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Olá estou formulando uma enquete para saber quais tipos de assuntos e dicas para assim melhorar nossa comunicação , pesso por gentileza que mandem um email para .......andreexploid09@gmail.com.......

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

De médico e louco todo mundo tem um pouco.........




 
Tais pacientes em geral têm um estilo cognitivo distintamente paranóide que é caracterizado por uma busca permanente de significados ocultos, de pistas que revelem a verdadeira intenção por detrás das aparências ou do que dizem as pessoas. Essa busca revela um estado de hipervigilância que gera um considerável estado de tensão física e emocional no indivíduo.
O paciente paranóide nunca relaxa. Essas pessoas tendem vasculhar cuidadosamente o ambiente a fim de terem uma percepção muito precisa de suas condições, mas, seu julgamento a respeito do que percebem geralmente está prejudicado.
Geralmente o paranóico tem uma experiência de relacionamento com os outros que é descontinua, ou seja, mesmo com uma longa convivência, eles não conseguem construir uma imagem das pessoas através das quais possam se orientar. Por exemplo, quando uma pessoa convive com outra, aprende que determinados traços do companheiro são estáveis e outros são instáveis de forma que poderá confiar naqueles que são estáveis.
Com o paranóico isto não acontece. Isso ocorre porque nenhum padrão ou relacionamento é sentido como duradouro e porque eles estão tão alertas ao momento presente e assim, ficam impossibilitados de estabelecerem escalas de valores para si próprios e para os outros.
O paranóico tem somente a percepção do momento atual. O grande problema é que todos momentos do paranóico são tensos por causa da hipervigilância. O paranóico, quando inicia um relacionamento já o faz com a certeza de que não vai durar. Isso ocorre por causa da crença de que não podem ser amados ( eles geralmente tem uma auto-estima muito baixa) e assim buscam nos comportamentos do parceiro, deslizes que confirmem suas suspeitas e expectativas negativas.
O indivíduo paranóico tem um self que não chegou a se desenvolver completamente e assim, eles funcionam como crianças cuja experiência traumática, ainda amedronta. Como a experiência traumática está reprimida e por isso, eles não podem integrar a experiência, eles sentem apenas a ameaça da situação traumática infantil. Dessa maneira, eles ficam "em guarda" 24 horas por dia.
A experiência total do self é unicamente aquela da vivência imediata, a experiência atual. No paranóico não há um aspecto do psiquismo que faz interpretações e a mediação entre o símbolo e o simbolizado. Isso significa que o indivíduo tem percepções e pensamentos, mas, não interpreta corretamente os sentimentos em relação às essas percepções. Um exemplo pode nos ajudar a compreender melhor: O paciente paranóico não pode pensar: "Acho que esse cara está com más intenções!" Ele vai afirmar que o outro tem péssimas intenções.
Uma outra característica dos paranóicos é a necessidade de controlar os outros. Conheci um paranóico que desejava colocar microfones em sua empresa para saber o que seus colegas de trabalho falavam dele quando estava ausente. A necessidade de controlar os outros reflete uma auto-estima muito baixa e que é justamente o que está na raiz da paranóia. Um outro paranóico ficava aflito porque desejava saber o que as pessoas que conversavam com ele, estavam pensando (sobre ele, evidentemente).
Ele tinha o sonho de descobrir uma forma de obter esse tipo de controle. Entretanto, eles costumam mostrarem-se grandiosos, espertos e especiais. Tais comportamentos nada mais são que uma defesa compensatória contra os sentimentos de impotência e falta de valor.
O rebaixamento de auto-estima está também relacionado às dificuldades que os paranóicos tem com as figuras de autoridade. Eles temem que as pessoas (que eles julgam) que estão em melhores condições hierárquicas ( social, profissional e intelectual), possam humilhá-los e ameaçar sua autonomia, bem como temem que qualquer pessoa que se aproxime deles tenha como objetivo final, assumir o controle e deixá-los humilhados e submissos.
Lembro-me de uma mulher paranóica que procurou ajuda por exigência do marido. Eles estavam casados há dois anos e ela comportava-se na cama, como se estivesse "morta". Seu marido começou a irritar-se e chegou mesmo a propor a separação. Observamos que ela nunca sabia como se comportar. Se expressasse o que sentia, temia que o marido fosse achá-la uma vadia, promiscua e suja. E antão ele poderia desprezá-la.
Ela não conseguiu mudar e eles acabaram por separar-se. Na realidade sua angustia maior era não só o que tínhamos observado como também o receio de que se mostrasse o que sentia nas relações sexuais, seria dominada por seu marido e assim, acabaria escravizada e controlada. Essa foi a questão que a impediu de mudar.

AS PARANÓIAS
Existem na realidade três tipos de patologias (doenças) que tem os sintomas paranóides como elemento central. Essas três patologias são descritas como a seguir:
* Desordem de Personalidade Paranóica
* Transtorno Paranóico Delirante
* Esquizofrenia Paranóide.
No Transtorno de Personalidade Paranóide o estado paranóide a pessoa afetada pode funcionar relativamente bem na vida social. No caso do Transtorno Delirante o transtorno já é mais grave, indivíduo tem ilusões situadas mas também pode viver relativamente bem em sociedade. No caso da Esquizofrenia Paranóide, a paranóia é tão severa que o indivíduo torna-se incapacitado de conviver em sociedade.

