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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Será que ainda existe uma guerra fria....




Em 4 de outubro de 1957, quando os soviéticos colocaram em órbita o primeiro satélite artificial --o Sputnik-1--, o mundo vivia sob tensão constante. Com a polarização entre EUA e União Soviética, o temor era que o planeta acabasse de um dia para o outro, destruído por armas nucleares. E a corrida espacial foi alimentada pelo medo que essas nações tinham uma da outra.
Hoje, a Guerra Fria não existe mais, mas o clima no espaço ainda está longe de refletir o ambiente de interação globalizada que mudou a economia, a política e a ciência em terra firme. A contrário do que acontece em outras áreas tecnológicas, o país que quiser lançar satélites por conta própria hoje tem de aprender sozinho. 
"Os americanos não querem que a tecnologia de lançadores de satélites --que pode ser utilizada para lançar bombas-- caia na mão de determinados países, mesmo que sejam amigos", diz Fernando Ramos, assessor de cooperação internacional do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
"Mesmo quando existe um projeto envolvendo vários países, como a Estação Espacial Internacional, a colaboração se dá mais pela divisão do trabalho do que pela transferência da tecnologia entre os países."
Reeditadas em 2006 pelo governo Bush, as diretrizes do programa espacial dos EUA deixam clara a visão do país. O documento "rejeita qualquer limitação do direito fundamental dos Estados Unidos de operar e adquirir informação no espaço". Americanos "negarão a adversários, se preciso, o uso de capacidades no espaço hostis a interesses americanos".
Sobrou até para o Brasil, que nem está entre os países do chamado "eixo do mal", alvos de sanções dos EUA. O programa sino-brasileiro de satélites de observação da Terra, o CBERS, tem dificuldade de comprar material que passa pelos EUA. "Isso tem ocasionado problemas para o Brasil, sim, desde o início, mas sobretudo depois do ensaio que os chineses fizeram de destruir um satélite em órbita [em janeiro]", diz Ramos, do Inpe, entidade que participa do CBERS.
Apesar de a cooperação ter levado ao sucesso na área de satélites de imagem, os chineses tampouco mostram disposição em ensinar aos brasileiros como fazer foguetes. O Brasil ainda tenta, com orçamento limitado, levar a cabo o programa VLS (Veículo Lançador de Satélites), na infâmia desde a explosão que matou 21 pessoas no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), em 2003.
Hoje, apenas EUA, União Européia, Rússia, China, Índia e Japão são capazes de colocar satélites em órbita. Cada um aprendeu a fazê-lo sozinho.
O fim da Guerra Fria, afinal, também não selou uma paz espacial definitiva. "Que existe a possibilidade de uma militarização do espaço não há a menor duvida" afirma o físico e historiador Shozo Motoyama, da USP.
Segundo ele, porém, a revolução das comunicações e a globalização da economia tornam o mundo menos vulnerável a uma polarização como da Guerra Fria. "Acho que isso vai impedir a hegemonia de um único país querendo militarizar o espaço." Para o historiador da USP, o evento que desencadeou a corrida espacial mostrou sobretudo que a ciência ajuda a moldar a geopolítica.
"O Sputnik-1 foi o triunfo de uma política centralizada em direção a um determinado objetivo, e isso fez com que a URSS conseguisse uma vitória num primeiro momento", diz Motoyama. "Enquanto isso, nos países capitalistas, tudo estava ocorrendo de maneira dispersa, também em laboratórios de pesquisa das empresas."
Um "mutirão científico" ocidental já havia sido feito com o projeto Manhattan --que construiu a primeira bomba atômica--, mas o governo dos EUA não dera continuidade a uma política de Estado com direcionamento claro à ciência.
Ouvir os bipes da primeira máquina em órbita, em outubro de 1957, mudou o modo americano de fazer ciência. E isso mudou a cara do século 20.

