava o desafio da reconstrução do pos guerra. 

A União Européia (27 Estados-membros)  representa o principal bloco de integração mundial. Em 1999  foi criada a Zona do Euro, composta  por 17 Estados-membros que adotaram oficialmente o Euro como moeda comum.  A instabilidade econômica na Zona do Euro explodiu devido ao endividamento dos países chamados de PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha).

A população de países endividados sofrendo as dificuldades da recessão, protagonizado pela Grécia, vem apontando como causadores da crise a ganância dos países ricos do bloco particularmente a Alemanha. Para complicar o cenário de integração, os movimentos sociais acusam as novas rodadas de renegociação de dividas de estarem beneficiando apenas os mercados, em detrimento dos aspectos sociais.
O certo è que a calmaria na Europa somente terá inicio quando da recuperação econômica da região que segundo alguns analistas não acontecerá nos próximos três ou quatro anos.
Embora existam variações na evolução económica, social e político por toda a Europa, nenhum país escapou dos efeitos da pior crise económica desde a Grande Depressão da década de 1930. O Comité Executivo Internacional do CIT debateu e analisou as consequências da situação para a classe operária e demais trabalhadores e da luta para defender as condições de vida face às tentativas de fazer os trabalhadores e jovens pagarem o preço da crise.
Na sua introdução ao debate, Tony Saunois, Secretário Internacional do CIT, descreveu as sombrias perspectivas económicas para a região. As perspectivas de recuperação económica no curto prazo são anémicas, na melhor das hipóteses, em alguns países, e estão completamente postas de parte noutros.
Sempre que alguns governos alegam “recuperação” esta nunca é no sentido de um regresso aos níveis anteriores à crise de crédito. O fraco crescimento em países como a Alemanha é, na realidade, sem criação de emprego e com base em pacotes de estímulo a curto prazo, como o esquema “dinheiro por ferro-velho”[i] e outras medidas específicas.
O quadro geral é de um mal-estar económico, com aumento das dívidas nacionais e desemprego crescente. Na verdade, a retirada das medidas de estímulo, que poderiam afastar as possibilidades de uma crise económica mais prolongada, nesta fase, poderé ser o gatilho para um mergulho ainda mais profundo.
Durante o debate, Danny Byrne informou que a Espanha prevê um retorno ao crescimento para 2011 e pretende retirar os pacotes de estímulo nessa altura – uma indicação de ataques maciços contra a classe trabalhadora. Mas o governo espanhol ainda tem de enfrentar os principais batalhões da classe trabalhadora do Estado Espanhol e há o potencial para enormes explosões nesta situação.
Os pacotes de estímulo foram introduzidos como reacções automáticas pelos governos para tentar evitar o colapso económico completo. Tony referiu que as nacionalizações no sector bancário não representam uma ruptura com as políticas neoliberais de privatização. O governo britânico anunciou a sua intenção de vender de qualquer parte rentável do sector bancário nacionalizado no primeiro momento possível. Incentivado pelas políticas anti-laborais das instituições da União Europeia (UE), os governos britânico e francês estão a continuar os planos de privatização dos serviços postais.
A Irlanda e a Espanha, até muito recentemente, as ‘Histórias de Sucesso’ da UE, enquanto o crescimento económico disparava, estão agora a enfrentar crises profundas. O governo irlandês está a contrair empréstimos semanais de € 500 milhões e os jovens espanhóis são confrontados com 38% de desemprego. Juntamente com Portugal, a Grécia e Europa Oriental, eles formam um “arco de instabilidade”. Numa dura advertência de que esta situação pode acontecer em qualquer outro país, metade dos hospitais na Letónia foram fechados e os salários do sector público foi reduzido em 40%, como o FMI a exigir medidas brutais em troca de um empréstimo de emergência.
Sem emprego e prespectivas
Por detrás dos números da Alemanha para o crescimento global nacional, os detalhes da situação traiem a perspectiva de problemas para o futuro, mesmo no curto prazo. Aron explicou que 30% das fábricas no sudoeste, uma área de produção industial, principalmente na indústria automóvel, irá cair na falência, descrevendo a situação como “Detroit a chegar Estugarda”[ii]. Existe na indústria automóvel um excesso de capacidade de produção, estimado entre 40-50%, mas as novas indústrias, como o sector de alta tecnologia também foram duramente atingidos.