Persecutoriedade e Desconfiança
Um sinal inconfundível da paranóia é um ininterrupto estado de desconfiança. As pessoas com Desordem de Personalidade Paranóica estão constantemente prevenidas e tentam protegerem-se porque elas percebem o mundo como sendo um lugar ameaçador.
Elas tendem a confirmar suas expectativas ruins fechando-se para quaisquer evidências que possam contrariar suas suspeitas e ignoram os bons sinais interpretando-os sempre pela ótica de suas desconfianças (rigidez). Como elas estão sempre alertas para ataques, maus-tratos e traições, atitudes que por si só geram um grande stress, elas interpretam os fatos à sua volta sempre pelo lado ameaçador e procuram meios de defenderem-se.
Há um momento especialmente interessante para identificar um paranóico que é quando eles estão fazendo algum tipo de negócio com alguém. Decidir é um processo extremamente doloroso porque, por um lado, eles não sabem determinar o valor das coisas e, por outro, eles temem estar sendo enganados. Para lidar com isso, eles tendem a fazer infinitas consultas sobre o assunto com os amigos e acabam por tomar decisões que não consideram as opiniões colhidas e evidentemente, na maioria das vezes, fazem bobagem.
Qualquer pessoa que enfrenta uma nova situação - iniciando num trabalho ou começando um novo relacionamento, por exemplo-será cautelosa e um pouco vigilante até que tenha alguma compreensão sobre o ambiente e perceba que seus medos são infundados. Com as pessoas que sofrem de paranóia, as coisas são diferentes. Tais indivíduos geralmente não conseguem abandonar seus medos, que são na verdade, a grande defesa que eles tem contra a violenta necessidade de intimidade.
Eles vivem esperando um comportamento artificial e duvidam da lealdade dos outros. Lembro-me de uma mulher que tinha um genro excepcional. O sujeito era um cara muito querido por todos. Então, ela procurava defeitos nele e não os encontrava. Um dia ela dizia: "Não sei não. O dia em que esse cara mostrar quem ele é, todo mundo vai ficar de queixo caído". Um dia ele mostrou. Foi embora porque não suportava as mentiras e paranóias da família de sua mulher que por si mesma, era extremamente ciumenta e, via amantes, onde não caberia nenhuma. Numa relação pessoal ou no casamento, os paranóicos tendem a apresentar um ciúme patológico que é despertado por uma infinidade de fantasias irreais.
Viver numa cidade como São Paulo, num período onde a violência é regra, pode ser muito desgastante para todos nós. Assim, todos nós ficamos um pouco paranóicos e isto é absolutamente normal. Entretanto, o individuo paranóico sofre muito mais que os outros porque o pânico e a angústia são potencializados e podem mesmo se tornarem paralisantes, deixando-os mais estressados e agressivos.

2- FRIOS E DISTANTES
Em geral, os paranóicos são tidos como inteligentes, bons argumentadores e inflexíveis. Mas uma olhada mais cuidadosa mostra que eles tem uma forma de pensamento que pode ser definido como " estilo paranóico". Esse estilo é caracterizado por uma busca constante de significados ocultos nas coisas que as pessoas fazem e falam o que os impede de viver as experiências que permitem enriquecer a inteligência. Maleabilidade é uma coisa que eles desconhecem completamente.
As pessoas com Desordem de Personalidade Paranóica são emocionalmente distantes de outras pessoas. Na realidade, eles parecem frios e freqüentemente evitam a intimidade com os outros. Eles se orgulham de sua racionalidade e objetividade (que na verdade é a concretude). Pessoas com Desordem Paranóica de Personalidade raramente procuram tratamento por acharem que não precisam de ajuda. Muitos funcionam presumivelmente, de maneira competente na vida social, ainda que sejam visto como " esquisitos".
A ausência de intimidade com o paranóico surge por causa da excessiva falta de confiança e vigilância feroz das relações interpessoais que naturalmente vai conduzir a uma ausência de intimidade. Uma coisa muito difícil no relacionamento com um paranóico é que intimidade é o que eles mais temem. Qualquer intimidade representa uma terrível ameaça de mergulhá-los num completo mundo de terror.
Como lhes falta o conhecimento dos afetos sinceros e ternos, eles não sabem como atender seus parceiros e assim, mantém uma distância segura. Geralmente esse tipo de comportamento mina um relacionamento levando-o ao termo porque o parceiro não paranóico está impossibilitado de compreender porque a intimidade não se solidifica e assim, começa a ter crises de auto-estima e, se for saudável, acaba por afastar-se.
O paranóico tem um grande medo de perder o controle e amar, porque isto significa dividir o controle com alguém, deixar-se abandonar para ser cuidado pelo outro. Eles têm um medo enorme de se tornarem íntimos porque sua fantasia é que o parceiro está, secretamente, tentando assumir o controle da sua mente do paranóico. Na realidade eles têm fantasias de serem dominados (masoquismo).
É interessante observar a dicotomia entre a auto representação de características onipotentes, vingativas, e que triunfa sobre o mundo e, por outro lado, a imagem contrastante guardada no fundo de cada um, em que eles vêem-se como impotentes e tem uma visão completamente humilhada de suas vidas como sendo menosprezados pelo mundo e por si próprios. É a tensão entre estas duas imagens e a experiência deles no mundo subjetivo que cria o sentimento de paranóia.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Ja teve a impressão que estão te olhando?????


Os olhos são como lentes que concentram a energia do corpo e da alma, conseguindo transmitir um elevado grau de magnetismo e energia. Todo o olhar é poderoso, tanto pode curar, regenerar, abençoar e até ajudar uma pessoa a prosperar na vida. Mas quando vindo de uma pessoa que tem o seu espírito e coração impregnado e cheio de inveja, ódio, despeito, rancor, raiva, malquerer, ganância, egoísmo e mais outros pensamentos negativos e de destruição, pode em casos extremos causar a morte a quem seja vítima desta forma de olhar, também chamada de Mau Olhado ou Olho Gordo da inveja ou quando lançado a crianças Quebranto.
As pessoas durante o dia tem contato com diversas energias, sendo muitas negativas tendo um impacto no seu campo astral e espiritual, carregando a sua aura, o que pode provocar distúrbios de desequilíbrio de energias, que são vulgarmente conhecidos por ter o “corpo carregado”. Estas perturbações podem aparecer muitas vezes sem parecer ter uma razão óbvia e concreta. Estas cargas negativas são muitas vezes bastante poderosas e reais, não nos apercebemos da sua existência, mas no entanto elas existem e podem ter origem de várias fontes e ser de diversos tipos.
O mau olhado, é descrito já em sociedades antigas, como a da Antiga Grécia, Demócrito já mencionava nos seus escritos que os povos de Mediterrâneo tinham a crença no poder do mal do olho gordo, Aristóteles chegou mesmo a comentar nos seus escritos que o olhar de algumas pessoas conseguia perturbar tanto o corpo e a mente dos fascinados. Outros pensadores clássicos tais como: Hesíodo,, Aristófanes, Calímaco, Diodoro Sículo, Teócrito, Plutarco, Plínio – o Velho e Aulo Gélio também mencionam a existência do olho gordo nas suas obras. A legenda da Medusa nos mitos gregos (cujo o seu olhar conseguia petrificar as pessoas) é uma manifestação de mau-olhado. Existem relatos da antiguidade que indicam que os habitantes da Ilíria (Estado Helénico que se situava onde se situam hoje a Albânia e a Croácia) podiam matar, quando irritados, apenas usando o olhar fixo no adversário. Assim como o grande mago São Cipriano mencionou diversas vezes a existência do Olho Gordo em quase todas as suas obras sobre magia e feitiçaria. A crença no poder maléfico do mau-olhado é universal. Os espanhóis chamam-lhe “mal de ojo”, os italianos “mal-occhio”, os ingleses “evil eye”, em grego “mati”, na língua portuguesa também lhe “chama maus olhos”, olho mau, olho de inveja, olho grande, olho gordo, olho de seca pimenteira e mau olhar.
Se voçe quer uma dica para se livrar de vez desse mau da sua vida posso te dar um palpite  legal , um jarrinho de pimenta que alem de bonito  faz muito bem a saúde veja . A pimenta faz bem à saúde e seu consumo é benéfico para quem tem enxaqueca. A substância química que dá à pimenta o seu caráter ardido é a capsaicina, a qual também possui propriedades benéficas à saúde. Ela provoca a liberação de endorfinas, substâncias que provocam uma sensação de bem-estar. As substâncias picantes das pimentas melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago. Possuem efeito antiflatulência. Favorecem a cicatrização de feridas. Existem estudos que demonstram que a pimenta é um potente antioxidante (antienvelhecimento) e anti-inflamatório. A pimenta possui propriedades anticâncer.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Será que ainda existe uma guerra fria....