Vejamos o que diz o Último líder soviético que  lamenta oportunidades perdidas e diz que proliferação nuclear é a maior ameaça ao planeta

Ele já se aproxima de seus 80 anos e fala de forma pausada e grave. Está com vários quilos a mais do que mostravam as fotos de seus dias de glória. No entanto, alguns traços denunciam a figura que revolucionou a história. Em 1985, aos 54 anos de idade, Mikhail Gorbachev foi eleito secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética em 1985. Nos anos seguintes, tentou uma aproximação com os EUA e adotou uma política que foi resumida por duas palavras: glasnost ("transparência") e perestroika ("reestruturação").
Agora, 20 anos após a queda do Muro de Berlim, o russo lamenta. "O mundo perdeu a grande oportunidade de se desmilitarizar e acabar com as armas nucleares", disse Gorbachev na semana passada, em entrevista a um grupo restrito de jornalistas internacionais, entre eles o Estado.
Em suas declarações, ele admite que o plano do presidente americano, Barack Obama, de ter um mundo sem armas nucleares enfrentará "muitos obstáculos". Acompanhe, a seguir, os principais trechos da conversa que ocorreu em Genebra.
Após 20 anos da queda do Muro de Berlim, a Europa está unida. Qual sua avaliação sobre o que foi atingido?
O muro não dividia apenas a Alemanha. Ele era um fosso entre dois mundos. Com sua queda, foi aberto o caminho para se construir uma nova Europa. E foi isso o que ocorreu. Mas a solução para uma questão crítica não foi obtida. Não conseguimos tornar o mundo mais seguro. Perdemos uma enorme oportunidade histórica. O Ocidente insiste em dizer que a queda do Muro de Berlim simbolizou a vitória de um dos lados na Guerra Fria. Hoje, contudo, eu me pergunto que vitória foi essa.
Por quê?
Existe uma ameaça real de corrida armamentista no mundo que o fim da Guerra Fria não solucionou. Hoje, vemos que os gastos com a militarização de Estados ganharam o lugar de gastos que teriam de ir para o setor social. Nos anos 80, certamente, tivemos um momento de tensão entre as potências. No entanto, em 1985, eu e (o então presidente americano) Ronald Reagan optamos por declarar que uma guerra nuclear simplesmente não seria vencida por ninguém. Portanto, sequer deveria ser lutada. Vinte anos após o fim da Guerra Fria, ainda temos milhares de armas atômicas e até mesmo novas potências nucleares.
Então o sr. acha que o mundo hoje não é mais seguro do que durante a Guerra Fria?
Hoje não temos um mundo mais seguro e o maior perigo é, sem dúvida, a proliferação das armas nucleares. Há o risco de que essa proliferação ocorra para atores fora do controle dos Estados, como organizações terroristas. No total, podemos dizer que existem hoje 40 países com potencial nuclear.
O presidente americano, Barack Obama, propõe um esforço conjunto para eliminar as armas nucleares do mundo, projeto que teve apoio no Conselho de Segurança da ONU. Qual a sua avaliação?
Ninguém quer a existência de armas nucleares. Mas os obstáculos para se atingir essa meta proposta pelo presidente Obama são enormes e não se trata apenas de limitar a produção na Coreia do Norte e no Irã. O maior problema é que, enquanto as cinco potências que reconhecidamente têm armas nucleares (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha) não aceitarem uma redução real de seus arsenais atômicos, os demais países não terão qualquer incentivo para se desfazer de seus próprios programas. Se os grandes países reduzirem seus arsenais, as demais nações não terão como esconder. Mas existe ainda um outro problema. Se essa redução não for acompanhada por um sentimento de segurança para todos, ela jamais funcionará.
E quanto às armas convencionais?
Elas também terão de entrar no pacote de redução. Se não ocorrer uma desmilitarização da política internacional, então a ideia de um mundo livre de armas nucleares não faz sentido. Nenhum país aceitará desistir de seu programa e permitir uma superioridade total dos EUA.
Qual é a solução então?
Os participantes de uma negociação nesse sentido não podem ter a percepção de que sua segurança foi enfraquecida. Por isso, o acordo não poderá ser apenas sobre armas nucleares. Tem de ser bem mais abrangente. Além disso, o acordo terá de ser essencialmente multilateral. Há sinais importantes de que americanos e russos voltaram a negociar. Obama reviu seus planos militares e está dando maior abertura para debater esses assuntos. Um entendimento final, contudo, terá de vir da ONU.

 


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