Com países como a Islândia a falir, os elementos de instabilidade associados a muitas economias latino-americanas tinham vindo para a Europa. Estes elementos não só observáveis nas dramáticas mudanças no plano económico, mas também socialmente. Um retrato vivo da miséria que se está a abater sobre os trabalhadores e a juventude foi mostrado na descrição de uma faixa de terra nos arredores de Madrid, na Espanha, anteriormente um dos principais beneficiários do boom, onde se estebeleceu recentemente um bairro de lata. Os barões da droga exploraram 30.000 pessoas desesperadas por dia.
Cedric Gerome pintou um quadro devastador de Portugal, o “doente” da Europa. Trinta e cinco anos depois de ter conquistador a independência de Portugal, Angola vê agora imigrantes vindos da ex-potência colonial, com 60.000 a 100.000 portugueses a procura de trabalho na antiga colónia. Cerca de 92% dos portugueses vê as perspectivas económicas como más e a maioria está insatisfeitos com a vida.
Sascha da Alemanha descreve algumas das consequências psicológicas da recessão, com grandes aumentos no stress causado aos trabalhadores que sentem insegurança em relação aos postos de trabalho e salários. Uma onda de suicídios entre os funcionários da France Telecom e a simpatia generalizada face ao suicídio do guarda-redes da Seleção Alemã de Futebol estão entre os exemplos que ilustram a pressão que os povos sofrem.
Instabilidade
Nenhum governo europeu pode reivindicar uma estabilidade de longo prazo. É impossível falar de um governo estável ou forte. Alguns actualmente não enfrentam  uma alternativa séria e à falta de uma alternativa política da classe trabalhadora enfraquece o potencial de resistência e luta da classe operária e demais trabalhadores. No entanto, ao colocar o custo da crise sobre nos ombros dos trabalhadores e da juventude, os governos só irão aprofundar a crise e enfrentar a oposição de massa e as explosões sociais, num dado momento. O governo de Angela Merkel na Alemanha, foi recentemente reeleito, mas as frisuras no governo já se começam a mostrar. O novo ministro do trabalho, Franz Josef Jung, teve de renunciar face alegações de tentativas de encobrimento relacionadas com um ataque mortal aéreo da NATO no Afeganistão.
Na França, 64% da população acha que o governo de Nicolas Sarkozy está no caminho errado. Apesar da intervenção do Estado para socorrer os bancos, a direcção principal de sua administração foi uma continuação com um brutal programa neo-liberal. Alex de França descreveu a realidade de 60.000 novos desempregados à espera de ser processados nos centros de emprego, de uma crise de falta de professores e das greves gerais que se realizaram.
Mesmo na Rússia, onde Putin goza de 65% de apoio, há sinais de tensões crescentes. Igor, de Moscovo, descreveu a resistência à intervenção estatal do s patrões das grandes empresas e um potencial para se desenvolver uma divisão entre a elite dominante.
O “Mal Menor” é agora um recurso, com governos odiados a serem eleitos ou a manterem-se no poder com base em não serem tão odiados ou receados como outros partidos capitalistas. Na Grã-Bretanha, o New Labour, que é detestado, poderá não enfrentar um colapso total – simplesmente porque  os conservadores têm demonstrado intenção de realizar selváticos selvagem cortes sociais num curto espaço de tempo e também da memória que existe do odioso período de Thatcher -, mas não há diferença significativa entre as políticas dos dois partidos.
Um novo governo na Grécia foi eleito em Outubro de 2009. O PASOK, o partido social-democrata, foi eleito com base do ódio ao governo de direita e não com base do apoio popular às suas políticas. O outro lado da vitória PASOK foi a fraqueza da esquerda na Grécia, para responder à crise. Por demasiadas vezes os partidos de esquerda limitam as suas exigências e programa.