Em 4 de outubro de 1957, quando os soviéticos colocaram em órbita o primeiro satélite artificial --o Sputnik-1--, o mundo vivia sob tensão constante. Com a polarização entre EUA e União Soviética, o temor era que o planeta acabasse de um dia para o outro, destruído por armas nucleares. E a corrida espacial foi alimentada pelo medo que essas nações tinham uma da outra.
Hoje, a Guerra Fria não existe mais, mas o clima no espaço ainda está longe de refletir o ambiente de interação globalizada que mudou a economia, a política e a ciência em terra firme. A contrário do que acontece em outras áreas tecnológicas, o país que quiser lançar satélites por conta própria hoje tem de aprender sozinho. 
"Os americanos não querem que a tecnologia de lançadores de satélites --que pode ser utilizada para lançar bombas-- caia na mão de determinados países, mesmo que sejam amigos", diz Fernando Ramos, assessor de cooperação internacional do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
"Mesmo quando existe um projeto envolvendo vários países, como a Estação Espacial Internacional, a colaboração se dá mais pela divisão do trabalho do que pela transferência da tecnologia entre os países."
Reeditadas em 2006 pelo governo Bush, as diretrizes do programa espacial dos EUA deixam clara a visão do país. O documento "rejeita qualquer limitação do direito fundamental dos Estados Unidos de operar e adquirir informação no espaço". Americanos "negarão a adversários, se preciso, o uso de capacidades no espaço hostis a interesses americanos".
Sobrou até para o Brasil, que nem está entre os países do chamado "eixo do mal", alvos de sanções dos EUA. O programa sino-brasileiro de satélites de observação da Terra, o CBERS, tem dificuldade de comprar material que passa pelos EUA. "Isso tem ocasionado problemas para o Brasil, sim, desde o início, mas sobretudo depois do ensaio que os chineses fizeram de destruir um satélite em órbita [em janeiro]", diz Ramos, do Inpe, entidade que participa do CBERS.
Apesar de a cooperação ter levado ao sucesso na área de satélites de imagem, os chineses tampouco mostram disposição em ensinar aos brasileiros como fazer foguetes. O Brasil ainda tenta, com orçamento limitado, levar a cabo o programa VLS (Veículo Lançador de Satélites), na infâmia desde a explosão que matou 21 pessoas no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), em 2003.
Hoje, apenas EUA, União Européia, Rússia, China, Índia e Japão são capazes de colocar satélites em órbita. Cada um aprendeu a fazê-lo sozinho.
O fim da Guerra Fria, afinal, também não selou uma paz espacial definitiva. "Que existe a possibilidade de uma militarização do espaço não há a menor duvida" afirma o físico e historiador Shozo Motoyama, da USP.
Segundo ele, porém, a revolução das comunicações e a globalização da economia tornam o mundo menos vulnerável a uma polarização como da Guerra Fria. "Acho que isso vai impedir a hegemonia de um único país querendo militarizar o espaço." Para o historiador da USP, o evento que desencadeou a corrida espacial mostrou sobretudo que a ciência ajuda a moldar a geopolítica.
"O Sputnik-1 foi o triunfo de uma política centralizada em direção a um determinado objetivo, e isso fez com que a URSS conseguisse uma vitória num primeiro momento", diz Motoyama. "Enquanto isso, nos países capitalistas, tudo estava ocorrendo de maneira dispersa, também em laboratórios de pesquisa das empresas."
Um "mutirão científico" ocidental já havia sido feito com o projeto Manhattan --que construiu a primeira bomba atômica--, mas o governo dos EUA não dera continuidade a uma política de Estado com direcionamento claro à ciência.
Ouvir os bipes da primeira máquina em órbita, em outubro de 1957, mudou o modo americano de fazer ciência. E isso mudou a cara do século 20.

Vejamos o que diz o Último líder soviético que  lamenta oportunidades perdidas e diz que proliferação nuclear é a maior ameaça ao planeta

Ele já se aproxima de seus 80 anos e fala de forma pausada e grave. Está com vários quilos a mais do que mostravam as fotos de seus dias de glória. No entanto, alguns traços denunciam a figura que revolucionou a história. Em 1985, aos 54 anos de idade, Mikhail Gorbachev foi eleito secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética em 1985. Nos anos seguintes, tentou uma aproximação com os EUA e adotou uma política que foi resumida por duas palavras: glasnost ("transparência") e perestroika ("reestruturação").
Agora, 20 anos após a queda do Muro de Berlim, o russo lamenta. "O mundo perdeu a grande oportunidade de se desmilitarizar e acabar com as armas nucleares", disse Gorbachev na semana passada, em entrevista a um grupo restrito de jornalistas internacionais, entre eles o Estado.
Em suas declarações, ele admite que o plano do presidente americano, Barack Obama, de ter um mundo sem armas nucleares enfrentará "muitos obstáculos". Acompanhe, a seguir, os principais trechos da conversa que ocorreu em Genebra.
Após 20 anos da queda do Muro de Berlim, a Europa está unida. Qual sua avaliação sobre o que foi atingido?
O muro não dividia apenas a Alemanha. Ele era um fosso entre dois mundos. Com sua queda, foi aberto o caminho para se construir uma nova Europa. E foi isso o que ocorreu. Mas a solução para uma questão crítica não foi obtida. Não conseguimos tornar o mundo mais seguro. Perdemos uma enorme oportunidade histórica. O Ocidente insiste em dizer que a queda do Muro de Berlim simbolizou a vitória de um dos lados na Guerra Fria. Hoje, contudo, eu me pergunto que vitória foi essa.
Por quê?
Existe uma ameaça real de corrida armamentista no mundo que o fim da Guerra Fria não solucionou. Hoje, vemos que os gastos com a militarização de Estados ganharam o lugar de gastos que teriam de ir para o setor social. Nos anos 80, certamente, tivemos um momento de tensão entre as potências. No entanto, em 1985, eu e (o então presidente americano) Ronald Reagan optamos por declarar que uma guerra nuclear simplesmente não seria vencida por ninguém. Portanto, sequer deveria ser lutada. Vinte anos após o fim da Guerra Fria, ainda temos milhares de armas atômicas e até mesmo novas potências nucleares.
Então o sr. acha que o mundo hoje não é mais seguro do que durante a Guerra Fria?
Hoje não temos um mundo mais seguro e o maior perigo é, sem dúvida, a proliferação das armas nucleares. Há o risco de que essa proliferação ocorra para atores fora do controle dos Estados, como organizações terroristas. No total, podemos dizer que existem hoje 40 países com potencial nuclear.
O presidente americano, Barack Obama, propõe um esforço conjunto para eliminar as armas nucleares do mundo, projeto que teve apoio no Conselho de Segurança da ONU. Qual a sua avaliação?
Ninguém quer a existência de armas nucleares. Mas os obstáculos para se atingir essa meta proposta pelo presidente Obama são enormes e não se trata apenas de limitar a produção na Coreia do Norte e no Irã. O maior problema é que, enquanto as cinco potências que reconhecidamente têm armas nucleares (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha) não aceitarem uma redução real de seus arsenais atômicos, os demais países não terão qualquer incentivo para se desfazer de seus próprios programas. Se os grandes países reduzirem seus arsenais, as demais nações não terão como esconder. Mas existe ainda um outro problema. Se essa redução não for acompanhada por um sentimento de segurança para todos, ela jamais funcionará.
E quanto às armas convencionais?
Elas também terão de entrar no pacote de redução. Se não ocorrer uma desmilitarização da política internacional, então a ideia de um mundo livre de armas nucleares não faz sentido. Nenhum país aceitará desistir de seu programa e permitir uma superioridade total dos EUA.
Qual é a solução então?
Os participantes de uma negociação nesse sentido não podem ter a percepção de que sua segurança foi enfraquecida. Por isso, o acordo não poderá ser apenas sobre armas nucleares. Tem de ser bem mais abrangente. Além disso, o acordo terá de ser essencialmente multilateral. Há sinais importantes de que americanos e russos voltaram a negociar. Obama reviu seus planos militares e está dando maior abertura para debater esses assuntos. Um entendimento final, contudo, terá de vir da ONU.

 


sábado, 17 de dezembro de 2011

Você sabe agir em caso de acidente.....


Existem momentos na nossa vida em que temos de vestir a nossa capa da  coragem . Ao depararmo-nos com acidentes é importante que saibamos o que fazer pois a diferença pode estar na rapidez com que conseguimos agir eficazmente.

É fundamental ter em mente que, em situações de emergência, deve manter a calma. Além disso, certifique-se de que há condições seguras para a prestação do socorro sem riscos para você. Não se esqueça que um atendimento de emergência mal feito pode comprometer a saúde da vítima.
  • Se houver suspeita de fracturas no pescoço e nas costas, evite mover a pessoa.
  • Para puxá-la para um local mais seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento com o auxílio de um casaco ou cobertor.
  • Para erguê-la, você e mais duas ou três pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la numa tábua ou maca. Se precisar, improvise com pedaços de madeira, amarrando cobertores ou paletós.
  • Apoie sempre a cabeça, impedindo-a de cair para trás.
  • Se houver fracturas expostas cubra o local com um pano limpo ou gaze e procure socorro médico imediato.
  • Não dê qualquer alimento ao ferido, nem mesmo água. Os líquidos poderão penetrar na sua traqueia e sufocá-lo.
  • Solicite assistência médica, enquanto isso, mantenha a pessoa calma e aquecida.
  • Se houver hemorragias procure manter o local que sangra num plano mais elevado que o coração. Pressione firmemente o local por cerca de 10 minutos, comprimindo com um pano limpo dobrado ou com uma das mãos. Se o corte for extenso, aproxime as bordas abertas com os dedos e as mantenha unidas. Caso o sangramento cesse, pressione com mais firmeza por mais 10 minutos.
  • Quando parar de sangrar, cubra o ferimento com uma gaze e prenda-a com uma atadura firme, mas que permita a circulação sanguínea. Se o sangramento persistir através do curativo, ponha novas ataduras, sem retirar as anteriores, evitando a remoção de eventuais coágulos.
  • Se a vítima tiver vomitado tente rodar delicadamente a sua cabeça para que não se asfixie.
  • Se for preciso corte a roupa da vítima, para evitar movimentos bruscos ou dores. Se a vítima sofre de queimaduras não lhe tire a roupa a não ser que ainda esteja a arder.
  • Não tente despertar uma vítima insconsciente por meio de bofetadas ou safanões.
  • Procure identificação da vítima e mantenha-se com a vítima até a ajuda médica chegar.
  • Derrame é o nome genérico que popularmente se dá ao AVC — acidente vascular cerebral, que pode ser isquêmico ou hemorrágico.
    O primeiro é fraqueza facial, notar se a pessoa consegue sorrir ou se um canto da boca ou um dos olhos está com aparência caída.
    Outro sintoma é a fraqueza nos braços, observar se a pessoa consegue erguer os dois braços.
    E o terceiro sintoma são os problemas de fala, tentar detectar se a pessoa consegue falar claramente ou entender o que outra pessoa fala.
    Só que existem outros dois sinais adicionais que precisam ser observados: fraqueza nas pernas e perda de visão.