Com a mudança dos antigos partidos da social-democracia para a direita, na maioria dos países a classe trabalhadora enfrenta um enorme vácuo político. Onde novas formações políticas de esquerda foram lançadas, como com SYRIZA na Grécia, o Novo Partido Anti-capitalista (NPA – Nouveau Parti anticapitaliste) em França, e o Partido de Esquerda (Die Linke), na Alemanha, está-se a travar uma batalha para que estes sejam partidos combativos
O SYRIZA tinha-se tornado um real ponto de referência para a esquerda grega e, num dado momento, tiveram 18% nas sondagens, mas teve apenas 4,8% nas eleições europeias. Nikos da Grécia disse que o SYRIZA pagou pela sua incapacidade de desempenhar um papel activo nas lutas da classe trabalhadora e da juventude. Quando os movimentos de juventude, paralisaram o país, no final de 2008, o SYRIZA era o único que apoiava os jovens, mas não conseguiu empenhar-se activamente na luta e, como resultado, perdeu apoio. A direita de SYRIZA foi capaz de ganhar alguma influência. Mas os membros do CIT no SYRIZA participam no ‘Segunda Onda’, um bloco de esquerda dentro do SYRIZA, na tentativa de democratizar e reestruturar o partido e para colocá-lo numa posição mais política. O futuro do SYRIZA ainda não está decidido, mas vai depender da sua capacidade de orientação para as lutas que se avizinham.
O Novo Partido Anti-capitalista (NPA – Nouveau Parti Anticapitalist) também sofreu uma queda no apoio nas eleições europeias. Virginie da França afirmou que a resposta da liderança não foi envolver-se nas lutas dos trabalhadores e ganhar apoio, mas virar para a direita. A extensão dessa falta de confiança na luta pode ser vista no programa proposto pela NPA para as próximas eleições. Limita-se a colocar reivindicações aos governos regionais em vez de as colocar ao governo nacional – portanto, não levantando oposição real aos corte de empregos ou aos congelamento salarial que exigem uma intervenção por parte do governo nacional. Militantes do CIT participam agora numa alternativa de esquerda no NPA, defendendo um programa de luta.
Judy Beishon descreveu o processo que está em curso na Grã-Bretanha, no qual os componentes do “No2EU-Sim para a Democracia”, uma coligação eleitoral envolvendo um sindicato nacional, o sindicato dos trabalhadores dos transportes RMT, e que disputou as eleições europeias, estão a debater uma aliança de sindicalistas e socialistas para as próximas eleições gerais britânicas.
Sempre que os trabalhadores tenham uma alternativa de esquerda pode haver grande apoio para as políticas socialistas. Em Portugal um quinto do eleitorado votou para o Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Comunista (PC). Infelizmente, esses partidos correm agora o risco de minar o apoio para a esquerda e para o socialismo, ao não fazerem jus ao seu potencial. O Bloco de Esquerda concentra-se no plano eleitoral em detrimento de luta da classe trabalhadora. O Partido Comunista, apesar de ganhar 40% em algumas áreas industriais importantes, não usa sua posição para liderar comabitvamente as lutas.
O Die Linke (Partido de Esquerda), na Alemanha, tem tido algum sucesso eleitoral e tem sido capaz de cortar o crescimento da extrema-direita a nível nacional, mas também diminuiu seu anti-capitalismo em certa medida. Está agora colocada a questão da entrar coligações com partidos capitalistas. O Die Linke faria bem em estudar as lições que levaram à liquidação da Partido da Refundação Comunista (PRC), em Itália, onde a participação no governo capitalista e a administração de cortes sociais e ataques contra a classe trabalhadora no base do chamado “pragmatismo“, levou ao colapso quase total do partido. É agora necessário para os socialistas revolucionários na Itália reconstruam uma esquerda combativa e de massas. O CIT na Itália e apoiantes da Contra Corrente, em conjunto com activistas de esquerda sindical, irá participar de um debate numa das maiores federações sindicais da Itália, a CGIL, relativo a um documento apelando a um sindicalismo combativo e que foi apresentado pelo Sindicato dos Metalúrgicos.
Sectarismo e racismo
Na Escócia, o governo minoritário do Partido Nacionalista Escocês, (SNP), eleito em 2007, evocou a ideia de um arco de prosperidade, formado por Irlanda, Islândia e Noruega. Esta ideia está, agora, de alguma forma, ferida. Mas Philip, de Dundee, Escócia, previu que a eleição de um governo conservador, em Westminster podirá levar ao desenvolvimento de um forte aumento do sentimento pró independência.