  • Parada Cárdio-respiratória: - Observar ausência de movimentos do tórax, respiração e pulsação, arroxeamento da face e unhas, baixa temperatura corporal, inconsciência e imobilidade; - Não é recomendo reanimar a vítima, fornecendo a ela substâncias para comer, beber ou cheirar. - A pessoa ferida deve ser colocada com cuidado de costas para o chão, com devida atenção, evitando qualquer lesão na medula ou comprometimento já existente; - Deve ser verificada (visualmente) obstrução das vias respiratórias: nasal e bucal, retirando se possível qualquer objeto que impeça a respiração da vítima; - Com as mãos posicionadas sobre a região inferior do osso vertical externo, no centro do peito deve ser iniciada a massagem cardíaca, efetuando pressões no tórax em intervalos curtos; - No mesmo instante da massagem, outra pessoa deve realizar respiração boca-a-boca, estendendo levemente a cabeça da pessoa para traz, mantendo o queijo erguido, evitando assim dobra do pescoço; - Com o indicador e o polegar, devem ser fechadas as narinas da vítima; - Em seguida deve-se abrir a boca da vítima, posicionando os lábios do socorrista contra os lábios da vítima, enchendo os pulmões de ar e soprando até inflar os pulmões do acidentado, distendendo o tórax. - O processo associado de respiração boca-a-boca e massagem deve ser repetido continuamente até que o coração volte a pulsar, obedecendo a freqüência de um sopro para cada cinco pressões. Observação: caso esteja sozinho, são aconselhados dois sopros para cada dez pressões torácicas.

Apesar da gravidade da situação devemos agir com calma, evitando o pânico. Transmita confiança, tranquilidade, alívio e segurança aos acidentados que estiverem conscientes, informando que o auxílio já está a caminho.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Filhos rebeldes


"Ultimamente tenho-me sentido inútil como pai...", disse-me um amigo que tem problemas com o filho adolescente. "... Mas resolvi conversar com um profissional especializado no assunto num centro de saúde e senti-me realmente melhor".
Enfrentar mudanças de humor, rebelião e ira é normal no cotidiano de quem vive com filhos adolescentes, é um período "tempestuoso" da vida, quando os adolescentes estão na fase de mudança: já não são crianças por isso querem ser independentes dos pais, porém, também não são adultos.
Mas a verdade é que o comportamento de alguns adolescentes se torna tão difícil que os pais sentem que não conseguem lidar com os filhos. Pode ser ainda mais difícil nas famílias em que as crianças querem proceder como seus outros amigos, e os pais sentem que isso entra em conflito com os seus valores tradicionais.
Mas conversar com alguém que não seja da família pode ajudar - por vezes os "estranhos" conseguem ver os problemas com mais clareza. Um profissional especializado não irá resolver os problemas da família, mas poderá dar orientação sobre a maneira de lidar melhor com os filhos adolescentes.

E quais são os sintomas indicativos de que os pais precisam de ajuda?

Quando se sentem rejeitados pelos filhos, ou quando se sentem confusos e angustiados com o seu comportamento, talvez seja benéfico conversar com um "conselheiro" - talvez os pais apenas precisem que os ajudem a compreender que o comportamento dos filhos é normal nesta fase. Mas quando o comportamento parece atingir um extremo, é importante procurar ajuda.

Dois sinais de crise: Desinteresse e isolamento do adolescente.

Um problema de comportamento é, por exemplo, quando o adolescente parece distanciar-se da família e mostra-se apático por longos períodos. Embora passar tempo sozinho e distanciar-se da família seja um comportamento normal de muitos adolescentes, quando se afasta também dos seus amigos o jovem pode estar confuso e precisando de ajuda. Ou ainda quando a criança se comporta de maneira muito diferente do habitual - não estudando como de costume ou deixando de falar com os pais. É importante perguntar ao jovem a causa da mudança - mas os pais devem fazê-lo de maneira carinhosa sem mostrar que estão zangados.

Agressão física. 

Um problema mais grave é quando o adolescente agride fisicamente outros membros da família durante uma discussão, normalmente a mãe.
"Quando isso acontece os pais sentem dificuldade em falar sobre o assunto", diz Margaret Condonis, do "Adolescent Family Therapy and Mediation Service", em Parramatta na Austrália. Além de se sentirem emocionalmente feridos, os pais que foram agredidos fisicamente por um filho, pensam que devem ter falhado como pai para isso ter acontecido.
"Esse tipo de violência familiar acontece por muitas razões", diz Margaret. "Talvez o pai seja fisicamente violento ou mostra falta de respeito para com a mãe - e as crianças copiam o exemplo. Não é só os rapazes que são violentos - em quase metade das famílias que vejo, são as filhas que cometem a agressão física", completa Margaret.
"Por vezes os adolescentes violentos em casa procedem assim porque viram ou foram eles próprios vítimas de brutalidade. Mas qualquer que seja a razão há ajuda para o problema".

Ainda somos uma familia. 

Embora tenham esse comportamento, essas crianças querem o amor dos pais e querem parar de magoá-los. A sugestão de Margaret para os pais é que não respondam, nem com palavras que inspirem medo e nem usando agressão física - pois isso será um mau exemplo. Em vez de procederem assim, os pais devem expressar o que realmente sentem no coração: Uma frase bem colocada vale mais do que dez ou vinte bofetadas. Dizer qualquer coisa como: "Magoa-me quando me bates e sinto que não gostas de mim". "Farei o que for necessário para que esta agressão não se repita - mesmo que tenha que chamar a policia" (mas cumpra suas promessas, caso contrário a situação irá se agravar).
Chamar a policia pode não parecer um ato de amor, mas significa que o pai, ou a mãe, ama o seu filho o suficiente para protegê-lo do que faz - a si e a seus familiares. Caso o filho não pare agora, poderá no futuro tornar-se violento para com os seus próprios filhos ou para com o cônjuge.


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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Alguem se lembra do saudoso Betinho.....

 
A trajetória de militância de Betinho vem da adolescência, a partir do contato que travou com padres dominicanos que exerceram grande influência na Ação Católica, em Belo Horizonte.
Betinho teve grande participação no movimento estudantil. Durante o curso secundário ingressou na Juventude Estudantil Católica (JEC) e depois, durante o período universitário, fez parte da Juventude Universitária Católica (JUC). Nesse momento, começou a viajar pelo Brasil nas caravanas do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fez parte do núcleo que fundou a Ação Popular (AP), organização política fundada no fim de 1962, formada por católicos(as) determinados(as) a construir o socialismo no Brasil. Desde então, ficaram claros os princípios que marcariam seu discurso e suas ações.
Em 1962, formou-se em Sociologia e engajou-se na luta pelas chamadas reformas de base que marcaram o governo João Goulart. Ao mesmo tempo, exerceu funções de coordenação e assessoria no Ministério da Educação e Cultura – onde fez articulações a favor do projeto de alfabetização de pessoas adultas do então jovem professor pernambucano Paulo Freire – e na Superintendência de Reforma Agrária. Além disso, elaborou estudos sobre a estrutura social brasileira para a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), da Organização das Nações Unidas (ONU).

Exílio
Depois do golpe de 1964, Betinho passou a atuar na resistência à ditadura militar. Perseguido pelo regime, ficou na clandestinidade. Continuou militando na AP e fez parte do movimento operário, passando a morar no ABC paulista. Em 1971, quando a repressão intensificou-se, partiu para o exílio.
Morou primeiro no Chile, onde viviam cerca de 5 mil brasileiros e brasileiras articulados em mais de 40 grupos de esquerda. Deu aulas na Faculdad Latinoamericana de Ciencias Sociales, em Santiago, e atuou como assessor do presidente Allende, deposto em 1973 pelo general Augusto Pinochet com apoio da CIA.
Conseguiu escapar do sangrento golpe asilando-se na embaixada do Panamá. Em 1974, já vivendo um processo de desengajamento da AP, foi para o Canadá e depois para o México, onde cursou o doutorado e deu novo rumo à sua história pessoal.
Durante o exílio, exerceu cargos de direção e consultoria em organizações como o Conselho Latino-americano de Pesquisa para a Paz (Ipra), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Latin American Research Unit (Laru).

Pré-Ibase

Ainda no exílio, participou da criação do Centro de Estudos Latino-americanos, que produzia análises sobre a América Latina veiculadas em diversas publicações e até em audiovisuais. Era uma espécie de pré-Ibase, como gostava de dizer, comparando com o instituto que fundaria com os companheiros de exílio Carlos Afonso e Marcos Arruda, dois anos depois de voltar ao Brasil.
No fim da década de 1970, com o aumento das pressões para a abertura política no Brasil, o nome do irmão do Henfil tornou-se um dos símbolos da campanha pelo retorno das pessoas que haviam sido cassadas e exiladas, celebrizado nos versos da canção de Aldir Blanc e João Bosco, "O bêbado e o equilibrista".
Em 1979, com a anistia, voltou ao Brasil. Betinho trouxe do exterior a experiência de um novo modo de organização da sociedade civil que não passava pelos partidos políticos e pelos sindicatos.
No início da década de 1980, fundou o Ibase – instituição de caráter suprapartidário e supra-religioso dedicada a democratizar a informação sobre as realidades econômicas, políticas e sociais no Brasil.

Frentes de luta
Betinho desempenhou papel decisivo como articulador da Campanha Nacional pela Reforma Agrária, congregando entidades de trabalhadores(as) rurais em busca de uma solução para a grave questão da distribuição, posse e uso da terra, um dos principais problemas estruturais dos países em desenvolvimento. Na luta pela democratização da terra, organizou, em 1990, o movimento Terra e Democracia, que levou ao Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, milhares de pessoas.

Em 1985, Betinho soube que havia se infectado com o HIV numa das transfusões de sangue que precisava fazer periodicamente, em função da hemofilia. A inevitabilidade da doença sem cura o estimulou a abrir uma nova frente de luta.

Em 1986, ajudou a fundar a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), uma das primeiras e mais influentes instituições do país nessa área, da qual foi presidente durante 11 anos.

Em 1992, integrou a liderança do Movimento Pela Ética na Política, que culminou no impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em setembro do mesmo ano, e serviu de base para a maior mobilização da sociedade brasileira em favor das populações excluídas: a Ação da Cidadania contra a Miséria, a Fome e pela Vida.

Mostrou-se também um especialista no trato com a mídia, deixando suas idéias registradas em inúmeras entrevistas. Não foi por acaso que foi escolhido o Homem de Idéias 1993 pelo suplemento cultural do Jornal do Brasil.
Betinho morreu aos 61 anos em sua casa, no bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, em 9 de agosto de 1997, um sábado à noite, cercado por amigos, amigas e parentes

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O fantasma ainda assombra.....



A radiação se alastra pela Europa e cria temor de nova catástrofe, 20 anos após o pior acidente nuclear da história

Era quase uma e meia da madrugada do dia 26 de abril de 1986 quando os técnicos que trabalhavam no reator quatro da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, cometeram um erro fatal. Em vez de desligá-lo, depois de horas de atividade, eles aceleraram o processo que faz os átomos de urânio enriquecido se partirem para liberar energia. O reator sofreu então um superaquecimento e explodiu. 
Uma nuvem de fumaça de partículas radioativas se espalhou pelo norte da Ucrânia, o sul de Belarus e a região russa de Bryansk com um poder 400 vezes maior que o da bomba que em 1945 devastou a cidade japonesa de Hiroshima, ao final da Segunda Guerra. 
Às 09:30 de 27.04.1986 monitores de radiação na Central Nuclear de Forsmark, perto de Uppsala, Suécia, detectaram níveis anormais de iodo e cobalto, motivando a evacuação dos funcionários da área devido a vazamento nuclear. Os especialistas não constataram nenhum problema na Central. O problema estava no ar. Foram verificados níveis anormais no norte e centro da Finlândia. Em Oslo, na Noruega, dobraram. Na Dinamarca, os níveis subiram 5 vezes.

Os suecos através da embaixada em Moscou interpelaram o Comitê Estatal para o Uso da Energia Atômica e a Organização Internacional de Energia Atômica devido a suspeita de que os ventos que traziam radioatividade à Escandinávia vinham do interior da União Soviética.

Moscou negou por 2 dias qualquer anormalidade. Mas a presença de rutênio nas amostras analisadas na Suécia era emblemática, visto que o rutênio se funde a 2.255 °C, sugerindo uma explosão grave. Só em 28 de abril é que assumiu o acidente nuclear na República da Ucrânia, no fim do dia. Quase 12 horas depois, às 09:02, o jornal na TV apresentou uma breve declaração de quatro sentenças, que "uma explosão, incêndio e fusão do reator tinha ocorrido na Central Nuclear Vladímir Ilitch Lênin" em Pripyat.