Na ausência de partidos dos trabalhadores de massas e de lideranças comabtivas dos sindicatos, organizações de extrema-direita, sectárias e racista e foram capazes de ganhar espaço com as suas tácticas simplistas de tornar bodes expiatórios da crise os imigrantes e as minorias. Muitos dos principais partidos deram-lhes legitimidade, tomando para si aspectos do programa dos racistas.
Muitas cidades na Irlanda do Norte viram o desemprego duplicar, como Gary explicou, com um em cada três trabalhadores empregados directamente no sector público, isso deverá aumentar ainda mais após as eleições gerais, quando estão já anunciados grandes cortes sociais. A Fundação Joseph Rowntree estima que 50% das crianças na Irlanda do Norte vive abaixo da linha da pobreza. Houve um dramático aumento do sectarismo no terreno, com a violência a transbordar, neste momento, no centro da cidade de Belfast.
Na França, um debate sobre a “identidade nacional” dá uma oportunidade ideias dos racistas e da extrema-direita a serem discutidas. Existe um sentimento anti-muçulmano que levou a que um referendo sobre a questão dos minaretes, na Suíça, esteja a ser agitada partidos de extrema-direita e racistas na Dinamarca e na Áustria.
Na Itália, Berlusconi adoptou todo o programa da Liga do Norte neo-fascista e há grandes ataques contra imigrantes e sobre a classe trabalhadora em geral.
Que futuro para a UE?
As instituições da União Europeia estão sob enormes tensões devido à gravidade da crise económica. Entre 2007 e 2010, haverão oito milhões de pessoas desempregadas na zona Euro e PIB está previsto uma queda de 4% no PIB este ano.
Joe Higgins, deputado europeu e o Socialist Party na Irlanda foram capazes de tornar como questão central torno da votação sobre o Tratado de Lisboa na Irlanda do Sul, a questão das condições dos trabalhadores. Apesar de uma boa campanha do ‘Não’, o Tratado passou. Apesar desta “vitória” para os patrões europeus, a crise está a criar a possibilidade de países como a Grécia serem forçados a sair da zona do euro.
Andros, de Atenas, Grécia argumentou que pode revelar-se muito difícil para a Grécia permanecer dentro da zona do euro, dadas as limitações impostas pelas taxas de juro e as limitações dos governos para desvalorizar as suas moedas como medidas de curto prazo para evitar a crise. Mas Andros explicou também que o governo grego teria dificuldades deveria ser derrubado. Anteriormente, quando a economia grega estava numa situação desastrosa, o governo grego intimidou a classe operária a aceitar ataques contra as suas condições com a promessa que esses cortes feitos seriam compensados por verbas da EU o que seria a sua salvação. Isso não é mais possível. E se o governo grego decidir sair da zona do euro, já não poderá usar as exigências da legislação da UE como uma desculpa para fazer cortes ou privatização de serviços.
Um importante ponto de interrogação agora paira sobre a expansão da UE. Per-Åke da Suécia, que visitou recentemente a Letónia, descreveu a situação económica desastrosa do país. A Letónia passou de crescimento de 9% para uma queda de -18% e a taxa de desemprego oficial é de 19,7%. O FMI exige cortes drásticos em troca de um empréstimo. Dada aos protestos indignados que já ocorreram, o governo está hesitante, mas tem poucas opções. A moeda letã, o lat, está actualmente indexada ao euro, em preparação para a adesão à Zona Euro. No entanto, a adesão iria limitar as opções da Letónia para lidar com a crise e afastar a desvalorização.