Um satélite americano varreu a região da Ucrânia, encontrando uma usina com o teto destroçado e um reator ainda em chamas com fumaça vertendo do interior. Apenas, em 30 de abril, o Pravda -jornal do Partido Comunista, tocou no assunto. Para dar uma idéia de normalidade, as comemorações do 1° de maio tiveram seus desfiles normalmente realizados em Kiev, a capital ucraniana, e em Minsk, na Bielorússia. No dia 3 de maio a nuvem estava sobre o Japão e no dia 5 de maio chegou aos EUA e Canadá. Mikhail Gorbáchov demorou 18 dias para falar sobre o acidente, só o fazendo em 14 de maio.
O 'sarcófago' de cimento que abriga o quarto reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, está cheio de buracos e representa uma grande ameaça à população local. A denúncia foi feita pelo Greenpeace Rússia, que alerta: caso um novo 'sarcófago' não seja instalado em breve, há o sério risco de vazamento de material radioativo.
"O prazo de validade do 'sarcófago' expirou há três anos. Já não cumpre suas funções", afirmou Vladimir Chuprov, coordenador da campanha de Energia do Greenpeace na Rússia.
Segundo Chuprov, o consórcio internacional criado para resolver o problema de Chernobyl arrecadou bilhões de euros para colocar o novo 'sarcófago' mas as obras ainda não foram iniciadas. A nova proteção, no entanto, tem prazo de validade de apenas 100 anos.

Mais uma vez o caso Chernobyl nos mostra o quanto é arriscado trabalhar com a tecnologia nuclear. Anos se passaram e a usina ainda traz riscos de contaminação e prejuízos econômicos", afirma André Amaral, coordenador da campanha de Energia Nuclear do Greenpeace no Brasil.

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Projetado para durar duas décadas, o contêiner, que funciona como um sarcófago para lacrar o reator, está carcomido pela umidade. A viga que suporta o telhado está apoiada numa parede abaulada pelas infiltrações. As rachaduras se espalham por uma área de 800 metros quadrados. As juntas das placas de aço que isolam o reator não estão soldadas e a água da chuva passa pelas frestas e buracos. Ao entrar no casulo radioativo, a água se contamina atingindo o solo. E animais. E o homem.
Uma geração depois do desastre, o governo dos três países mais afetados ainda negociam como financiar a construção de outro sarcófago. Maior que um campo de futebol e tão alto quanto a Estátua da Liberdade (93 m), ele vai custar US$ 800 milhões e levará cinco anos para ficar pronto. Será tarefa para um Hércules porque existe lixo radioativo enterrado por toda parte. É nesse local que os operários terão de fincar as estruturas do novo abrigo. Trágico detalhe: são grandes os riscos de contaminação na hora de retirar tudo o que está soterrado – o solo europeu está cada vez mais carregado de césio-137, uma das partículas expelidas após a explosão. A área de isolamento também aumentou. Inicialmente estava restrita a um raio de 30 quilômetros de Chernobyl e hoje cobre dezenas de milhares de quilômetros quadrados.
Não por acaso, Alemanha, Itália e Turquia abriram mão de seus programas nucleares. Os franceses e os japoneses foram exceção. De toda a energia produzida por eles, 80% e 30%, respectivamente, provêm dos reatores. 



Césio 137 de Chernobyl ainda contamina a Europa

Pierre Le Hir-Le Monde-19.05.2000
O césio 137 disseminado sobre a Europa pela nuvem de Chernobyl é mais persistente do que os cientistas pensavam. Nas regiões mais afetadas, esse elemento radioativo vai continuar a contaminar por muito tempo ainda a cadeia alimentar. Esta é a conclusão de um estudo realizado por equipes inglesas e holandesas, publicado na edição de 11 de maio de 2000 da revista britânica "Nature".

O trabalho vem confirmar uma pesquisa norueguesa que havia sido apresentada em 1999, a qual chegava a uma conclusão similar a partir de análises realizadas sobre peixes de um lago escandinavo. Desta vez, a concentração de césio 137 foi medida em plantas e peixes de lagos do condado de Cumbria, noroeste da Inglaterra.

Medições feitas anteriormente, nos anos que seguiram a explosão do reator ucraniano, em 26 de abril de 1986, haviam mostrado uma rápida diminuição da quantidade dessas partículas radioativas encontradas nos vegetais, na água ou nos peixes: essa "biodisponibilidade" havia diminuído pela metade no decorrer de um período de um a quatro anos.

Os especialistas haviam então aventado hipótese de que o césio transportado pela nuvem de Chernobyl, uma vez depositado no solo (pela chuva ou pelo vento), havia se fixado no húmus, onde ficava preso à argila. Ao projetar a curva da radiação, os pesquisadores fizeram a suposição de que a transferência da radiação nuclear nas plantes, pelas raízes; ou na água, pela correnteza; e em definitivo, na cadeia alimentar, teria praticamente desaparecido após uma década.

Cogumelos e Javalis

As recentes medições revelam que o processo vem se desenvolvendo de forma bem diferente. A diminuição do teor em césio 137 das amostras vem ocorrendo num ritmo muito mais lento: o ritmo do decréscimo não passa mais de 50% para um período de 30 anos -o que corresponde exatamente à taxa de decréscimo espontâneo (redução da radioatividade) do césio 137.

"A natureza nos ajudou nos primeiros anos, fixando a radioatividade no solo. Mas essa ajuda acabou. Um equilíbrio se estabeleceu entre a capacidade de retenção do solo e a faculdade de migração do césio. De agora em diante, só podemos contar com o processo de decréscimo radioativo natural", comenta Henri Métivier, do Instituto de Proteção e Segurança Nucleares (IPSN).

A descoberta deste fenômeno não traz nenhuma conseqüência para a França, onde, segundo relatório do IPSN em 1997, "na maior parte do território, a contaminação proveniente das conseqüências do acidente de Chernobyl diminuiu a tal ponto que se tornou cada vez mais difícil encontrar seus sinais". Na maioria dos casos, a radioatividade em césio 137 diminuiu até alcançar níveis inferiores aos que eram medidos antes da catástrofe de Chernobyl, e que resultavam dos testes de armas atômicas na atmosfera.

No entanto, algumas zonas montanhosas e florestais que foram mais "servidas" do que outras, em particular a Córsega, Vosges, o Jura e os Alpes, com destaque para a região do Mercantour, continuam a apresentar uma radioatividade muito acima da média francesa. Nessas áreas, os animais selvagens e os cogumelos podem estar claramente acima do limite de 600 becquerels por quilo (Bq/kg), determinado pela União Européia, para os gêneros alimentícios comercializados: em 1996, nas Vosges, um javali abatido por caçadores apresentou níveis de radiação acima de 1.600 Bq/kg.