Fases da luta
Tony descreveu como, na sua resposta à crise, a classe trabalhadora passou por diferentes fases. Houve, em muitos casos, um choque inicial, como o horror da crise económica foi sentida. Houve raiva, à medida que se tornou evidente quem iria sofrer e pagar os custos da crise. Houve grandes protestos de estudantes e pensionistas, na Irlanda, no final de 2008, e as greves e protestos dos trabalhadores do sector público este ano. No final de 2008, assistimos a movimentos de juventude na Grécia. Seções de trabalhadores, privados dos seus direitos e confrontado com nenhuma outra opção, tornaram claras a sua raiva e frustração. Às vezes, medidas desesperadas têm sido empregadas, como “o sequestro de patrões “, na França. Os trabalhadores em fábricas francesas geridas pela Sony, Caterpillar, 3M e fabricante alemão de peças para automóveis, Continental, tomarão como reféns os administradores, em protesto contra as propostas de despedimentos e encerramentos de fábricas. Em Vigo, na Galiza, Estado Espanhol, os metalúrgicos construíram barricadas e confrontaram-se com a polícia, defendendo o seu direito à manifestação e entrando em greve por aumentos salariais. Na França, os camionistas ameaçaram fazer explodir os seus camiões, quando enfrentam a possibilidade da sua empresa ser comprada por um patrão que impõe salários baixos.
Apesar disso, o desenvolvimento das lutas que tiveram lugar tem sido limitado, devido ao papel covarde dos líderes sindicais e à esperança, entre uma camada de trabalhadores, que a crise poderia ser temporária. No entanto, isso não vai durar, porque os efeitos da crise irão continuar a devastar e a aprofundar-se. Isso resultará numa nova fase da luta.
A participação dos jovens trabalhadores anteriormente desorganizados também tem sido uma característica das lutas, como os trabalhadores que ocuparam a fábrica de aerogeradores Vestas na Ilha de Wight, Inglaterra, e os agentes de viagens da Thomas Cooke, em Dublin, na Irlanda. Também tem havido movimentos estudantis na Áustria e na Alemanha, que seguem as ocupações de universidades e protestos estudantis de 2008 na Espanha, na Grécia e na Itália. Na Alemanha, alguns dos slogans dos estudantes têm um carácter de classe: “pais ricos para todos!” Mas, na ausência de luta de liderança, um sentido de fatalismo pode ser percebido entre os 5.000 estudantes que protestaram contra as crescentes propinas na Letónia, com uma faixa com os dizeres: “O último aluno a sair vai apagar a luz do aeroporto”!
Na França, os estudantes entraram em luta e ainda não foram derrotados.
Tem havido uma certa demora em termos de uma resposta generalizada, já que os trabalhadores têm tido esperança que as coisas vão voltar ao “normal” e que esta crise económica é apenas um problema temporário. Evidentemente, essa esperança equivocada é reforçada por relatos de recuperação económica promovida pelos governos, desesperados, para evitar enfrentar lutas de massas dos trabalhadores.
Judy informou sobre o aumento acentuado na luta operária e grevista na Grã-Bretanha. Os trabalhadores foram forçados a tomar medidas para defender os seus direitos, mesmo quando os dirigentes sindicais não os apoiaram, e tem havido uma série de ocupações e greves, algumas das quais ignorando as brutais anti-leis sindicais.
Períodos de teste para lideranças sindicais
Os dirigentes sindicais irlandeses enfrentam um severo teste com o governo irlandês a anunciar cortes de 4 mil milhões € no orçamento. Após duas décadas de “parceria” entre os sindicatos e o governo irlandês, os dirigentes sindicais e as estruturas estão mal equipados para a batalha épica em defenda dos seus membros atingidos pelos ataques. Os trabalhadores irlandeses mostraram a sua profunda revolta e seu o desejo de acção com a participação maciça dos trabalhadores do sector público nas greves e manifestações que tiveram lugar até agora. Mas agora os dirigentes sindicais venderam-nos. Na verdade, até propuseram em “nome dos trabalhadores”, doze dias de férias não remuneradas – um corte de pagamento de uma forma ligeiramente diferente!
Mas não é só na Irlanda, onde os dirigentes sindicais agem de forma omissa e hesitante. A necessidade de organizações da classe trabalhadora que estejam à altura das necessidades neste período de ofensiva contra os padrões de vida dos trabalhadores é uma das tarefas agora colocadas.