No mesmo ano, a associação independente CRII-Rad havia assinalado naquela região de montanhas concentrações acima de 368 mil Bq/kg de campo ou de floresta. Mas o IPSN garante que esses pontos críticos são, ao mesmo tempo, "de tamanho muito reduzido e pouco acessíveis".

A Nuvem de Chernobyl

Bastaram algumas horas, depois da explosão do reator 4 da central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, no dia 26 de abril de 1986, para tornar inabitáveis e incultiváveis durante dezenas de anos cerca de 40.000 km2. O iodo, devido a seu curto período radioativo, desapareceu rapidamente, e raras são as medidas dos índices de contaminação. Mas, desde 1989, observa-se na região um aumento dos cânceres da tireóide, em particular nas crianças, que tinham menos de 5 anos no momento do acidente. No restante da Europa, constata-se sempre uma radioatividade superficial, principalmente devido ao césio 137.

A nuvem radioativa, empurrada pelos ventos, deslocou-se para a Rússia e a Escandinávia, contaminando zonas ao sul de Moscou, no sul da Finlândia, na Suécia e na Noruega. Alguns dias mais tarde, a nuvem sobrevoou o centro e o sul da Europa (República Checa, Áustria, Suiça, Itália e Grécia), bem como algumas regiões do Reino Unido. A contaminação é mais grave nas regiões onde choveu durante a passagem da nuvem. 


Multidão de Inválidos

Em Borodyanka, um distrito contaminado onde 6.000 pessoas tiveram de ser reassentadas, Vladimir Krasnoschyok, assessor do prefeito, explicou como 3.000 pessoas (de uma população de 56.000) são reconhecidas como inválidas, de acordo com a legislação, por causa das conseqüências do acidente de Chernobyl, essencialmente por problemas de tireóide, estômago e leucemia.

Falta dinheiro para pagar as aposentadorias e para garantir às vítimas o tratamento assegurado pela lei. Apenas 80% das 10 mil crianças e 7% dos 5.500 adultos com direito a isso conseguem continuar os tratamentos termais. As declarações oficiais tentam manter o equilíbrio entre os objetivos de segurança e os da ajuda às vítimas. Mas a comparação dos números é indiscutível.

O Chernobyl Shelter Fund, estabelecido depois de 1995 pelo Grupo dos Sete (G-7) e administrado pelo Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (Berd) para a reconstrução do sarcófago do reator destruído, já reuniu mais da metade dos US$ 758 milhões exigidos para a primeira fase. Mas o Chernobyl Trust Fund, estabelecido em 1995 pela ONU para financiar um programa humanitário, avaliado em US$ 800 milhões, só arrecadou até hoje US$ 1,5 milhão. Fora do sarcófago, os países ocidentais gastaram cerca de US$ 2 bilhões.

As motivações da comunidade internacional são evidentes. Embora Chernobyl tenha revelado a dimensão global do risco nuclear, o reator 3 da central ucraniana e outros 13 do mesmo tipo (11 na Rússia e 2 na Lituânia) continuam em serviço. O público conhece esse risco. E a indústria nuclear ocidental - que aliás assume a maior parte dos orçamentos de assistência - está ciente de que não sobreviveria a um novo acidente no Leste Europeu. Os dois pontos essenciais para a segurança da Ucrânia - fechamento de Chernobyl e reconstrução do sarcófago - estão sendo regulamentados de acordo com os termos do documento assinado em 20 de dezembro de 1995 entre o G-7, a União Européia e a Ucrânia.

Por uma parte, a conferência de doadores, organizada em Berlim nos dias 4 e 5 de julho de 2000, estabeleceu o orçamento da primeira fase da reconstrução do sarcófago. Por outro lado, no dia 5 de junho, o presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, comprometeu-se a desativar definitivamente o reator 3 até 15 de dezembro de 2000.


"Rigor científico" oculta maior parte dos malefícios da radiação

Os projetos internacionais incluem a extensão da rede de centros de reabilitação psicológica e social nos três países afetados por Chernobyl: Ucrânia, Rússia e Bielorússia. Desenvolvidos pela Unesco a partir de 1994, cerca de dez centros foram inaugurados. Oksanna Garnets, coordenadora do Programa Chernobyl da ONU na Ucrânia, não se cansa de defender a utilidade deles. "As pessoas sofrem de um complexo de vítimas", explica. "O objetivo dos centros não é o de dar-lhes assistência, mas o de ajudá-la a reconstruir suas próprias vidas."

Em Borodyanka, o centro desenvolve serviços de aconselhamento, de animação e de informação médico-social às populações em dificuldades. Em Slavutich, a cidade construída depois do acidente a 40 km de Chernobyl para os empregados da central nuclear, o centro enfrenta um problema específico: a angústia da população ante a perspectiva do fechamento do reator.

A maioria dos programas de assistência da ONU não foi posta em prática até hoje. Em 1993, as Nações Unidas deploraram que "o interesse da comunidade internacional pelos efeitos do acidente se traduza principalmente na investigação". Esta pesquisa não conduz ao reforço da ajuda às populações.

Seu principal desafio é defender a reputação da energia nuclear: trata-se de evitar que alguns efeitos sejam atribuídos "erradamente" às radiações.

A mensagem é clara: sim, as pesquisas demonstraram um aumento muito importante dos cânceres da tireóide em crianças e adolescentes. Elas registram cerca de 1.800 casos imputáveis ao acidente. Para todos os outros efeitos observados, embora sua ligação com a radiação possa ser suspeita em certos casos, isso não está demonstrado cientificamente. Estas são, por exemplo, as conclusões da conferência "Uma década depois de Chernobyl", organizada em abril de 1996 pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Organização Mundial de Saude (OMS). Muitas vozes se levantam para denunciar a "redução da verdade à clandestinidade" e criticar a atitude, extremamente tímida, da OMS.

Esta última está ligada à AIEA por um acordo assinado em 1959. O acordo prevê uma consulta recíproca para a "salvaguarda do caráter confidencial de alguns documentos", quando uma organização se dedica a um campo que apresentar "um interesse maior para a outra parte". Agência de carater autônomo, a AIEA tem por missão "ampliar a contribuição da energia atômica à paz, à saúde e à prosperidade no mundo". Desde 1986, Mikhail Gorbáchov agradecia à AIEA "por sua atitude objetiva", por oposição à "malevolência" dos Estados Unidos ou do G-7.