Joe Higgins, deputado europeu do Socialist Party da Irlanda, descreveu a preferência de muitos líderes sindicais em tentar um acordo com os patrões. Mas, como Joe advertiu com uma citação do grande marxista irlandês, James Connolly: “a timidez no escravo induz a audácia do tirano”! A experiência tem demonstrado que onde os trabalhadores aceitam qualquer redução na remuneração e condições, os patrões irão exigir ainda mais.
Na Alemanha, onde nove milhões de trabalhadores estarão em processos de negociações salariais do próximo ano, os líderes sindicais metalúrgicos estão a propor uma semana de trabalho mais curta, com perda de remuneração como a única alternativa aos cortes de empregos. O CIT exige uma semana de trabalho mais curta, mas sem perda de remuneração, como um aspecto de um programa contra o desemprego em massa. O CIT propõe uma estratégia de defesa dos salários e condições de trabalho.
Els da Bélgica, informou sobre a luta dos trabalhadores da indústria química Bayer, em Antuérpia. Estes trabalhadores foram ameaçados com um congelamento de salários de quatro anos e uma tentativa de prolongar a semana de trabalho. Um membro do CIT está em uma posição de liderança no sindicato dos trabalhadores da Bayer e ganhou o apoio à posição de que os trabalhadores não aceitaram “nem um minuto a mais do dia, nem um centavo a menos no salário”. A luta foi-se ampliando e ganhou o apoio de toda a indústria química em Antuérpia e, por fim, da direcção do sindicato.
Não há retorno ao ‘normal’
Na conclusão dos debates sobre a Europa, Niall Mulholland do Secretariado Internacional do CIT, salientou que ainda estamos na primeira fase da crise e das suas consequências e seria um erro pensar que as coisas continuarão como estão.
A ressaca do colapso do estalinismo e o impacto que teve na consciência de massa ainda estão para ser superados, tal como o papel de bloqueio desempenhado por muitos líderes sindicais.
As sondagens feitas no último ano mostraram que, apesar Tony Blair e outros como eles tentarem fazer passar que os trabalhadores são a “classe média”, eles estão cada vez mais conscientes de sua posição de classe na sociedade. Amplos sectores da classe média também estão também a ser martelados pela crise, com, por exemplo, milhares de advogados a perderem os seus empregos na cidade financeira de Londres, a City.
Embora a consciência de classe ainda tem um longo caminho para se desenvolver, o debate mostrou a preparação de grandes secções da classe trabalhadora para lutar contra os ataques que eles enfrentam. Quando a espera prolongada por um regresso ao ‘normal’ desaparecer e uma maior compreensão do futuro, sem emprego e sem perspectivas se enraizar, as lutas de massa e a oposição ao capitalismo irão crescer.
Nikos, da Grécia relatou os movimentos da juventude no final de 2008. Eles foram desencadeados pelo assassinato de um adolescente pela polícia, mas as razões eram as condições de vida dos jovens no trabalho e no ensino. Embora o desemprego e muitos trabalhos a tempo parcial e precário sejam extremos na Grécia, com 25% de desemprego, as condições dos jovens em toda a Europa estão similares e o surgimento de movimentos similares é cada vez mais possível. Na Irlanda, um quarto dos que vivem do subsídio de desemprego tem menos de 23 anos de idade. Isso ainda não provocou a oposição e os protestos em massa, mas as campanhas, como a Youth Fight for Jobs (Juventude em Luta por Trabalho) irá fornecer um veículo para que os jovens se interliguem e organizem e partam para a luta.
Joe Higgins sublinhou que agora, quando os movimentos da classe trabalhadora ocorrem, o programa de luta de classes e por uma alternativa socialista do CIT toma um significado mais concreto para a população trabalhadora e da juventude e ganha um eco muito maior.
O CIT irá desempenhar um papel importante no processo de radicalização dos trabalhadores e da juventude, com, por exemplo, Joe Higgins, no Parlamento Europeu, os vereadores do CIT em alguns países europeus e com a ênfase que o CIT coloca na luta de massas, através do nossos trabalho nos novos partidos de esquerda e nos sindicatos.
À medida que mais e mais pessoas em toda a Europa tirarem a conclusão de que outra forma de organização da sociedade é necessária para acabar com o desperdício e o caos do capitalismo, aumentará o número de trabalhadores e jovens que procuraram uma Alternativa Socialista.